Redes Sociais

Interrupção ou Significado? Alguma dúvida sobre o lado a escolher?

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A maior parte dos livros sobre Mídias Sociais aborda a questão da “inversão do vetor do Marketing”, ou a mudança do Broadcast para o Socialcast.
De fato, hoje o valor das recomendações é mais forte do que nunca, e a comunicação “horizontal” (entre pessoas comuns) é tão relevante quanto a comunicação “vertical” (empresa-consumidor). Ou até mais!
Há, porém, outra mudança em andamento na forma de comunicação entre empresas e consumidores.
A transição que está acontecendo em paralelo é a adoção de mensagens com significado ao invés de mensagens de interrupção.

Mensagens de Interrupção

São as mensagens que estamos acostumados a receber, normalmente através do principal meio de comunicação de massa (broadcast) – a televisão. Os comerciais de TV são tão interruptivos que sua veiculação ocorre no “intervalo” da programação. O filme é dolorosamente esfaqueado, normalmente nos momentos de maior suspense, para que o espectador seja obrigado a assistir os comerciais.
Essa propaganda “goela abaixo”, tão utilizada durante tanto tempo, pode ter efeitos até mesmo contrários aos planejados.
Traduzi livremente um trecho do livro “The next evolution of Marketing”, de Bob Gilbreath, que ilustra isso:

“A interrupção, por si só, é irrelevante.
Quando há uma interrupção abruta de uma dada atividade, nós estamos treinados a olhar através da interrupção e continuar aquilo que estávamos fazendo, pensando ou assistindo antes. Um estudo realizado por Moshe Bar, diretor do Laboratório de Neurocognição Visual da Escola de Medicina de Harvard, mostra que quando forçamos espectadores a assistir anúncios, na realidade estamos comprometendo nossas vendas. De acordo com Bar:
Experimentos em psicologia cognitiva demonstraram que quando as pessoas precisam ignorar um estímulo de forma a atingir outro objetivo, além de ficarem incomodadas, elas acabam realmente detestando a distração. E este aborrecimento é muito específico ao estímulo. Portanto, se estou interessado no placar de um jogo, mas sou forçado a assistir um comercial de um novo vinho merlot antes, é provável que criarei uma aversão àquela marca de merlot, o que proporcionará ao anunciante um efeito oposto ao pretendido.’”
Bob Gilbreath, em “The next evolution of Marketing”, com citação de Moshe Bar.

Isso ficou muito evidente no domingo passado, quando a Rede Globo interrompeu a transmissão do GP da Europa de Fórmula 1 e deixou de transmitir as imagens do pódio – diga-se de passagem, imagens das quais a Globo detém a exclusividade – para veicular comerciais dos patrocinadores da Copa do Mundo.
As pesquisas de Bar (confira este artigo) dizem que aqueles anunciantes estão criando uma imagem negativa na mente dos consumidores. De fato, o que você pensa na hora é: “Eu queria estar vendo a ‘festa do champagne’ ao invés dos comerciais da Coca-cola, Itaú, Brahma, Oi, Fiat e Olimpikus”.
Possivelmente, estas marcas estão gravadas na mente dos fãs da F1 como “aquelas que interromperam o evento que eu queria ver”. Nada bom…

Mensagens de Significado

Se interromper é inadequado, como uma empresa pode prender a tão disputada atenção do consumidor?
Simples: elabore uma mensagem que tenha algum significado para seu receptor. Seu cliente não quer saber de você. Ele quer saber DELE. Ele não compra de você para lhe ajudar. Ele compra porque ele quer satisfazer A SI PRÓPRIO. Ele não vai (e nem deve) trocar o dinheiro dele por algo que é bom para você, mas por algo no qual ELE vê valor.
Acho que isso deixa bem claro que para convencer um consumidor a escolher seu produto, você não deve falar do SEU ponto de vista, ou seja, enobrecendo O SEU produto, mas sim do ponto de vista DELE, das necessidades que ELE tem, dos desejos que ELE tem, das expectativas que ELE tem.
O segredo é falar COM seu cliente, SOBRE seu cliente. Uma mensagem com a qual ELE se identifique. Uma mensagem que ELE peça para continuar. Desperte nele a sensação de ter sido entendido e amparado para suprir suas necessidades. Uma conversa com SIGNIFICADO para ELE.
E adivinhe! Ao final desta conversa, seu cliente vai perceber que ele poderá alcançar algo significativo ATRAVÉS dos seus produtos ou serviços. Ele não comprará SEU produto, mas satisfará uma necessidade DELE através do seu produto.
Imagine como a “programação” que você fará na mente deste consumidor será diferente daquela das empesas que – DAMN IT!!! – me impediram de ver o pódio da F1!

Palestra no Social Media Brasil: Mídias Sociais para Empresas

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Hoje, 24/6, é o primeiro dia do Social Media Brasil.
O tema de minha palestra é “Mídias Sociais para Empresas – como partir da Estratégia e chegar à Execução com Sucesso”. Um nome grande, que reflete a extensão do assunto.
Com tudo o que vem sendo publicado sobre Redes Sociais (é rara a semana que um meio de comunicação importante não toque no assunto), muitas empresas estão se mobilizando para atuar nas Mídias Sociais,
É um movimento muito positivo para a maioria das empresas, mas conforme já discutido antes, é uma ação que deve ser realizada com profissionalismo – com muito estudo e planejamento.
”Sair fazendo” é muito arriscado, porque pode gerar desde efeitos pouco relevantes (melhor caso) até catástrofes para a imagem da empresa.

Tem que acreditar…

Já vi muitas empresas implementarem projetos olhando para o lado e copiando o que os outros estão fazendo.
Isso é muito comum quando chega uma ordem top down de alguém que ouviu um novo galo cantar e, do dia para a noite, decidiu que quer ter o brinquedo novo.
Se alguém perguntar sobre o projeto 2 anos depois, não é de se admirar que ninguém lembre do que se trata.
Projetos que nascem assim podem até gerar relatórios bonitos e – eventualmente – alguma promoção, mas normalmente não trazem benefícios significativos para a empresa – muito menos duradouros.
Um projeto de Mídias Sociais precisa ser absorvido pela empresa e comunicado claramente. Implica em envolvimento e capacitação de praticamente todos os funcionários da empresa.

Participe da discussão!

Acompanhe a discussão do Social Media Brasil – confira os slides da palestra no Prezi, no Slideshare ou ainda, assista ao vídeo.

Tendo participado do evento ou não, vamos continuar esta conversa através deste blog ou de qualquer outra forma de “socializarmos em rede”. Recursos para isso é que não faltam, então o que você está esperando?! Comente! 😉

Gerenciamento de Crises em Mídias Sociais

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Eu não sou o maior fã da Rede Globo. Muito menos do Galvão Bueno.
Que ele é uma figura arrogante e antipática não é nenhuma novidade.
No Orkut, são 129.525 pessoas em comunidade contra ele X 4.412 a favor*.
Agora, avaliando a atuação dos marketeiros da toda-poderosa emissora, percebe-se que eles estão preparados para gerenciar crises em mídias sociais.

A Crise “CALA BOCA GALVÃO”

Enquanto havia o controle do canal de comunicação (TV), o fato de 30 pessoas odiarem o Galvão para cada uma que o apóia não era um problema. A Fórmula 1 só passa na Globo, então quem gosta do esporte tem que engolir o dito cujo. Os gritos contra ele nos estádios são editados e só ficam os flashes de “Galvão, filma eu” (o assassinato à língua não me espanta).
Já nas Redes sociais, as coisas mudam. Não dá para exercer o poder e controle típico da Globo, e com isso o “CALA BOCA GALVÃO” foi parar no topo dos Trending Topics (TT) do Twitter desde o início da Copa e também no New York Times. A até agora não saiu da primeira posição!
Nem mesmo a tentativa de apelar para alguns “galãs” para plantarem um “FALA GALVÃO” funcionou.
Enquanto eram só as Redes Sociais, Globo e Galvão não se mobilizaram. Ele chegou até a declarar não saber o que é TT do Twitter!
Foi só o Brasil estrear na Copa e… BANG! Tá lá uma faixa, no meio da tela, com o “CALA BOCA GALVÃO”!
CALA BOCA GALVÃO
Aí “o bicho pegou”! “Invadiram o terreiro”!
A partir daí a Globo deu importância ao fato e tomou algumas ações. Efetivas, diga-se de passagem…
Driblou a faixa com cortes estratégicos. Estudou o estrago e planejou uma resposta que apesar de não convencer a todos (eu sou um dos “não convencidos”), foi bastante eficaz. Talvez MUITO eficaz, dadas as circunstâncias e a abrangência (global) do “movimento”.
O discurso foi bem preparado. Começou invocando a imagem de um ídolo imaculável (Ayrton Senna), carimbando o falecido como “amigo”. Apesar do Galvão adicionar sua pitada de arrogância mencionando seu filho [tentativa de chamar os twitteiros de crianças?], a decisão tomada foi correta: não negar (mais) os fatos, levar na esportiva e até tentar pegar uma caroninha.
Isso não tirou a frase dos TT do Twitter, mas aliviou a saia justa.
A Globo reconheceu o “movimento”, fugiu do confronto direto e com isso reduziu o stress da situação (na medida do possível, claro).
No geral, o gerenciamento da crise foi bem profissional e os resultados foram bons.
Isso mostra que grandes empresas (mesmo as mais tradicionais) estão se preparando para situações como essa, pois pode acontecer com qualquer um.
Afinal, a meteorologia pode errar – e nunca se sabe quando pode acontecer (ou não) uma #ChuveDeTwix em sua marca.
Mesmo sem ser fã, parabéns à Globo.
Mas por favor, CALA BOCA, GALVÃO!
* Considerando as comunidades das 2 primeiras páginas do Orkut em 16/6/2010.
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Palestrantes 2.0 e Eventos 2.0

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Na semana passada participei do evento OnWeek, da ResultsOn.
Foi um evento com foco na Geração Y, e não por modismo: @BobWollhein é um empreendedor que enxergou o potencial da Geração Y antes do termo virar essa modinha que é hoje.
As palestras foram agrupadas em 3 temas: Gestão, Inovação e Comunicação.
Algumas foram excepcionais, como a do @Bussarello, da Tecnisa – um orador fantástico, de cabelos brancos mas com um pique muito, muito jovem.
Só para dar uma idéia: eu mesmo já estava um pouco cansado do buzz da venda do apartamento pelo Twitter, mas ele mostrou que quando uma empresa acredita numa idéia e trabalha de forma séria e profissional, resultados como aquele são uma consequência natural.
Mas não é sobre isso que quero falar hoje. O recheio do evento estava, para mim, no seu FORMATO.

Um evento 2.0

O #OnWeek foi transmitido ao vivo pela Internet. Foi gravado e disponibilizado dias depois no site da ResultsOn: http://resultson.com.br/blog/videos-on-week.
Era possível enviar perguntas via SMS para os palestrantes, exibidas em um grande painel LCD ao lado do palco.
A interatividade também foi grande: foram distribuídas placas com algumas mensagens, de forma que a platéia também pudesse se manifestar.
E o evento foi GRÁTIS, pois havia patrocinadores de peso bancando o excelente espaço e os abundantes coffe-breaks. Não fiquei para conferir, mas o palestrante Eduardo Ourivio (Spoleto e Domino) também prometeu pizzas inéditas ao final do último dia.
IMG_5411-2 por resultson.
Os “plaqueiros” do #OnWeek podiam se manifestar através de mensagens divertidas.

O Fullscreen

Além de todas essas novidades, o elemento mais marcante do OnWeek foi o fullscreen, um telão com todos os tweets com a hashtag #onweek.
A verdadeira novidade está no fato de TODOS os tweets serem projetados no telão, sem NENHUMA MODERAÇÃO!
IMG_5377 por resultson.
“Fullscreen” do #OnWeek: tweets sem nenhuma moderação.
Confesso que eu também achei estranho.
Será que esse tipo de abertura não poderia comprometer o evento? E se alguém “twitasse” um palavrão? E se alguém ofendesse o palestrante? E se começassem a falar mal de algum patrocinador?
Pois bem; nada disso aconteceu, e eu me senti um pouco “careta” por ter tido tal temor. A Platéia 2.0 se demonstrou muito consciente, e mesmo naquelas palestras que estavam mais down, as piadas que surgiram via Twitter acabaram por dar um tempero e uma graça especial, o que mais acrescentou à apresentação do que atrapalhou. Para minha surpresa (positiva), o próprio público se auto-moderava no caso de excessos, com tweets sugerindo que as piadas já tinham sido suficientes.
Foi um feliz caso de Liberdade bem oferecida e – principalmente – bem usufruida.
Parabéns aos organizadores por confiarem nos participantes, e aos participantes por  fazerem jus a esta confiança.
Fico contente em saber que a exemplo das Redes Sociais, nos Eventos 2.0 a TRANSPARÊNCIA está se tornando um elemento fundamental.

Palestrantes 2.0

Palestrantes devem estar preparados para eventos neste novo formato. Foi-se o tempo em que o apresentador subia ao palco, posicionava-se, intocável, atrás de um púlpito, fazia o seu discurso unilateral (por vezes decorado, ou pior ainda, lido) e saía sem ser questionado.
No novo formato, o uso de slides (PPTs) é mínimo. A apresentação é quase que uma conversa, e o Palestrante 2.0 se coloca como um ser humano comum, sem aquele ar de superioridade dos eventos mais “antigos”. Ele fica o tempo todo muito próximo da platéia, respeitando-a e com ela interagindo.
Ainda citando o fullscreen do #OnWeek: os tweets eram projetados num telão com a mesma dimensão, posicionamento e visibilidade dos slides dos palestrantes. E aconteciam praticamente em tempo real (fiz um teste para comprovar). Isso significa que o palestrante precisa ser, a exemplo da Geração Y, multitask.
(Ok, esta colocação é polêmica, mas vamos focar na questão do evento e seu formato…)
O palestrante precisa estar concentrado no que vai dizer, organizar suas idéias, ajustar o discurso ao público, mas também precisa estar “ligado” no fullscreen, pois a platéia está prestando atenção em ambos. Ao menor sinal dos participantes, o apresentador precisa se virar, ler rapidamente o tweet (antes que outro surja), processá-lo, decidir se deve interromper ou não, e se fizer isso, fazê-lo com inteligência, respeito e preferencialmente, bom humor.
Se muita gente já sente um frio na espinha ao subir num palco para fazer uma apresentação para um grande número de pessoas, essas novas variáveis passam a exigir bem mais preparo para este tipo de atividade. Por outro lado, este ambiente informal faz com que o palestrante que gosta do que faz se sinta ainda mais à vontade. Há mais brilho no olho porque ele se vê num conversa entre amigos, sem a obrigação de ser o dono da verdade e com uma ótima oportunidade para ouvir questionamentos e crescer através do uso dos neurônios “on-the-fly”.
IMG_5356 por resultson.
@bussarello no evento #OnWeek, com o Fullscreen ao fundo.

Platéia 2.0

Felizmente, os Eventos estão acompanhando a evolução de sua platéia, que está deixando de ser passiva e começando a participar do processo.
Quem dá palestras ou aulas sabe que a pior coisa é quando os rostos parecem todos de Ken’s e Barbie’s, sem expressar o entendimento – ou pior – o não entendimento da mensagem passada. Essa passividade que gera aquela infame pergunta do apresentador ou professor: “Vocês entenderam?”.
Platéias 2.0 se fazem entender. Elas não só dizem se entenderam ou não, como também sinalizam se concordam ou não. E isso traz um novo colorido para os eventos.
Hoje o pessoal vai para o evento com iPhones/smartphones, iPads, netbooks e afins. Há quem ache isso falta de respeito, mas não é nada disso.
A Platéia 2.0 é multitask (olha eu de novo caindo nessa…), e utiliza estes mecanismos para complementar a mensagem e participar dela.
E isso funciona!
Sejam bem-vindas as mudanças!
IMG_5324 por resultson.
Eu, atuando como exemplo de platéia de eventos 2.0.

O [novo] Papel da Imprensa

Notícia no JornalSe você viveu no século passado deve se lembrar – mesmo que através dos gibis – da imagem do garoto com jornais na mão gritando: EXTRA! EXTRA!

Esta figura reflete o principal papel da imprensa até então:
descobrir e distribuir notícias.

Quando um fato muito importante era descoberto (algo que configurava um furo de reportagem – e que poderia tirar o rótulo de “foca” de um repórter), a atividade das prensas era interrompida para produzir uma edição “EXTRA” do jornal, contendo a novidade.

O garoto anúnciando aos brados a notícia “quentinha” era a forma de distribuir, da maneira mais rápida possível, o achado.

Até que apareceu a Internet.

Colapso do tempo e do espaço

A comunicação digital pulverizou algumas variáveis, mas a principal delas foi a distância. Não interessa se um vulcão entrou em erupção na Islândia. A informação percorre os quilômetros na velocidade da luz (literalmente), e isso acaba “condensando” também o tempo, porque se s = v * t, uma velocidade altíssima reduz o tempo a quase zero.

Celular ReporterE todo mundo virou repórter…

Adicione a este cenário o fato que praticamente todo cidadão passou a ser um repórter potencial. Deslizou um morro no Rio? O vendedor de uma loja nas redondezas saca um celular, escreve um tweet e sobe a foto num dos inúmeros serviços gratuitos de publicação de fotos.

Até um repórter profissional chegar ao local, a notícia já está atingiu os quatro cantos do mundo!

Então prá que Imprensa?

Pois é… se a descoberta das notícias pode ser feita por qualquer um, se a distribuição é grátis e absurdamente veloz e eficiente, qual o Papel da Imprensa moderna?

Acredito que os novos papéis são:

  • Validação da informação

Apesar das antigas funções de descoberta e distribuição de notícias estarem ao alcance de qualquer mortal, acreditar em tudo que for divulgado como notícia pode gerar problemas. 
A disseminação de falsas notícias (intencionalmente ou não) pode ter grandes impactos.
Vejam a recente confusão nas Bolsas de Valores mundiais, cuja suposta causa foi a digitação incorreta de um caractere (“b” para bilhão ao invés de “m” para milhão).

A Imprensa pode assumir um papel importante – e que já faz parte de seus processos – que é a validação da informação. Checar as fontes, checar os fatos, verificar se não há exageros ou eufemismos. Em outras palavras, garantir a qualidade da informação.

Não vai dar para fazer tudo isso numa velocidade maior do que o Twitter, mas basta ser rápido o suficiente para validar a informação em tempo hábil.
O “cidadão-repórter” vai vivenciar a notícia e vai publicar nas Redes Sociais. O leitor vai recebê-la e filtrá-la de acordo com a relevância para ele. Eventualmente, ele irá interromper suas atividades para tomar uma atitude em relação a esta notícia (nem que seja somente passá-la adiante). Antes disso, se for uma pessoa que zela pela sua reputação, ele irá buscar uma validação da informação. É nesse momento que o representante da Imprensa deve estar preparado, pois este cliente irá acessar seu site para ver se aquilo é mesmo verdade.

  • Divulgação de notícias inacessíveis aos “cidadãos-repórteres”

Nem todas as notícias acontecem ao alcance de qualquer mortal. Nem todas elas fluem em uma linguagem acessível aos cidadãos comuns.
Notícias sobre política ou sobre eventos de acesso controlado vão continuar sendo descobertas por repórteres profissionais.
Entrevistas com políticos ou com celebridades continuarão dependendo dos crachás destes profissionais para abrirem as portas que dão acesso a esta informação.

Além disso, a tradução da linguagem utilizada no ambiente onde a informação foi obtida para uma linguagem acessível às maiorias continará sendo valiosa. Lembram-se da “explicação” da Ministra Zélia sobre o Plano Collor? (Nem a Lillian Witte Fibe entendeu…)

  • Manutenção do histórico

Os repórteres ocasionais publicam “notícias” por instintos muito parecidos daqueles que os levam a divulgar “fofocas”. Eles não têm um comprometimento de manter o histórico destas informações, muito menos de classificar ou agrupar informações relacionadas.

Este é mais um papel que a Imprensa já exerce e que continuará sendo importante para os seus clientes.

Mas… e o Papel?

Além do “Papel da Imprensa” conforme discutido acima… e o Papel da Imprensa, no sentido de meio físico?

Jornal no iPad

Será que os meios digitais vão enterrar de vez o conceito “EXTRA! EXTRA!” através da sua instantaneidade?
Será que dispositivos como iPad e Kindle assumirão de vez o papel do Papel?

E quando isso será uma realidade palpável no Brasil?

Acredito que ainda existam grandes barreiras para a popularização do “jornal digital” fora da tela dos micros:

  • Custo: tanto dos equipamentos quanto dos planos de conexão de dados.
  • Segurança: seria prudente ler jornal num iPad no metrô ou em qualquer lugar público?
  • Conteúdo: será que o conteúdo online já tem a mesma qualidade das versões impressas?
  • Cultura e hábitos: ler no iPad pode ser uma das coisas mais cool atualmente, mas será que se tornará um hábito que sobrevirá aos modismos?

Como sempre, gostaria de ouvir a sua opinião! 😉

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Downsizing Pessoal: Grandes Profissionais precisam de Grandes Empresas?

Não sei dizer ao certo se eu é que mudei a fonte das informações que recebo ou se está acontecendo um “realinhamento cósmico”, mas venho percebendo uma convergência consistente de mensagens numa direção bem diferente do que estava acostumado.

Mudanças à frente?

O Plano de Vida da Geração X parece estar se tornando, rapidamente, obsoleto. Lendo “A whole new mind” vejo isso; ouvindo profissionais de mercado com mentes mais abertas vejo isso, e observando aqueles mais “quadrados”, percebo a ausência disso.
Ok, qual seria este Plano que parece demonstrar sinais de fadiga?
Aquele que nossos pais nos passaram: “Filho, faça uma faculdade (os últimos adicionaram o MBA ao escopo), busque emprego numa Grande Empresa, de preferência multinacional, obedeça às políticas, obedeça ao seu gerente, não questione, não crie polêmica. Faça carreira, atinja cargos e salários cada vez melhores, ponha seus filhos nas “melhores escolas”, no judô, na natação, no inglês, no mandarim, no curso de informática, no cursinho…”
Olhe para alguém com um salário próximo ou acima dos cinco dígitos e você vai ver exatamente isso. Quando muito, os pais aceitam a “cabeça aberta” de colocar um filho no yoga ou levá-lo a um psicólogo. Claro que sem deixar de fazer as outras atividades…
Felizmente, alguma coisa fez essas crianças entenderem o quanto isso os tornaria robozinhos (iguais aos pais?).
Essa “alguma coisa” pode ser algo óbvio, e uma história que meu sogro conta exemplifica muito bem: quando criança, ele comia muita “maria mole”. Calma, se em seu estado não tem isso, é um DOCE bem macio e feito com MUITO acúcar, portanto não muito bom para um garoto “fortinho”. Um belo dia, seu pai apareceu com 6 caixas e disse: “Você gosta disso não? Eu digo prá não comer tanto mas você não ouve, né? Então agora vamos fazer o contrário. Você vai comer as 6 caixas”.
Todo feliz, meu sogro comeu tudo. E nunca mais comeu maria mole (não preciso dar mais detalhes, né?). Método questionável, mas inegavelmente eficiente!
Pois bem, a fenômeno é o mesmo: overdose de uso do lado esquerdo do cérebro, e as crianças se voltaram a usar o lado direito. Ladies and Gentlemen, Welcome Generation Y.
Pois alguns pais perceberam isso, e os mais “abertos” estão se questionando se isso não se aplica a eles também.
Pare e se pergunte: o emprego que você tem é o que sua família precisa? Adianta comprar um anel de diamantes para aquela esposa que você quase não vê porque está sempre viajando? Será que você realmente precisa do carro zero anunciado como uma razão para viver? Adianta dar um iPhone para aquele filho que lhe diz, aos 5 anos: “Pai, esse chefe do seu chefe é legal?” “Por que filho?” “Porque se for, pede para ele mandar seu chefe parar de mandar você viajar”.
A lei do obedecimento, da submissão e da anulação do próprio indivíduo em favor da suposta “carreira” começa a balançar.
Profissionais mais auto-afirmados começarão a pensar como seus filhos, querer usar o lado direito do cérebro, dar-se o direito de ser criativos ao invés de seguir processos sem saber porque ou às vezes sem concordar, sentirem-se autônomos e auto-realizados.
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Ao menos nos próximos 5 a 10 anos, eles não encontrarão isso em “Grandes Empresas”. Elas são como Titanics, que ao avistarem um iceberg, percebem que são tão grandes, tão pesadas, e estão andando num ritmo tão acelerado que a colisão fica inevitável. Ainda no exemplo do Titanic, prevalece sempre o retorno de curto prazo, sem olhar para a frente. Ao contrário do Titanic, quem está em “Grandes Empresas” hoje pode, a qualquer momento, sair do barco e definir seus destinos em embarcações menores. Muitas vezes atracando para servir aos próprios Titanics, estes na tentativa (tão desenfreada quanto a de vendas) de desviar do iceberg. Quem conseguir isso pode ter grandes retornos.

Coisa de maluco?

Quem seriam os “doidos” para abandonar uma posição confortável e segura para arriscar tanto? Talvez não seja a maioria. Os pré-requisitos são, a meu ver:

  • “Cabeça aberta” e auto-estima
  • Confiança em si próprio e em sua capacidade
  • Disposição e capacidade para (re)aprender
  • Coragem e senso empreendedor
  • Ambições mais subjetivas (como autonomia e liberdade de criação e expressão) ao invés das materiais (apartamento maior com Home Theater 7.2 e carro melhor que o do vizinho)

E ainda há um ponto favorável para quem se arriscar: com a saída destas pessoas, o que restará nas “Grandes Empresas”? Pessoas burocratas, que não questionam, sem criatividade e altamente substituíveis por recursos mais baratos. Como a Geração Y possui os conceitos mais modernos mas ainda não está madura o suficiente para dirigir as mudanças, o SEU momento de mudança é agora (próximos 5 anos).
Cabe uma reflexão? Deixe um comentário com sua opinião!
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O ser humano e seu potencial. Porque ambos são tão mal explorados?

Por diversas razões, tenho me dedicado mais ao estudo do comportamento humano do que ao estudo de sistemas eletrônicos – coisa que fiz durante a maior parte de minha vida.
Não pretendo me tornar um sociólogo, muito menos psicólogo ou neuro-cientista de uma hora para a outra. Mas é assustador o quanto as pessoas vêm se comportando como máquinas – quando elas têm potencial para muito mais!

Ao ler os comentários do fantástico post “Desobedeça”, de Augusto de Franco, o tão badalado termo “Líder” me soou totalmente diferente do que eu estava acostumado.
Primeiro no comentário da Angela, que mostra o quanto seguir um líder sem questionamentos pode ser trágico.
Depois, o Bosco mostra o quanto os “líderes” atuais estão se tornando arcaicos, através de um exemplo tão impressionante que é até difícil de acreditar!

Colocar pessoas para realizar tarefas de forma mecânica, além do desperdício de potencial humano, é um péssimo negócio. Programe direito um sistema que ele fará a mesma coisa a um custo muito mais baixo. Quer um exemplo? Call Centers de serviços de telefonia. Precisa de gente para repetir o mesmo script, na mesma sequência, independente do que você argumenta?! Um sistema, além de mais barato, poderia ser reprogramado para eliminar os gerúndios! Desagradável por desagradável, eu prefiro um desagradável sem gerúndios, e você?

Só que o desperdício não para por aí. Hoje formamos profissionais para trabalhar mecanicamente. E quando digo “formamos”, não estou falando somente dos cargos mais baixos na “hierarquia”. Refiro-me à formação superior e às diversas pós-graduações que o mercado oferece e consome (com a mesma mecanicidade citada antes).
Basta olhar para a maioria dos escritórios (e quanto maior a empresa, parece que mais clara a coisa fica) – as reclamações são sempre as mesmas. Cargos obtidos politicamente. Chefes que impedem o crescimento dos funcionários por se sentirem ameaçados por aqueles que se destacam. Processos sendo seguidos sem se saber o porquê. Métricas sendo fabricadas porque o santificado “scorecard” tem que estar verde. Prêmios que não são – nem de longe – unanimidade. E muito, muito mais – tudo isso num ambiente onde a obediência aos mitos (sem jamais questioná-los) vale muito mais do que a criatividade e o desenvolvimento do potencial individual.

Aonde isso tudo nos levará? Foi daí que me vieram à mente os Lemmings. Ok, pode ser um mito, mas você pegou a idéia. Seguir instruções sem questionar pode levar a tragédias. E se os Lemmings são um mito, o exemplo da Ângela é bem real – "Comandante em Auschwitz: notas autobiográficas de Rudolf Höss" (1958). Höss nunca questionou as ordens do chefe. Foi um “profissional” de absoluto sucesso. Chegou ao topo em sua carreira. De acordo com os padrões atuais, alguém admirável, no qual pessoas nos escalões inferiores da hierarquia devem se espelhar, pois este é o padrão de sucesso no mundo que vivemos: mais no topo, mais sucesso.

Comparação radical? Será? Ou estará somente no passado? Afinal tudo que está no passado é muito mais fácil de avaliar. Então vamos tentar projetar 100 anos à frente (reparem que sou otimista e considero que estaremos à frente).
O discurso seria mais ou menos assim: “Nossa! No século XV queimavam bruxas!”. “Caramba! No século XX queimavam etnias”. “Wow! E no século passado queimavam… idéias!”.
Você consegue imaginar quantas idéias estão sendo sufocadas, quanta criatividade está sendo tolhida, pelo estilo de gerenciamento vigente? (aliás, o mesmo do século XX, não?).

Compartilho a visão que as redes ajudarão a libertar esse potencial humano. Essa criatividade. Essa capacidade de criar, inventar, questionar, discutir, descontruir e reconstruir que o século XX deixou sob mantos bordados com a palavra “sucesso”.

Boas reflexões!

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Minhas impressões sobre o Campus Party 2010 – #cpartybr

Não dá para ter um blog e não fazer ao menos um post sobre o Campus Party!
Eu confesso que foi a primeira edição da qual participei, e gostei muito do que vi.
Não vou ficar fazendo um resumo do que foi o Campus Party, porque isso muita gente já fez – gente que ficou lá bem mais tempo do que eu, como os campuseiros acampados (aliás, estou pensando seriamente em fazer isso em 2011!).
Vou falar dos sentimentos que tive ao respirar o clima do evento.
Após algumas horas de Campus Party, não dá para negar que o ambiente influencia o ser humano. Fiquei impressionado com o clima de colaboração e de relacionamento pacífico, mesmo entre tribos com visões ideológicas diametralmente opostas. Parece que ao entrar no local, o cérebro ativa o modo “read-write” – o participante se abre para adquirir informação, experiências, conhecimento. É automático, talvez até involuntário.
StateOfTheArt
Um dos pontos que me impressionou foi o respeito pelo próximo. Os participantes levaram equipamentos caros e delicados (vide acima), e o que se viu foi um grande cuidado com as coisas dos outros. O conceito se aplicou também às idéias. Mesmo quando surgiam discussões “Linux-Windows”, por exemplo, existia uma argumentação forte mas respeitosa. Não eram agressões, mas colocações de uma discussão provocativa e produtiva. Esse grau de maturidade nas conexões entre as tribos me deixa muito otimista em relação ao surgimento de soluções de interoperabilidade, permitindo o uso da tecnologia que melhor se aplica em cada situação (e em algumas soluções mais complexas, é evidente que o uso de mais do que uma tecnologia poderá ser necessário).
Outro ponto foi o nível das discussões. Engana-se (e muito) quem acha que Campus Party é “um bando de jovens se divertindo e jogando videogame”. Claro que tem jovens, claro que tem diversão e claro que tem videogame. Mas tem muito mais do que isso. MUITO mais!
Debate
Além das apr esentações técnicas (incluindo palestras de 5 MVPs), aconteceram conversações e debates em formatos modernos e dinâmicos.
Participei de um em particular: “Redes digitais ou redes sociais. Afinal, quem está conectado está em rede?”, com @marthagabriel @augustodefranco @BobWollheim @Walter_Lima e @rpallares e mediado pelo @lalgarra. Foi absurdamente produtivo, porque o debate pegou fogo, mas tenho certeza que a turma que estava presente criou uma infinidade de novas sinapses ao ouvir essa turma discutindo, mesmo quando eles discordavam veementemente. E mais – a qualquer momento, você podia entrar no debate e dar seu pitaco ou jogar sua lenha na fogueira.
O nível foi altíssimo, e garanto que a discussão e a troca de experiências foi do mesmo padrão de muitos eventos pagos (e bem pagos). De novo, parabéns ao Luiz Algarra e aos “debatentes” 😉
E não parou por aí… estava quase indo embora encontrei o MVP @ramonduraes, a @devnetgomez e o MSP @_eduardocruz que após um excelente papo, me levou até a “concentração” dos MSP’s. Foi incrível ver essa galera agitando madrugada adentro. Que pique, quanta energia! @alinefbrito, @t_cardoso, @gleissonricardo, @robertomb, @guvendramini, @zinkyy, e muitos outros que cometerei a injustiça de não citar só por não ter o Twitter de vocês 🙁 – mas fiquem à vontade para complementar o post através de comentários, ok?. E orquestrando a patota, a incansável e sempre bem-humorada Heloísa Lobo (Helô), a quem parabenizo pela iniciativa e garra. Afinal, tem que ter muito pique para me dar uma aula de Farmville (não, eu não jogo!) às 4 horas da manhã!
Trafego
Por fim, uma constatação interessante que o MVP @evilazaro levantou e depois ouvi o próprio Marcelo Branco, organizador do CP, falar no rádio: o volume de upload durante o evento é muito parecido com o volume de download (vide gráfico). Isso significa que o pessoal estava gerando muito conteúdo, e não somente baixando software, músicas e vídeos, como alguns poderiam imaginar. Isso é um dado muito saudável!
Além disso, dá para sentir que o “bioritmo” da turma é bem diferente do tradicional “horário comercial”.
Eu que já acredito que a Geração Y será transformadora (ao contrário da nossa, bem mais passiva), fiquei ainda mais convencido disso após a Campus Party.
Parabéns a todos que organizaram o evento. Parabéns a todos que participaram. Parabéns a todos que acamparam. Foi um show.
E a melhor denominação que vi até agora para o Campus Party é: Nerdstock! 😉
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Links “fortes” e links “fracos”

Depois da palestra sobre Redes Sociais em Santos, surgiu uma discussão sobre o número de relacionamentos que nós humanos conseguimos manter.
Hoje reli a parte do livro “The Tipping Point”, de Malcolm Gladwell, que cita conceitos de psicologia cognitiva e os estudos do atropólogo inglês Robin Dunbar, de onde sai o número mágico 150. Este número está relacionado à “capacidade do canal social” no nosso cérebro. Ele prossegue citando a relação entre o tamanho do neocortex e o cérebro humano… mas como esse post já está ficando acadêmico demais, vou parar a “teoria” por aqui… 😉
Já no livro “Growing Up Digital”, Don Tapscott nota que os NetGenners (ou Geração Y, se você prefere seguir a moda) são capazes de manter um número muito maior de relacionamentos, e chega a citar jovens com 750 “amigos” (se não me engano, sua própria filha).

O que é um amigo?

Essa questão foi colocada no “audiobook” que vim ouvindo hoje (“Trust Agents”). O que é um amigo? O que você sabe sobre um amigo? Você pode ser amigo de alguém que nunca encontrou pessoalmente?
Isso me lembra uma conversa que tive com um amigo (sim, um amigo) que me disse que tinha poucos amigos no Facebook porque não adicionava “qualquer um”. Parei para pensar se meus “amigos” do Facebook eram “quaisquer uns”, e notei que apesar de muitos não serem meus verdadeiros “amigos” (no sentido mais restrito da palavra e sem ofensa a nenhum de vocês do Facebook), eu tinha algum laço de relacionamento com cada um.
A explicação que pude achar foi: “Você só adiciona seus ‘links fortes’, e eu adiciono ‘links fracos’ também. Esta é a diferença!”. Ele concordou prontamente. E eu gostei do termo. 🙂

A origem dos amigos

Did You Know?Até poucas dezenas de anos atrás, seus relacionamentos estavam limitados a seus deslocamentos geográficos. Você fazia amigos no bairro, na escola, no trabalho. Na Europa, “amigo do trem” é um termo comum, pois muita gente pega o mesmo trem, no mesmo vagão, no mesmo horário, e esta “proximidade geográfica” gera amizades.
Hoje podemos ter muito mais possibilidades para se relacionar, por conta da tecnologia (principalmente a Internet).
Através da rede, você pode encontrar pessoas que tenham um interesse em comum, independente da localização geográfica.
Isso pode gerar tanto “links fracos” quanto “links fortes”. O vídeo “Did you know” mostra que no ano passado, 1 em cada 8 americanos casaram-se com alguém que conheceram… pela Internet! :O (e já existe uma versão mais nova deste vídeo).

Voltando ao número mágico

Ok, a Internet ajuda a criar novos relacionamentos, e estes relacionamentos são até mais “filtrados” do que a “casualidade geográfica” permitia no passado.
Mesmo assim – perguntou o Jefferson do www.pensando.net (que estava na palestra em Santos) – nem o cérebro humano, nem seu neocortex cresceram de lá prá cá. Como explicar um aumento tão grande na “capacidade de nosso canal social”, ou seja, o número de relacionamentos que conseguimos manter?
Essa eu não posso provar, mas meu amigo de poucos amigos no Facebook concordou: hoje nós transferimos algumas funções que o nosso cérebro (neocortex?) executa para nossos “dispositivos de redes sociais”. Celulares que armazenam os números de telefone dos amigos, sites de relacionamento que armazenam datas de aniversário, características e até as listas de amigos de nossos amigos, e por aí vai. É só uma tese; seria necessário pedir para o Mr. Dunbar comprovar… 😉
Só para fechar com um pouco de humor… com todas essas facilidades, alguém precisa recomendar as redes sociais para o Gasparzinho! 🙂
AMIGOS, vocês têm uma opinião formada sobre isso? 🙂

Redes Sociais: Só moda? Só onda?

Ninguém questiona que atualmente existem dois jargões dominando os blogs da área de TI: Cloud Computing e Redes Sociais.
Como toda novidade, elas vêm recheadas de paraquedistas. Prepare-se para ouvir muita bobagem em relação a esses dois temas. Mais importante: prepare-se muito bem para ser capaz de separar o joio do trigo!
Vou tentar focar em Redes Sociais, mas espero em breve abordar também o tema Cloud Computing.

Só moda?

Com certeza moda. Mas será que é moda? Tem gente começando a achar que sim. Eu, particularmente, acredito que seja moda sim, mas não que seja moda. Tenho filhos e fiquei impressionado quando vivenciei, em casa, muita coisa que li em livros falando sobre Redes Sociais, Mídias Sociais, Social Marketing e Geração Y. A programação da geração que está entrando no mercado de trabalho é outra! Gosto muito da análise do Don Tapscott, que ao mesmo tempo que questiona se esse pessoal tem conhecimento “raso”, não se interessa por nada e não quer saber de trabalho pesado, também analisa com mais calma o outro lado da moeda e constata que não é bem assim: os NetGenners têm valores muito fortes, que incluem transparência, liberdade e responsabilidade social. Algo que – convenhamos – a minha geração (X) não foi especialista!

Só onda?

Se não é só moda, também não é só onda. Mas é uma BAITA onda!!!
Se algo novo surge, com enorme e imediata aceitação na sociedade, dificilmente isso passará deixando o mundo na mesma posição em que estava antes. Nenhuma onda grande se vai sem causar transformações. Por isso que penso que estamos diante de uma onda que trará mudanças irreversíveis. Meu filho hoje troca a TV por vídeos no Youtube (felizmente ele está assistindo MithBusters e séries da Discovery sobre missões espaciais). Isso faz com que eu precise me reprogramar como pai. Ou vocês acham que não percebi o frio na espinha de vocês quando coloquei os termos “filho” e “Youtube” na mesma frase? Sei que meu papel de orientador será mais complexo, mas compro a briga. Ele tem acesso ao Youtube sim. O que ele vai fazer lá vai depender do tipo de orientação que eu vou ser capaz de dar, afinal sou o pai dele; é minha obrigação ter a capacidade de influenciá-lo! Faz parte da educação do século XXI, mas vou deixar isso para outro post, senão vou acabar desviando muito…
Passada a onda, o Youtube vai continuar lá. Meu filho também. Twitter também. Facebook também. Messenger também. Skype também. E inúmeros outros recursos para atuar em redes sociais estarão lá. É um legado que estamos construindo. Você não se sente privilegiado por isso?
Então o que vai mudar? Vocês realmente acham que se eu soubesse estaria aqui escrevendo num blog? Ninguém sabe. Mas muita gente imagina. E normalmente, os bons imaginam as coisas bem mais próximas da realidade futura do que os paraquedistas. A dica então é não ser um paraquedista. Receita? Capacidade, Criatividade e Suor.

Capacidade

Apesar da Capacidade parecer algo inato, o estudo e a experimentação são “anabolizantes” das Capacidades. Só que não fazem mal à saúde. O primeiro passo então é estudar e experimentar. Se você também está fazendo isso, fique à vontade para compartilhar conhecimento neste blog. Se você quiser, mande um texto e ele se tornará um post neste blog, assinado por você. O convite a participar estará sempre aberto!

Criatividade

Criatividade. Outra coisa aparentemente inata. Teria Da Vinci inventado tantas coisas se não tivesse sido exposto ao ambiente em que viveu? E se ele não tivesse materiais para analisar e experimentar… teria ele criado tantas coisas? Criatividade sem informação não anda. Acho que a pessoa criativa é a que tem capacidade de ligar pontos nunca antes ligados. Para que esse processo tenha início e dê frutos, o criativo precisa saber que existem os pontos! Então quanto mais informação você tiver, maior chance do seu lado criativo unir os pontos e fazer de você… alguém criativo!!!

Suor

Se os dois ingredientes anteriores pareciam raros… o último bate todos os recordes. É difícil encontrar gente disposta a suar hoje em dia. Todos querem ser líderes, gerentes, colocar os outros para trabalharem para eles. Mas nossa receita não sai sem suor. Arregace as mangas, estude muito, ligue os pontos, e dê o seu melhor. Você sairá suado, mas com sucesso!

So what?

Ok, mas até agora, aonde chegamos com esta discussão?
Acredito que as Redes Sociais vão mudar a maneira com que as pessoas se relacionam. Tanto no âmbito pessoal quanto profissional. Entre pessoasa e entre empresas. Isso é altamente positivo, pois sairemos de um modelo onde quem controla os meios de comunicação envia e mensagem e os demais a recebem passivamente e aceitam-na (os canais de contestação são dúbios e desencorajadoramente burocráticos) para um modelo onde todos temos voz. Nunca vou descobrir se eu consegui a troca de um carro que veio com defeito através de uma campanha individual no Twitter, mas existe a hipótese. Hoje tenho contato com os autores dos livros que leio, e a hipótese de influenciar o próximo livro deles também existe (por exemplo, através de uma sugestão). Estamos sendo convidados a “fazer parte do processo”, do início ao fim, e não somente como último elo da cadeia, aquele que compra (às vezes por indução) e paga a conta.
Se você tem interesse em discutir essas mudanças, peço que frequente um pouco este blog para validar se ele agrega algo para você. E peço que participe dele, não só comentando, mas como já mencionei antes – “fazendo parte” dele.
A discussão é longa e não se resolve em um só post, então vamos continuar discutindo através de comentários, e-mails, Twitter, ou qualquer canal que você julgar mais interessante.
Aproveite também para conferir os slides da palestra realizada em Santos sobre Redes Sociais (InfoTech 2009, 12/12/09): http://www.slideshare.net/lucianopalma/info-tech2009-redes-sociais-no-videos.
Grande abraço,
Luciano (@lucianopalma)

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