Comportamento

Volta, Lego!

Achei maravilhosa essa mensagem da Lego dos anos 70.
Vou aproveitar o embalo para contar uma história rápida que aconteceu hoje.
Fui a um evento e perto de onde sentei havia um garoto com sua mãe. Uns 5 anos, imagino. Estava com muitos Legos para bricar durante o evento (e se comportou super bem).
Não resisti (não resisto a crianças, em especial as bem educadas) e fui brincar com ele. Achei o máximo o fato dele logo oferecer seus Legos para o “tiozinho” aqui. Perguntei o que ele iria fazer, e ele logo respondeu: Um robô! Lancei o desafio de quem faria o maior robô.
Claro que o dele ficou maior e muito mais bonito do que o meu.
A única parte da história que lamentei foi que enquanto eu procurava peças para fazer alguma coisa minimamente parecida com um robô humanóide, o garoto procurava as peças “certas”, peças “especializadas” (braço, perna, cabeça, etc), para montar o robô pré-estabelecido pelas peças que devem ter vindo numa caixa específica de um robô de Lego.
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Fiquei pensando se a Lego perdeu sua essência.
Como crianças vão criar algo se a “resposta certa” já está definida? Afinal, o mais bonito do (antigo) Lego é isso: as peças quadradas não são nada sozinhas e podem ser qualquer coisa juntas!
Por menos Legos com “peças prontas”. Por um mundo mais simples, com peças simples, e muito mais liberdade para criar, fantasiar, enfim, SER CRIANÇA!

Carta aberta de um brasileiro a Mark Manson

Caro Mark,

Obrigado por tomar seu tempo para nos escrever uma carta. É verdade que fico um pouco decepcionado ao ler, no final, que você teve que pagar para alguém traduzir sua carta mesmo tendo morado 4 anos aqui (muita gente que mora menos tempo em outro país consegue escrever uma carta na língua local, mas isso não vem ao caso…).

O que gostaria de dizer é que tudo o que você escreveu em sua carta já era discutido em minha roda de amigos há mais de 30 anos. Sua carta não traz nada que não estivesse presente, já àquela época (e muito provavelmente antes disso também) nas discussões de jovens brasileiros de 14 anos. Se você achou que descobriu algo novo, trago más notícias. As obviedades de sua carta não passam de obviedades. Obviedades bastante obsoletas, aliás, apesar de ainda presentes em nosso cotidiano.

Suponho que nesses 4 anos você deve ter conhecido e gostado do clima dos botequins, porque o tom de sua carta é o que chamamos, tipicamente, de “conversa de botequim”. Se você não conhece o termo, é como designamos aquelas conversas em que as pessoas abordam temas supostamente polêmicos de forma rasa e com um ar de que sabem tudo sobre o assunto, sem porém apresentar nenhum fato, técnica, solução ou proposta produtiva. É o “falar por falar”, só para dizer que falou e sair do botequim achando que participou de uma conversa. De botequim, claro.

De qualquer forma, agradeço a iniciativa. Espero que você retorne ao Brasil e passe aqui muitos anos, para conhecer o Brasil de verdade. Um Brasil com gente desonesta sim, mas também com gente que pensa. Com bandidos sim, mas também com professores apaixonados pela sua arte, como a Fabiana Roque e a Cacau Nicolau. Um Brasil com políticos desonestos e com eleitores tão desonestos quanto eles, mas com garis que devolvem dinheiro quando encontram e funcionários de multinacionais que abrem processos internos para combater a falta de ética na empresa, mesmo sabendo que empresas cujas matrizes ficam em seu país não tomam atitude alguma, para não comprometer os resultados.

Um Brasil aonde a vida é muito fácil para quem tem muito dinheiro (fica difícil não gostar daqui quando se é rico), mas que exige que milhões de brasileiros vivam de forma muito difícil para manter as privadas dos ricos limpas e cheirosas.
Você é bem-vindo de volta, Mark. Se puder, traga na mala, por favor, a objetividade dos “gringos”. Objetividade para propor soluções ao invés de somente ficar criticando (porque essa segunda atitude já abunda em nossas terras). Objetividade para fazer alguma coisa para melhorar a vida das pessoas ao invés de ficar somente falando (vale o comentário anterior). Objetividade para dar o exemplo ao invés de apontar o dedo (e mais uma vez o comentário é válido).

Espero que o Brasil esteja muito melhor quando você escrever sua próxima carta, e de coração, espero que você sinta o orgulho de ter feito alguma coisa para que essa melhora tenha ocorrido.

Com o afeto típico dos brasileiros,
Luciano Palma, um brasileiro.

"Hey, entrepreneurs, leave them kids alone"

É sempre bom conversar com a Wanessa Rengel. O assunto de hoje foram os “empreendedores-prodígio”.
Prodígios existem. Um deles é o Pedro Carrijo, com sua história tão impressionante quanto emocionante. Admiro a família do Pedro. Isaura e Edilson Carrijo (os pais) apoiam os filhos com um amor contagiante (Pedro programa e Natália canta).
Conheci Pedro no The Developer’s Conference e ele palestrou num evento do GBG na Intel com 14 anos.
Conversando com o Edison, tive uma “lição de ser pai”. Pedro é muito assediado, e todos o orientam a “empreender”. O pai, com tanta sabedoria quanto simplicidade, me explicou que orienta o filho de uma forma diferente. “Ele primeiro precisa aprender o que é trabalhar. Como ele vai ter funcionários e respeitá-los se nunca tiver trabalhado como funcionário?” (Pedro trabalha para uma empresa de Americana, como jovem aprendiz, mas os estudos têm prioridade máxima).
Essa enorme inteligência e lucidez é capaz de controlar a ansiedade e a ganância, proporcionando ao Pedro as oportunidades para trilhar o caminho certo: o do crescimento passo a passo, sem “queimar etapas”.
Por outro lado, é comum ver filhos de empresários endinheirados autorrotulando-se como “empresários-prodígio”. Citamos um caso bem popular, que precisou inclusive ser explicado depois, uma vez que a história “marqueteada” não era muito condizente com a verdade.
Com dinheiro, qualquer criança vira “empresário-prodígio”. É só o pai bancar uma estrutura por trás e o fato de ser uma criança vende a notícia. Porém… qual o custo disso?
Uma coisa que a Wanessa trouxe foi: se essa criança atingir o auge muito rápido, o que virá depois? Como ela continuará crescendo? O que a motivará? As portas para a ganância, mas pior ainda, para as drogas e até para o suicídio podem estar sendo escancaradas para esse adulto que vai levar consigo o buraco que lhe fizeram na infância ou na adolescência, muito provavelmente movido simplesmente pelo ego e pela vaidade dos pais.
O ser humano precisa viver suas etapas. O adolescente tem o corpo cheio de hormônios, que estão definindo muita coisa em sua vida. Afogar esses hormônios com o cortisol que um “empreendedor-prodígio” produz pelo stress de “ter que ter sucesso num mundo competitivo” pode deixar sequelas graves e permanentes.
Por que essa neura de “bater recordes” e de querer adiantar tanto as coisas? Tire um feto da barriga da mãe aos 3 meses e ele morre. Não façamos isso com nossas crianças!
Deixem nossas crianças em paz. Deixem nossos adolescentes em paz. Não sou contra educá-los para se tornarem empreendedores (muito pelo contrário), mas não coloquem essa carga neles antes da primeira menstruação (no caso de meninas, óbvio). Deixem-os serem humanos, não os tranformem em robôs. Ou pior… em marionetes!

Parem com o "GO, GO, GO"!

O ritmo de nossas vidas nunca foi tão insano. Queremos resultados imediatos, e quando os conseguimos, queremos mais resultados e ainda mais rápidos. Cada lemming que consegue chegar mais rápido ao abismo faz com que o próximo da fila acelere ainda mais seu passo…

Junte-se a isso o fato de vivermos em estruturas hierarquizadas, com uma linha de comando e controle digna dos séculos passados. Quem está em cima manda, quem está embaixo “que crie juízo”.

Ao contrário do que propôs Newton, porém, nessas estruturas os benefícios “caem para cima”. E os beneficiados querem sempre mais e mais, e sempre mais rápido. Surge então a teoria da motivação: é necessário um mecanismo que mantena a fila de lemmings andando cada vez mais rápido.

Chicotes fizeram seu papel por algum tempo, com uma eficiência razoável, porém a humanidade começou a achar um pouco demais. Os chicotes foram trocados por espelhos e depois por cenouras, elegantemente batizadas com um termo importado: “bônus”.

Os treinamentos e eventos rotulados como “motivacionais”, se olhados a 10.000 pés de altura, beiram o ridículo. Nenhum funcionário quer participar, mas “pega mal” faltar. O diretor vai abrir o evento (e voltar para sua luxuosa rotina depois de falar 10 minutos, porque ele é importante demais para passar o dia todo com pessoas “normais”). O chefe vai fazer chamada — não de forma idêntica à que era feita na escola, mas uma “chamada psicológica”. É melhor não comprometer o plano de carreira. É melhor ir.

O consultor que coordena o adestramento não tem ideia do que é o dia a dia de quem está lá, porque o “briefing” foi feito no ar-condicionado do gerente, que mostrou o lado reluzente da equipe (aquele que normalmente não existe fora dos relatórios) e passou a lição de casa para o consultor, ou seja: o plano infalível para atingir os números que dão direito à sua grande cenoura, sejam esses números reais, relevantes, factíveis ou não. Eles precisam constar do relatório final. Bingo!

Aí entram os “gritos de guerra” motivacionais. Um dos mais conhecidos é o “Go, go, go”. Ele é tão tribal e tão intimidador que alguns funcionários acabam repetindo-o, provavelmente movidos pelas regiões primatas do cérebro.

O problema do “Go, go, go” é que ele está no imperativo. Não se motiva no imperativo. Se alguém está motivado para fazer alguma coisa, ele não precisa receber uma ordem para fazê-lo. Muito pelo contrário, um funcionário muito motivado tem que ter o apoio do chefe para PARAR de fazer o que está motivadamente fazendo: “Fulano, você está trabalhando demais. Seu trabalho é excelente e é inspirador ver você tão motivado, mas você também precisa cuidar se sua saúde física e mental. Pare por hoje e divirta-se um pouco. E parabéns pelo que você já fez! Estou impressionado com seu desempenho!”. Se você nunca ouviu nada parecido de um chefe, me desculpe, mas você nunca teve um bom chefe.

Outro problema do “Go, go, go” é que ele é um tanto covarde. Quem ordena “Go, go, go” manda O OUTRO para o front. Ele mesmo, não vai. “Go, but YOU go!”. Além da motivação de verdade não precisar de ordens, o líder de verdade sempre “vai” junto com o time. E o time QUER ir, ninguém precisa mandar. O mais aceitável seria um “Let’s go!” (o que indica que o líder também vai), ou melhor ainda, um “Let’s keep going!”. O líder já está envolvido, e quer continuar envolvido. Todo mundo quer ir, não é o chefe que manda que OS OUTROS vão.

Da próxima vez que lhe vier à mente dizer “Go, go, go”, pare e pense. Você pode estar sendo um lemming que está se auto-empurrando para o abismo, ou você pode estar sendo um chefe explorador e injusto, que manda seus funcionários para o abismo, mas que não quer saber de se expor e nem de suar a camisa. Aquela camisa, aliás, que você mesmo disse no começo do treinamento que todo mundo tem que vestir…

Porque é inteligente contratar mais mulheres

Nos últimos meses, tenho acompanhado algumas ações de inclusão de mulheres no mundo da tecnologia.
Nesse contexto, conheci pessoas fantásticas, com muita disposição para tornar nossa sociedade um lugar melhor para se viver.

GBGWomenSP
Encontro do GBG Women em São Paulo.

 
Analisando o tema, cheguei à conclusão que a decisão mais inteligente para uma empresa de tecnologia é contratar mais mulheres.
Antes de começar o raciocínio, porém, quero colocar algumas premissas que considerei:

  1. No mercado de tecnologia, a habilidade para criar e produzir não tem relação com gênero. Homens e mulheres são igualmente capazes para atuar neste setor.
  2. O número de mulheres na área de ciências, tecnologia, engenharia e matemática (STEM) é 3 vezes menor do que o número de homens.
    (fonte:  http://www.esa.doc.gov/sites/default/files/womeninstemagaptoinnovation8311.pdf)
  3. A qualificação está distribuída de forma homogênea entre os profissionais do mercado.
  4. As empresas sempre contratam os profissionais mais qualificados.

Tenho consciência que as premissas 3 e 4 não são necessariamente verdadeiras, mas utilizei-as somente para facilitar o desenvolvimento do raciocínio. Ainda assim, espero que você também conclua que a análise continua válida.
 

Distribuição da qualificação dos profissionais

Em qualquer mercado, existem profissionais melhores e piores. Nessa análise, atribuí um número (de 1 a 10) para representar a qualificação de cada profissional. De acordo com nossas premissas 1 e 3, podemos representar um universo de 20 profissionais da seguinte forma:

Se uma empresa precisar contratar 10 profissionais desse universo, e considerando a premissa 4, a melhor seleção seria a seguinte:

 

  • A relação entre homens e mulheres está balanceada
    (50% de homens e 50% de mulheres).
  • A qualificação média da empresa é 8,0.
  • Os profissionais menos qualificados possuem um nivel “6”.







 

[Má] Distribuição de profissionais por gênero

Na realidade, poucas empresas de tecnologia possuem quadros tão balanceados quanto o anterior.
Veja o que acontece quando uma empresa contrata 70% de homens e 30% de mulheres neste mesmo universo:

 

  • A qualificação média da empresa caiu para 7,6.
  • O profissional menos qualificado possui um nivel “4”.









E se levarmos a relação para 90% de homens e 10% de mulheres, teremos:

 

  • A qualificação média da empresa caiu para 6,4.
  • O profissional menos qualificado possui um nivel “2”.









Infelizmente, a maior parte das empresas se encontra em uma situação entre as últimas duas tabelas.
Pelo simples fato de termos uma distribuição menos balanceada entre gêneros, nossas empresas são menos produtivas do que empresas balanceadas.

Conclusão: Contrate mais mulheres!

Se sua empresa é composta de mais homens do que mulheres, contrate mais mulheres! Balanceie sua empresa. As vantagens trazidas por essa decisão vão bem além dos pontos abordados neste post (ambientes equilibrados são mais agradáveis, possuem maior diversidade e, consequentemente, tornam-se mais inovadores).
É a decisão mais inteligente para a sua empresa. É a decisão mais consciente para sua sociedade! 🙂
 

A Hipocrisia por trás da “Sustentabilidade”

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As pessoas aparentemente acordaram para a necessidade de agir com responsabilidade em relação ao meio ambiente. E os departamentos de marketing já perceberam, há algum tempo, que o tema pode ser explorado comercialmente.
Infelizmente, o que tenho visto é muita exploração comercial do tema e pouca genuinidade nas ações. Muitas empresas estão criando máscaras de sustentabilidade para faturar de todos os lados: seja lucro para a imagem, seja lucro no bolso mesmo, às custas  advinhe de quem? Sim, em cima de você, consumidor!
Os casos clássicos são os das sacolinhas e o das faturas e extratos em papel.
Coincidência ou não, nos dois casos o principal beneficiado não é o planeta, como diz a propaganda enganosa – são as empresas que promovem suas campanhas de redução de custos pintando a própria cara de verde. E o bolso também, só que no bolso é outro verde que entra…
A atitude que desmascara os bancos é o fato que eles querem economizar o papel e o custo de postagem quando o conteúdo é uma necessidade sua, mas não economizam quando o interesse é deles: algum banco deixou de enviar propaganda impressa para você? E num papel que é muito mais poluente, impresso em 4 cores (quando não inclui o dourado). Ah, isso não polui, mas o seu extrato destrói as florestas. Sei, sei…
E o lobby para “proibir” as sacolinhas em supermercados? É um escândalo, e seria ridículo se não fosse uma agressão ao consumidor.
Sacolinhas “sufocam o planeta”? Ok, mas bem que os supermercados tentaram vendê-las, né? Aí elas não sufocavam mais!!! Fizeram furinhos nas sacolinhas, foi?! Poupe-me!!!
O pior é como fazem o consumidor de idiota. Posando de bonzinhos e coitadinhos, os supermercados farão o “FAVOR” de dar sacolinhas até abril. E depois disso? PROBLEMA SEU!
Se os supermercados estivessem REALMENTE preocupados com sustentabilidade, começariam não revendendo produtos com embalagens enganosas. Exemplo? Caixas de sabão em pó do tamanho da de 1 Kg, mas que só contém 900g.
Hoje notei um outro “golpe” interessante: a Colgate faz uma promoção e coloca 2 pastas de dente numa caixa que é do tamanho de 3 pastas. É “legal”, porque a embalagem cita que tem 2 pastas no espaço de 3 (sem dar destaque, é claro), mas é ilegítimo, porque fica clara a intenção de ludibriar o consumidor.
O que o supermercado tem com isso? Oras, supermercadistas entendem de varejo e portanto, de logística. Um caminhão que transporta essas embalagens enganosas anda com somente ⅔ da sua carga, porque ⅓ é espaço vazio para enganar o consumidor.
Isso significa um consumo de 50% a mais de combustível em prol da malandragem. Isso sim, “sufoca o planeta” muito mais do que as sacolinhas.
Se os supermercados estivessem MESMO preocupados com o planeta, recusariam este produto.

E você? Quer mesmo ser sustentável?

Então instale um bom filtro de água em sua casa.
São 2 vantagens imediatas:
1. Economia: 2 copos de água filtrada (cerca de 500 ml) custam R$ 0,0007 (pegue sua conta de água e faça as contas), enquanto uma garrafa de 500 ml água não costuma sair por menos de R$ 2,00. Em outras palavras, a água engarrafada é 2.500 vezes mais cara do que a água filtrada!
2. Sustentabilidade: 1 garrafa de 500 ml possui cerca de 13 gramas de plástico.
Uma sacolinha não pesa nem 2 gramas e costuma ser reutilizada ao menos uma vez.
Tomar uma garrafinha de água, portanto, “sufoca” o planeta 13 vezes mais do que usar uma sacolinha.
Essa hipocrisia no uso do tema causa o problema de sempre: os bons pagando pelos maus. Como as pessoas estão percebendo que muitas empresas só usam o assunto para ter benefício próprio, aquelas que têm preocupação real com o meio ambiente acabarão sendo “colocadas no mesmo saco”, e a questão da sustentabilidade pode cair no ostracismo por culpa dos malandros de sempre… o Planeta lamenta.

Da escravidão a Star Wars: não mudou nada

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Ultimamente, os versos de Caetano têm ecoado cada vez mais fortes: “porque Narciso acha feio o que não é espelho”…
Se já podíamos considerar Narciso medíocre por sua atitude, os atuais Neo-Narcisos conseguiram estabelecer novas dimensões de mediocridade autista.
Porque ao contrário do espelho de Narciso, que refletia seu rosto, o espelho dos Neo-Narcisos já vem de fábrica com uma imagem pré-definida.
Os Neo-Narcisos nunca olham para sua verdadeira imagem. Seus espelhos são suas máscaras. Convencem-se de ser a imagem que vêem no espelho, sem questionar se é aquela que gostariam de ser e de ver, mas pior ainda, sem nunca se questionar se aquela é realmente a imagem de si mesmo.
Neo-Narcisos não têm mais nomes, pois seus cargos dizem quem eles são. Não são procurados pelas pessoas pelo que são, mas pelos cargos que exercem.
No espelho, a imagem está feliz, então os Neo-Narcisos precisam também estampar um sorriso no rosto. E no Facebook, e no Twitter… porque precisam manter a coerência com a imagem do espelho.
Para não se deparar com suas imagens reais, utilizam o artifício de esgotar seu tempo. Ou então a “fuga alternativa”: usar o espelho reserva, com magníficas imagens do circo do Stromboli, que dos tempos do Pinóquio para cá andou mudando de nome…

Escravos
Escravos, obedecendo...

Stormtroopers
Stormtroopers, obedecendo...

Neo-Narcisos são zumbificados, como os Stormtroopers de Star Wars, programados para obedecer a uma hierarquia.
A programação é tão intrínseca que os poucos troopers que conseguem se destacar, ao invés de usufruir a opção de serem livres e de quebrarem seus espelhos… criam hierarquias mirins, à imagem e semelhança daquela  que lhes deu origem.
Não é raro que, assim como os escravos que recebiam sua alforria e passavam a comprar escravos, troopers que se libertam das garras do Império montem suas “startups” e imediatamente imprimam cartões com títulos que até então consideravam “opressores”.
O objetivo? “Crescer” e ter muitos troopers a lhes servir.
Os escravos eram negros; os troopers são brancos, mas o modelo é sempre o mesmo…

E o Rei continua nu

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Ilustração de Bertall para o conto A Roupa Nova do ReiSe você conhece a parábola d’A Roupa nova do Rei, já deve ter usado a expressão “o Rei está nu”.
Pois os nossos atuais “Reis” continuam elegantemente nus. O problema em afirmar isso é ser chamado de burro pelos atuais “inteligentes”.
Falando abertamente: sou um brasileiro privilegiado. Tive oportunidade de estudar e fazer uma faculdade (com muito empenho e orgulho). Fiz até um MBA (ok, este não exigiu empenho e dele não me orgulho… aliás, eu não recomendo).
Na atual sociedade brasileira, porém, sou considerado um grande burro. Porque só os “inteligentes” enxergam a roupa nova do Rei. E eu só vejo “Reis” totalmente nus.
Eu vejo uma sociedade doente, de escravos brancos fingindo serem felizes e se acabando em antidepressivos, bebidas, consumismo exacerbado e outros subterfúgios.
Vejo uma sociedade materialista, onde um lixeiro honesto não tem honra, mas jogadores de futebol que assassinam gente com seus caros brinquedos, consomem drogas e desobedecem as leis são idolatrados. Isso sem falar nas pessoas que atingem o “sucesso enlatado”, materializado em carros esportivos, iates e jóias, que ofuscam os métodos utilizados para obtê-los.
E os atuais “inteligentes” continuam se auto-enganando, fingindo viver uma vida saudável num ambiente insalubre. Alguns chegam até a se convencer disso, sendo assim considerados ainda mais “inteligentes”. São os “inteligentes” que acham normal pagar 100 mil Reais por um automóvel (que – diga-se de passagem – um americano paga um terço) simplesmente porque, com sua “inteligência”, conseguem obter tais recursos. Ou fingir que obtém, afundando-se em financiamentos plurianuais. E saem todos felizes às ruas, nus em suas “roupas de Reis”, uns fingindo ver os belos trajes dos outros. Todos nus.
E o “esperto alfaiate”, por onde anda?
Este está “no topo da cadeia alimentar”. É ele que inicia todo o processo de nudez, iludindo o primeiro “Rei”.
São os “novos alfaiates” que estipulam, em suas nababescas alfaiatarias, as taxas de juros que serão pagas pelos “inteligentes” peladões.
Eles que determinam os preços insanos nos supermercados da “Realeza in natura”. Eles que fixam valores surreais para ligações telefônicas, planos de saúde, automóveis que tão invisivelmente cobrem a nudez dos “Reis”.
“Reis” que repassam a farsa a seus súditos, pois não se importam em pagar montes de dinheiro por uma bela “Roupa nova” – basta repassar o preço para os plebeus que eles dominam.
Uma pizza custa 10% de um salário mínimo? Sem problemas: aumente o preço do vinho que você revende para 50% do salário mínimo e pague-a com seu enorme lucro. E o “Rei” que compra o vinho? Simples: basta aumentar o preço do terno que ele revende para 2 salários mínimos, com um lucro grande a ponto de manter a ciranda girando… mantendo o desfile de “belíssimas Roupas novas”.
É claro que os “Reis” estão simplesmente girando em falso na sua nudez e na sua ganância, repassando para os “plebeus” o abuso imposto a eles pelos “espertos alfaiates”.
Infelizmente, os “alfaiates” têm se mostrado “espertos” a ponto de realizar mutações que impedem a queda de suas máscaras. E continuam rindo dos “Reis”, que continuam nus, nuzinhos…
Reflita sobre isso e responda silenciosamente para você mesmo, diante do espelho mais nítido da vida que é sua consciência: que roupa você vai vestir hoje?

ReTweetspectiva 2011 – Parte 4 (Tecnologia e Comunidade Técnica)

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Nestes dias publiquei os Tweets da ReTweetspectiva 2011, nas categorias Sociedade & Comportamento e Mídias Sociais e Mundo Corporativo.
Confira hoje a última lista da série, com os Tweets mais interessantes de 2011 na categoria Tecnologia & Comunidade Técnica.

  • O grande Professor PaCu disse um dia: “A palavra chave é Comunidade”. Não sei se ele sabia o quanto ele estava certo. (17/1)
  • Por que será que toda vez que um desenvolvedor resolve “ajudar” o usuário, ele implementa algo que o usuário não entende ou não quer? (15/2)
  • Vamos ver se alguém assume: Alguém lembra ter dito, no lançamento, q o iPad seria um fracasso e q não serviria pra nada? (18/2)
  • Queria ter um iPad só para não poder rodar flash. A vida deve ser bem melhor sem ele (flash). (18/2)
  • Lá atrás, Bill Gates teve a visão de colocar um PC em cada mesa. Hoje, Google e Apple têm a visão de tirá-los. (25/3)
  • Comunidade e Competição: dois conceitos que não combinam. Um mata o outro. Praticamente uma antítese. (15/4)
  • Nerds falando em 1080p. E a galera se divertindo em 140c. Tudo fica mais simples e divertido quando envolve GENTE. (19/4)
  • Pousou uma mosca no monitor. Tentei tirar com o mouse. Tenho problemas? KKKK (21/4)
  • Vc está efetivamente usando a nuvem qdo te perguntam: “Que Sistema Operacional vc precisa?” e vc responde “Qualquer um!” (23/4)
  • Interesses e propósitos comuns constróem comunidades. Agendas ocultas as destróem. (24/4)
  • Todo mundo fala em 99,9% de disponibilidade nos sistemas. Será que eu sempre caio no 0,1%??? #muitoestranho (11/5)
  • Quanto tempo até o termo “click” virar “tap”? (23/5)
  • Sou a favor de evoluir o OLPC para OiPC – One iPad Per Child. Ensinar sem tablet será arcaico. (29/5)
  • Instalar a nova versão. Coisa que o usuário da era pós-PC não vai mais saber o que quer dizer… (23/6)
  • Numa comunidade, decisões top-down não funcionam. O verdadeiro líder é aquele que ratifica o que a comunidade pensa. (1/7)
  • Se um líder se põe a ditar regras para uma comunidade, ele torna-se exatamente isso: um ditador. (1/7)
  • A última q tentou se segurar cobrando por patentes ao invés de desenvolver bons produtos foi a Novell. O que é dela, hein? (6/7)
  • 1 pessoa de opinião q acredita no q vc fala e repete é um influenciador. 1 pessoa sem opinião q repete o que você fala é um papagaio. (27/7)
  • Adoro essas previsões para 2015… Só que ninguém previu o sucesso do iPad em 2006, né? (13/9)
  • Obrigado Jobs. Descanse em paz. (5/10)
  • 1 coisa q aprendi na Comunidade Técnica: Paixão tem q estar acima das métricas. Paixão faz métricas. Métricas matam paixão (9/10)
  • Atraia pessoas c/ $-benefícios e vc terá mercenários enquanto durar o estoque. Atraia com 1 causa e vc terá 1 comunidade. (7/12)
  • Tente calar um influenciador e vc perderá um influenciador. Perca um influenciador e vc terá um detrator #SocialMediaBasics (28/12)

ReTweetspectiva 2011 – Parte 3 (Mundo Corporativo)

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Ontem e anteontem publiquei os Tweets da ReTweetspectiva 2011, nas categorias Sociedade & Comportamento e Mídias Sociais.
Confira hoje os Tweets mais interessantes de 2011 na categoria Mundo Corporativo.
(Amanhã serão postados os Tweets da categoria Tecnologia & Comunidade Técnica).

  • Gerenciamento baseado só em números, valorização do indivíduo e não do todo, foco só em resultado, sem causa = clima ruim e conflitos = fail (13/1)
  • Quando gente fraca é premiada pela empresa, o que vc pensa primeiro? Que a empresa é fraquinha ou que ela está politizada? (15/1)
  • Quando o fornecedor de serviço começa a argumentar com o contrato na mão, o relacionamento acabou. Só sobrou a transação. A última. (19/1)
  • Empresas são fábricas de moer gente e criatividade – Marcos Cavalcanti, ontem, no café filosófico. #fato (24/1)
  • Gerente não é quem coloca os outros para trabalhar para ele. Isso é malandro. Gerente é quem trabalha junto com os outros. (17/2)
  • Dan Pink explica tudo em Drive: Bônus em $$ matam a criatividade e a motivação. Fica claro pq algumas empresas não inovam mais há tempos… (23/2)
  • Empresas perceberão q estão perdendo os talentos mais criativos e mantendo os mais obedientes: uma barreira p/ a inovação. (13/3)
  • Ainda bem que padaria não tem CEO. Os padeiros ficariam ricos, mas nós ficaríamos sem pão… (20/3)
  • Se a 1a. reação é desqualificar o reclamante, a empresa não está interessada em resolver o problema, muito menos em aprender no processo. (21/3)
  • Chega a ser cômica a ladainha “a satisfaçao dos seus clientes é o principal foco da empresa”. Se fala isso, pq não faz? #lucrolucrolucro (24/3)
  • O email é o esconderijo do gerentóide. A alternativa é a sala de reuniões, com seus peixinhonetes simulando atividade… (19/4)
  • Quem procura gente jovem, inteligente, dinâmica, experiente, etc por 2.000 reais, está querendo enganar ou ser enganado? (19/4)
  • Empresas FALAM em humanizar suas marcas e AGEM de forma desumana. Pq assumir somente 1 característica humana (e negativa) – a hipocrisia? (27/4)
  • A prisão ao presente é a maior barreira à inovação. #mundocorporativo (29/4)
  • O mascarado sempre defenderá o Status Quo, porque qualquer movimento diferente poderá fazer cair a sua máscara.
  • Vc tem autonomia na empresa? Calcule assim: em % do seu salário, qto $ da empresa vc pode gastar sem ter q dar satisfação a ninguém? (5/5)
  • Empresas que tiram a autonomia das pessoas tornam-se lentas. Sem autonomia, as tarefas ficam paradas, aguardando aprovação (6/5)
  • Vc reclama da empresa e ela responde: “Ah, mas é só vc. Temos dados q o resto gosta”. O q vc pensa?? (inclusive dos dados) (11/5)
  • Gerente ruim é como câncer: se não for extirpado, toma as células vizinhas, cresce e compromete o órgão. Com o tempo, pode matar a empresa. (11/5)
  • Se a empresa ainda chama seus consumidores de “audiência”, é porque ela está no tempo do Broadcast, não? #omundomudou (20/5)
  • Quando uma empresa que nasce startup faz o INITIAL Public Offer, é o começo… ou o fim dela? (28/5)
  • Se é sabido que as empresas pequenas são mais ágeis, porque elas insistem em crescer? #depoisnaoreclama (28/5)
  • Respeito à propriedade intelectual é OK. Mas essa “mercado negro” de patentes está virando uma bola de neve ruim para o mercado. (30/5)
  • Cada vez que uma empresa grande compra uma menor, eu e você, consumidores, pagamos o pato. (2/6)
  • Qdo a empresa fica muito preocupada em proteger o que ela já inventou… é porque ela se tornou incapaz de inovar mais? (10/6)
  • É incrível o quanto algumas pessoas, olhando só para seus umbigos, podem fazer mal às empresas em que trabalham…(13/6)
  • Quer atender MAL? Peça para o cliente anotar um número de protocolo… #atendimento #fail (17/6)
  • Quando você cortar custos, não tente enganar seu público dizendo que fez isso pensando nele… #transparencia (17/6)
  • A falta de transparência é típica de empresas pequenas. De espírito. (20/6)
  • Ñ entendo gte q se enrola em época d fechamento. Se trabalhou bem durante o ano, fechamento é só +1 processo, previsto e planejado #magestao (22/6)
  • A empresa está dominada quando os bons são desvalorizados, visando evitar que levantem a barra que os protegidos já não conseguem alcançar (23/6)
  • Qdo vejo 1 empresa comprando patentes p/ ganhar $ lembro do riquinho da escola, q ñ conseguia passar d ano e pagava p/ alguém fazer a prova. (28/6)
  • Toda fusão implica em redução da concorrência. Toda redução de concorrência prejudica o consumidor. PdA e Carrefour estão nos lesando. (28/6)
  • Dá para alguém fazer um bom trabalho de marketing sem conhecer o produto do qual faz o marketing? (29/6)
  • Essa eu ouvi do RH de uma empresa q se diz inovadora: “Fulano foi demitido pq achava que as coisas tinham que ser feitas de modo diferente” (2/7)
  • Clientes gostam quando você entrega mais cobrando menos. E óbvio, reclamam quando você entrega menos cobrando o mesmo. (4/7)
  • Comprar patentes é o plano de aposentadoria para empresas que não conseguem mais inovar. (7/7)
  • Curva forçada demonstra que o RH não considera seus gerentes competentes a ponto de lhes dar autonomia. (12/7)
  • O bom profissional não é aquele que defende a empresa em que trabalha. É aquele que trabalha na empresa que defende. (12/7)
  • Pior do que demitir bons funcionários por questões políticas é ficar com os ruins pela mesma razão. #gestão (13/7)
  • My way or no way pode gerar transação, mas nunca relacionamento. A doença da visão de curto prazo… (13/7)
  • Cada minuto olhando para uma planilha é um minuto a menos olhando para um cliente. (14/7)
  • Se uma empresa/pessoa é arrogante a ponto de achar-se superior a tudo e a todos, ela limita-se a 1 caminho p/ o futuro: a descida. (23/7)
  • Consultoria é construir uma solução junto com o cliente, com espaço para questionamento. Senão vira delivery. (1/8)
  • A empresa esfola o funcionário. Aí c/ parte dos recursos economizados, paga palestra motivacional p/ dizer “Não tomem postura de vítima”… (4/8)
  • Assumir q temos empresários extremamente gananciosos e recursos despreparados e ineficientes é um duro 1o. passo rumo ao 1o. mundo… (14/8)
  • Nokia to Apple: “What if you have a great CEO and he quits?” Apple to Nokia: “And what if you have a terrible one and he stays?” (25/8)
  • A “patente” de uma pessoa deve refletir o respeito que ela goza. A recíproca tem que ser consequência, e não causa. (26/8)
  • O problema das hierarquias é acreditar q o poder está nos cargos/títulos, e não nas ideias das pessoas (ainda q “comuns”) (26/8)
  • Dê ideias e te pedirão foco. Dê foco e te pedirão um tempo. Dê um tempo e te pedirão ideias. (28/8)
  • Funcionários não pensantes e descomprometidos. Uma economia que custa clientes. (29/8)
  • Quando a maior preocupação de um atendimento é fechar protocolos, vc não tem um atendimento, vc tem um fechamento. (29/8)
  • Gerentóides depõem contra o RH. Se o RH não os demite, é porque está gerentoidizado também. (30/8)
  • O gerentóide medíocre destrói boas equipes e rodeia-se de pelegos mediocremente obedientes. (1/9)
  • Você não vende um novo produto dizendo: “Lembra o último produto que te vendi? Era uma porcaria, então compre este agora!” (13/9)
  • Startup NÃO É um réplica em escala 1:1000 de organizações-mamute do século passado. Crie modelos, não copie o passado. (15/9)
  • Se vc ñ pode mudar seu scorecard a qq momento, vc está proibido de inovar. Inovação ñ acontece em compasso c/ o ano fiscal (17/9)
  • Delegar. Verbo usado por gerentóides p/ fazer outros trabalharem por eles. Se der errado a culpa é dos outros. Se der certo, tomam méritos (28/9)
  • Quando o foco das pessoas da empresa passa a ser o seu próprio bônus, a empresa perde o foco. E o propósito. E o mercado. (28/9)
  • O “cada um por si” que existe hoje dentro das empresas as corrói por dentro. E ninguém vê porque é “cada um por si”… (28/9)
  • Engraçado: empresas falam tanto q valorizam as pessoas… e qdo os números caem, qual a primeira coisa q cortam? PESSOAS! (29/9)
  • A empresa é correta à medida da coerência entre o seu catálogo e o manual de instruções do produto (faz o que promete). (31/10)
  • O mais monótono no mundo corporativo é que ninguém assume uma posição. É o mundo do “veja bem”… (5/11)
  • Porque falar é fácil… O discurso das empresas tem cada vez menos credibilidade. O abismo entre o discurso e a ação é gritante. (28/11)
  • Você só consegue enxergar as pessoas se parar de olhar só para os números. Ironicamente, isso fará os números crescerem… (20/12)
  • Quando o argumento contra uma mudança for “mas é assim que todo mundo faz”, conforme-se: você está num ambiente mediocrizado. (21/12)
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