Gerenciamento de Crises em Mídias Sociais

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Eu não sou o maior fã da Rede Globo. Muito menos do Galvão Bueno.
Que ele é uma figura arrogante e antipática não é nenhuma novidade.
No Orkut, são 129.525 pessoas em comunidade contra ele X 4.412 a favor*.
Agora, avaliando a atuação dos marketeiros da toda-poderosa emissora, percebe-se que eles estão preparados para gerenciar crises em mídias sociais.

A Crise “CALA BOCA GALVÃO”

Enquanto havia o controle do canal de comunicação (TV), o fato de 30 pessoas odiarem o Galvão para cada uma que o apóia não era um problema. A Fórmula 1 só passa na Globo, então quem gosta do esporte tem que engolir o dito cujo. Os gritos contra ele nos estádios são editados e só ficam os flashes de “Galvão, filma eu” (o assassinato à língua não me espanta).
Já nas Redes sociais, as coisas mudam. Não dá para exercer o poder e controle típico da Globo, e com isso o “CALA BOCA GALVÃO” foi parar no topo dos Trending Topics (TT) do Twitter desde o início da Copa e também no New York Times. A até agora não saiu da primeira posição!
Nem mesmo a tentativa de apelar para alguns “galãs” para plantarem um “FALA GALVÃO” funcionou.
Enquanto eram só as Redes Sociais, Globo e Galvão não se mobilizaram. Ele chegou até a declarar não saber o que é TT do Twitter!
Foi só o Brasil estrear na Copa e… BANG! Tá lá uma faixa, no meio da tela, com o “CALA BOCA GALVÃO”!
CALA BOCA GALVÃO
Aí “o bicho pegou”! “Invadiram o terreiro”!
A partir daí a Globo deu importância ao fato e tomou algumas ações. Efetivas, diga-se de passagem…
Driblou a faixa com cortes estratégicos. Estudou o estrago e planejou uma resposta que apesar de não convencer a todos (eu sou um dos “não convencidos”), foi bastante eficaz. Talvez MUITO eficaz, dadas as circunstâncias e a abrangência (global) do “movimento”.
O discurso foi bem preparado. Começou invocando a imagem de um ídolo imaculável (Ayrton Senna), carimbando o falecido como “amigo”. Apesar do Galvão adicionar sua pitada de arrogância mencionando seu filho [tentativa de chamar os twitteiros de crianças?], a decisão tomada foi correta: não negar (mais) os fatos, levar na esportiva e até tentar pegar uma caroninha.
Isso não tirou a frase dos TT do Twitter, mas aliviou a saia justa.
A Globo reconheceu o “movimento”, fugiu do confronto direto e com isso reduziu o stress da situação (na medida do possível, claro).
No geral, o gerenciamento da crise foi bem profissional e os resultados foram bons.
Isso mostra que grandes empresas (mesmo as mais tradicionais) estão se preparando para situações como essa, pois pode acontecer com qualquer um.
Afinal, a meteorologia pode errar – e nunca se sabe quando pode acontecer (ou não) uma #ChuveDeTwix em sua marca.
Mesmo sem ser fã, parabéns à Globo.
Mas por favor, CALA BOCA, GALVÃO!
* Considerando as comunidades das 2 primeiras páginas do Orkut em 16/6/2010.
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9 comentários em “Gerenciamento de Crises em Mídias Sociais”

  1. Certíssimo Palma.
    Porém achei boa a atitude do Galvão, que por sinal deve estar no “activia + jonny walker”.
    Querendo ou não o cara tem muitos anos de carreira, respeito dos influentes e nadando nos dólares.
    Pode até ter sido um discurso ensaiado, mas isto pouco importa.
    O que ele fez foi justamente assumir, dizer que tá sabendo e que não está nem ai.
    E realmente é assim que acontece mesmo.
    Ontem o Tiago Leifert ainda mostrou o vídeo da “Galvao Foundation” e explicou todo o fuzuê.
    Ponto para a globo e ponto para o Galvão.
    O que eu acho é que o “Cala boca Galvão” é mais modinha do twitter do que raiva do próprio.
    Na hora do jogo do BRA, pelo menos 80% dos que mandam ele calar a boca assistem-o, nem que seja pra ver a tal faixa!
    Isto é a mídia. Boa ou má, tem que saber aproveitar.
    Geisy Arruda é um ótimo exemplo disto.
    Vamos surfar!!!!

    1. Visibilidade é importante sim. Mas acho que uma coisa está mudando: o “falem bem, falem mal, mas falem de mim” pode ser uma estratégia muito arriscada atualmente. Isso é muito Jânio Quadros.
      Ter “audiência” com gente falando mal pode parecer positivo quando a inteligência de quem está “falando” é subestimada por gente que acha que a vida é lembrar um nome e marcar um “xis”. A inteligência da rede é muito maior do que isso, e campanhas negativas podem fazer muito mais estrago do que trazer “visibilidade” para a marca.
      Acho que a máxima deve ser: “Falem de mim, mas falem bem, falem bem”! 😉

      1. Sim. Verdade.
        Se for um produto mais ainda. Me lembro dos 5 Marketing #FAILs (http://tinyurl.com/27twvf4)
        No caso do lado pessoal é relativo.
        No fundo o que as pessoas querem é gerar $$$, e se geram polêmica, flash etc Gera $$$.
        Claro que isto tudo não está ligado ao lado “cult”, pois ai sim afetaria bastante. Creio eu.
        []s

      2. Concordo plenamente. Antigamente, (só uns 5 anos atrás!!) eu comentava com amigos: não é possível que a Globo ainda permita/deixe esse narrador comentarista na grade, sendo que a taxa de rejeição dele é absurda. Só que antigamente essa resistência não gerava resultado algum. Hoje não é mais assim.
        Hj, com o poder mudando de mãos, eles tem que se mexer, pois a longo prazo o estrago pode ser enorme. E tratar o espectador como gado já não funciona mais. Estou curioso para ver como a D. Globo vai se portar daqui pra frente.
        Abs!

  2. Não sei se a Globo é digna de parabéns, afinal essa medida é a primeira emergencial a ser tomada, e não foi feita. A manobra de utilizar famosos c/ o “FALA GALVÃO” descaracteriza a eficácia do gerenciamento de risco, na minha humilde opinião.
    Também não creio que isso seja um modismo do Twitter, afinal uma característica da rede é a tendência das pessoas se identificar com uma causa e aderirem. Me lembro desde a época do próprio Senna (entre outros eventos esportivos que não fossem a fórmula 1) o público reclamar do Galvão Bueno, e de fato ele é um pé no saco, e discursos prontos ou ações paliativas não vai mudar isso na mente da audiência, logo o risco continua e se não houver uma ação efetiva ele pode voltar com mais força.
    Ninguém é obrigado a acompanhar os jogos da copa na Globo, no caso da TV Aberta também são exibidos na Band – onde eu estou acompanhando. E como o ‘CALA BOCA GALVÃO’ gerou todo esse movimento, também é possível que outro movimento do tipo #COPABAND surja mas com um resultado muito mais tangível do que a inconveniência do Galvão: a perda massiva de audiência, muito mais caro e relevante para a Globo do que o Galvão, não acham?
    Felizmente (p/ Globo) a Band não tem um planner p/ desenvolver isso, tão pouco a Globo deve ter notado o verdadeiro risco que está correndo, mas se um user perceber isso e começar, o que eles poderiam fazer?
    Forte abraço e parabéns pelo artigo (;
    @cfcarreira

  3. conheco bem este site ele foi criado pelo filho de galvao bueno caca bueno pois o pai estava em baixa na midia e com depressao nao tinha remdio que curase o cara ai ofilho inventou essa historia e agora galvao ta curado e ta na midia

  4. Apenas um comentário, até onde sei o sinal que vai pra televisão não é da Globo, e acho que eles não iam ter como mudar qual a camera ou qualquer coisa assim.
    Quase certeza que a responsabilidade do sinal e de tudo é da Fifa.
    Logo pode ficar até algo mais preocupante onde a Globo tenha tirado a faixa. Nunca se sabe.

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