Agradeça a seus Anjos

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Não… não é mais uma mensagem de Natal…

Você pode chamar como quiser, mas definitivamente existem pessoas que entram em nossas vidas em momentos que precisamos muito de ajuda e achamos que estamos sozinhos.
Eles aparecem, ajudam e se vão. Por isso chamei-os de “Anjos” no título do post.

Vou contar dois casos, nos quais as pessoas que me ajudaram só podem se Anjos:

O caso do material do trabalho da escola

Eu devia ter uns 7 ou 8 anos na época. Era dia de fazer trabalho na escola, e precisava levar o material: cartolina, papel laminado, papel crepom, cola, lantejoulas…

Meu pai nos levava à escola, e nesse dia, quando vi o Opalão ir embora, notei que tinha deixado o material no carro. Tentei correr e avisá-lo, mas ele já estava longe demais para ouvir…
Na tentativa de alcançar o carro na descida, acabei caindo e me arranhando um pouco… comecei a chorar, não sei se pelo arranhão ou por ter ficado sem o material.

Eis que sai de um carro um moço, bem jovem, e vai até à rua me ajudar. O tal Anjo perguntou qual era o problema, me acalmou, chamou sua namorada e me levou até a papelaria do outro lado da rua. Os dois compraram o material necessário e despediram-se sorridentes.

No dia seguinte, levei o dinheiro para ele, que estava com o carro no mesmo lugar, mas ele recusou e disse para eu guardar, comprar um doce, tomar um lanche… depois disso nunca mais o vi.

Até hoje lhe sou agradecido.

O caso do primeiro discurso em público

Aqui eu já tinha uns 22 anos. Estava trabalhando numa empresa de desenvolvimento de software, criando uma solução para gerenciamento eletrônico de documentos. Tudo em C, para DOS, escrevendo drivers para scanners e impressoras e codificando algoritmos de compressão…

Um belo dia meu gerente me chama e me “convida” a dar uma palestra sobre compressão de dados.
A proposta pareceu interessante, e você sabe como gerentes sabem tornar a coisa simples quando querem que os outros façam… Winking smile

Preparei um material completo, começando por Teoria da Informação, falando sobre Entropia e chegando aos algoritmos de compressão codificados em C. Afinal, eu tinha um tempão: mais de uma hora para falar “só” isso…

Quando cheguei ao local, parecia que o Gelado dos Incríveis tinha tocado minha espinha. Era muita gente, a maioria de gravata e dificilmente eu conseguia ver alguém com menos do que o dobro da minha idade. Na minha cabeça, eram todos doutores e eu estava prestes a fazer o maior papelão da minha vida.

Foi quando meu gerente disse: “Vai lá, fica tranquilo que de compressão de dados quem entende aqui é você!”.

Entendi que ele estava tentando me motivar, mas eu continuava a suar frio, e quando comecei a falar, percebi que minha voz estava trêmula. Eu sabia que todos estavam percebendo meu nervosismo, e me aterrorizava imaginar que ainda tinha mais de uma hora pela frente…

Eis que surge o Anjo! Levanta a mão e faz uma pergunta. Pergunta fácil, que eu estava preparadíssimo para responder. Olhei para ele e comecei a explicar. Percebi que minha voz tinha voltado ao normal. Naquele instante comecei a acreditar nas palavras de meu gerente e pensei comigo: “Essas pessoas realmente não sabem o que sei sobre compressão! Eu posso lhe agregar algo, mesmo sendo mais jovem! Existe luz no fim do túnel, e parece NÃO ser um trem!!!”.

A partir deste instante a palestra fluiu, e desde então palestrar é uma das atividade que realizo com maior prazer!

E onde eles estão?

Estes Anjos apareceram do nada, me deram uma ajuda incrível quando mais precisei, e nunca mais os vi. Não sei seus nomes.

Um grande presente de Natal seria vir a descobrir que um deles leu este post, pois gostaria MUITO de poder agradecê-los pessoalmente por estes momentos tão marcantes de minha vida!

Obrigado a todos os Anjos que tomam estas atitudes pelo prazer de ajudar o próximo, mesmo sem conhecê-lo, e sem esperar nada em troca.

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