Mês: fevereiro 2010

Sua empresa tem os pré-requisitos para participar das Redes Sociais?

Existem dois ingredientes básicos para formar uma Rede Social: Pessoas e Conexões entre elas.
Outros fatores servem de catalisadores no processo, como uma causa comum, um meio adequado e uma divulgação eficiente.

Parece simples, mas será que as empresas precisam de algum preparo antes de abraçar as Redes Sociais? Quais os pré-requisitos?

A resposta também parece óbvia… e é: Pessoas.
A “empresa” não entra nas Redes. Pessoas o fazem. E elas podem fazê-lo a favor de uma empresa.
Ou contra.

Isso é natural. Nenhuma empresa consegue agradar a todos.
Porém, quando uma “empresa” entra nas Redes Sociais, ela precisa ter Pessoas atuando a seu favor. Não somente pessoas treinadas para isso, mas pessoas com alguma razão para atuar a seu favor.

O trabalho comença, portanto, muito antes do planejamento da adoção de Redes Sociais pela empresa. Começa no RH. Não adianta nada definir estratégias, processos e códigos de conduta, preparar Pessoas para utilizar ferramentas de Redes Sociais… se as Pessoas não tiverem um sentimento positivo em relação à empresa.
As Redes Sociais são transparentes demais para comunicação forjada (ao contrário da propaganda tradicional, que permite que uma modelo usando óculos de segurança fale da linha de produção da Ford como se fosse uma funcionária da empresa). Se nem lá isso está “colando”, nem pense em adotar estas “técnicas” nas Redes Sociais. O tiro sairá pela culatra.

Redes Sociais significam liberdade de expressão. Tem que ser genuíno. Se você acha que liberar seus funcionários para falar o que eles realmente pensam sobre você pode ser arriscado, você tem dois problemas:

  • O segundo: não é recomendado, para empresas que têm funcionários insatisfeitos, estimulá-los a expor em Redes Sociais o que eles pensam, ainda mais em nome da empresa. Pior do que alguém falando mal de você “de fora para dentro”, é isso acontecer “de dentro para fora”.
    A má notícia: melhor não criar iniciativas em Redes Sociais ainda. Você terá que controlar a comunicação, e nesses ambientes isso fica mais artificial do que plástica da Glória Menezes. Corrija primeiro o problema maior.
  • O primeiro é que – pelo simples fato de ter essa dúvida – é bem provável que seus funcionários não estejam satisfeitos. E este é o principal pré-requisito: Pessoas com uma razão para transmitir uma imagem positiva de sua empresa. Funcionários mais do que satisfeitos, mas orgulhosos.

Empresas com este pré-requisito precisam fazer bem pouco para divulgar uma imagem de sucesso. É só dar um “empurrão inicial” e os próprios funcionários farão o resto acontecer.

Se sua empresa não está preparada neste quesito, minha sugestão é correr. Leva muito mais tempo para ajustar esta deficiência do que preparar e implantar uma estratégia de Redes Sociais. Se a concorrência já estiver pronta, o “gap” pode ser irreparável…

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O ser humano e seu potencial. Porque ambos são tão mal explorados?

Por diversas razões, tenho me dedicado mais ao estudo do comportamento humano do que ao estudo de sistemas eletrônicos – coisa que fiz durante a maior parte de minha vida.
Não pretendo me tornar um sociólogo, muito menos psicólogo ou neuro-cientista de uma hora para a outra. Mas é assustador o quanto as pessoas vêm se comportando como máquinas – quando elas têm potencial para muito mais!

Ao ler os comentários do fantástico post “Desobedeça”, de Augusto de Franco, o tão badalado termo “Líder” me soou totalmente diferente do que eu estava acostumado.
Primeiro no comentário da Angela, que mostra o quanto seguir um líder sem questionamentos pode ser trágico.
Depois, o Bosco mostra o quanto os “líderes” atuais estão se tornando arcaicos, através de um exemplo tão impressionante que é até difícil de acreditar!

Colocar pessoas para realizar tarefas de forma mecânica, além do desperdício de potencial humano, é um péssimo negócio. Programe direito um sistema que ele fará a mesma coisa a um custo muito mais baixo. Quer um exemplo? Call Centers de serviços de telefonia. Precisa de gente para repetir o mesmo script, na mesma sequência, independente do que você argumenta?! Um sistema, além de mais barato, poderia ser reprogramado para eliminar os gerúndios! Desagradável por desagradável, eu prefiro um desagradável sem gerúndios, e você?

Só que o desperdício não para por aí. Hoje formamos profissionais para trabalhar mecanicamente. E quando digo “formamos”, não estou falando somente dos cargos mais baixos na “hierarquia”. Refiro-me à formação superior e às diversas pós-graduações que o mercado oferece e consome (com a mesma mecanicidade citada antes).
Basta olhar para a maioria dos escritórios (e quanto maior a empresa, parece que mais clara a coisa fica) – as reclamações são sempre as mesmas. Cargos obtidos politicamente. Chefes que impedem o crescimento dos funcionários por se sentirem ameaçados por aqueles que se destacam. Processos sendo seguidos sem se saber o porquê. Métricas sendo fabricadas porque o santificado “scorecard” tem que estar verde. Prêmios que não são – nem de longe – unanimidade. E muito, muito mais – tudo isso num ambiente onde a obediência aos mitos (sem jamais questioná-los) vale muito mais do que a criatividade e o desenvolvimento do potencial individual.

Aonde isso tudo nos levará? Foi daí que me vieram à mente os Lemmings. Ok, pode ser um mito, mas você pegou a idéia. Seguir instruções sem questionar pode levar a tragédias. E se os Lemmings são um mito, o exemplo da Ângela é bem real – "Comandante em Auschwitz: notas autobiográficas de Rudolf Höss" (1958). Höss nunca questionou as ordens do chefe. Foi um “profissional” de absoluto sucesso. Chegou ao topo em sua carreira. De acordo com os padrões atuais, alguém admirável, no qual pessoas nos escalões inferiores da hierarquia devem se espelhar, pois este é o padrão de sucesso no mundo que vivemos: mais no topo, mais sucesso.

Comparação radical? Será? Ou estará somente no passado? Afinal tudo que está no passado é muito mais fácil de avaliar. Então vamos tentar projetar 100 anos à frente (reparem que sou otimista e considero que estaremos à frente).
O discurso seria mais ou menos assim: “Nossa! No século XV queimavam bruxas!”. “Caramba! No século XX queimavam etnias”. “Wow! E no século passado queimavam… idéias!”.
Você consegue imaginar quantas idéias estão sendo sufocadas, quanta criatividade está sendo tolhida, pelo estilo de gerenciamento vigente? (aliás, o mesmo do século XX, não?).

Compartilho a visão que as redes ajudarão a libertar esse potencial humano. Essa criatividade. Essa capacidade de criar, inventar, questionar, discutir, descontruir e reconstruir que o século XX deixou sob mantos bordados com a palavra “sucesso”.

Boas reflexões!

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Notas da palestra no evento Social Media Week SP, na DM9

Ontem realizei a palestra “Mercado e Negócios” no Social Media Week SP, entre as excelentes palestras do Eric Messa (Mídias Sociais no Brasil) e Patrick/Lucas (Tendências e Percepções).
O evento foi na DM9, num ambiente descontraído e muito organizado (além de bonito – gostei de conhecer o “Centro de Não Convenções” da DM9).
Aproveito para agradecer novamente os organizadores do Social Media Week pelo convite e pela atenção dedicada: Diego Remus, Gabriel Pires, Alexandre Formagio, Gilberto Jr e Michael Nicklas, além de parabenizá-los pelo evento.
Este evento foi especial para mim, pois foi o meu primeiro evento sem o logo Microsoft. Além disso, trazia um desafio especial para um engenheiro: o público era composto, em sua maioria, por publicitários.
Achei uma experiência MUITO positiva. A sessão de perguntas após as palestras (uma mesa redonda com todos os palestrantes) foi super dinâmica e só terminou por limitações de horário.
Obrigado também a todos vocês que compareceram e participaram!

A apresentação está disponível no Slideshare (acima) e conforme prometido, segue uma lista de referências sobre os assuntos abordados:
Groundswell (Charlene Li e Josh Bernoff)
Um excelente retrato das mudanças introduzidas pelas tecnologias da Internet.
Socialnomics (Eric Qualman)
Do mesmo autor de Wikinomics, este livro ajuda a entender porque empresas precisam acompanhar essas mudanças
Grown Up Digital (Don Tapscott)
Leitura “mais obrigatória ainda” para quem tem filhos. Fiz uma análise mais detalhada deste livro aqui.
The Cluetrain Manifesto (Rick Levine, Doc Searls, Christopher Locke)
Difícil de acreditar que foi escrito 10 anos atrás, de tão atual que permanece. Um pouco “revolucionário”, mas com reflexões bastante reais.
The Starfish and the Spider (Ori Brafman)
Mais um livro na linha “revolucionária”, propondo uma quebra dos paradigmas de gerenciamento de empresas. Não fica com cara de utopia por conta dos exemplos mencionados.
A Bíblia do Marketing Digital (Cláudio Torres)
Um bom livro em português sobre o assunto, bastante abrangente e atual.
Trust Agents (Chris Brogan, Julien Smith)
Importante leitura para entender o papel dos Influenciadores.
The Numerati (Stephen Baker)
Uma leitura para aqueles que querem usar os números para entender os processos.
É também possível acompanhar os livros que estou lendo através do site GoodReads. Aliás, gostaria muito de saber também o que vocês estão lendo (e gostando) – pelo GoodReads ou por aqui 😉
Grande abraço e muito obrigado a todos!
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Minhas impressões sobre o Campus Party 2010 – #cpartybr

Não dá para ter um blog e não fazer ao menos um post sobre o Campus Party!
Eu confesso que foi a primeira edição da qual participei, e gostei muito do que vi.
Não vou ficar fazendo um resumo do que foi o Campus Party, porque isso muita gente já fez – gente que ficou lá bem mais tempo do que eu, como os campuseiros acampados (aliás, estou pensando seriamente em fazer isso em 2011!).
Vou falar dos sentimentos que tive ao respirar o clima do evento.
Após algumas horas de Campus Party, não dá para negar que o ambiente influencia o ser humano. Fiquei impressionado com o clima de colaboração e de relacionamento pacífico, mesmo entre tribos com visões ideológicas diametralmente opostas. Parece que ao entrar no local, o cérebro ativa o modo “read-write” – o participante se abre para adquirir informação, experiências, conhecimento. É automático, talvez até involuntário.
StateOfTheArt
Um dos pontos que me impressionou foi o respeito pelo próximo. Os participantes levaram equipamentos caros e delicados (vide acima), e o que se viu foi um grande cuidado com as coisas dos outros. O conceito se aplicou também às idéias. Mesmo quando surgiam discussões “Linux-Windows”, por exemplo, existia uma argumentação forte mas respeitosa. Não eram agressões, mas colocações de uma discussão provocativa e produtiva. Esse grau de maturidade nas conexões entre as tribos me deixa muito otimista em relação ao surgimento de soluções de interoperabilidade, permitindo o uso da tecnologia que melhor se aplica em cada situação (e em algumas soluções mais complexas, é evidente que o uso de mais do que uma tecnologia poderá ser necessário).
Outro ponto foi o nível das discussões. Engana-se (e muito) quem acha que Campus Party é “um bando de jovens se divertindo e jogando videogame”. Claro que tem jovens, claro que tem diversão e claro que tem videogame. Mas tem muito mais do que isso. MUITO mais!
Debate
Além das apr esentações técnicas (incluindo palestras de 5 MVPs), aconteceram conversações e debates em formatos modernos e dinâmicos.
Participei de um em particular: “Redes digitais ou redes sociais. Afinal, quem está conectado está em rede?”, com @marthagabriel @augustodefranco @BobWollheim @Walter_Lima e @rpallares e mediado pelo @lalgarra. Foi absurdamente produtivo, porque o debate pegou fogo, mas tenho certeza que a turma que estava presente criou uma infinidade de novas sinapses ao ouvir essa turma discutindo, mesmo quando eles discordavam veementemente. E mais – a qualquer momento, você podia entrar no debate e dar seu pitaco ou jogar sua lenha na fogueira.
O nível foi altíssimo, e garanto que a discussão e a troca de experiências foi do mesmo padrão de muitos eventos pagos (e bem pagos). De novo, parabéns ao Luiz Algarra e aos “debatentes” 😉
E não parou por aí… estava quase indo embora encontrei o MVP @ramonduraes, a @devnetgomez e o MSP @_eduardocruz que após um excelente papo, me levou até a “concentração” dos MSP’s. Foi incrível ver essa galera agitando madrugada adentro. Que pique, quanta energia! @alinefbrito, @t_cardoso, @gleissonricardo, @robertomb, @guvendramini, @zinkyy, e muitos outros que cometerei a injustiça de não citar só por não ter o Twitter de vocês 🙁 – mas fiquem à vontade para complementar o post através de comentários, ok?. E orquestrando a patota, a incansável e sempre bem-humorada Heloísa Lobo (Helô), a quem parabenizo pela iniciativa e garra. Afinal, tem que ter muito pique para me dar uma aula de Farmville (não, eu não jogo!) às 4 horas da manhã!
Trafego
Por fim, uma constatação interessante que o MVP @evilazaro levantou e depois ouvi o próprio Marcelo Branco, organizador do CP, falar no rádio: o volume de upload durante o evento é muito parecido com o volume de download (vide gráfico). Isso significa que o pessoal estava gerando muito conteúdo, e não somente baixando software, músicas e vídeos, como alguns poderiam imaginar. Isso é um dado muito saudável!
Além disso, dá para sentir que o “bioritmo” da turma é bem diferente do tradicional “horário comercial”.
Eu que já acredito que a Geração Y será transformadora (ao contrário da nossa, bem mais passiva), fiquei ainda mais convencido disso após a Campus Party.
Parabéns a todos que organizaram o evento. Parabéns a todos que participaram. Parabéns a todos que acamparam. Foi um show.
E a melhor denominação que vi até agora para o Campus Party é: Nerdstock! 😉
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