Afinal, quando chega esse tal futuro?

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Esta semana fiquei impressionado ao ver um professor de MBA da FGV transmitindo idéias bastante progressistas* em sua aula.
Ele colocou que “chefes” e empresas que toleram termos como “manda quem pode, obedece quem tem juízo”, “quem é você para dizer isso”, “você é pago para fazer, não para pensar”, “você sabe com quem você está falando?” e outras tantas pérolas do mundo corporativo, estão absolutamente arcaicos.
Falou também que a estrutura hierárquica, piramidal, burocrática, impede a livre comunicação e é uma forte repressora da criatividade (e portanto da tão badalada inovação), uma vez que as idéias precisam vencer degraus e mais degraus de hierarquia para atingir niveis com poder de decisão. Neste caminho, muitas idéias são boicotadas ou simplesmente roubadas.
“Chefes” que compõem esta estrutura tendem a criar equipes de “cordeirinhos”, obedientes e que nunca questionam, de forma a manter o Status Quo: o Poder e o Controle. Lembrei-me das sábias palavras do @vacarini: “Cara A procura cara A, cara B procura cara C”. É exatamente isso. Líderes competentes, seguros de seu potencial, procuram contratar pessoas mais inteligentes do que eles próprios. Líderes inseguros (fruto de sua incompetência) mantém uma equipe de pessoas ainda mais fracas “embaixo” deles, para garantir sua posição e seu cargo.
Pessoas escondendo-se atrás de cargos, máscaras, influência política. Tudo isso foi posto como arcaico pelo professor.
Minha pergunta é: então porque essa realidade ainda é tão forte em muitas empresas? Como estes “chefes” burocráticos, hierárquicos, politizados, enfim, arcaicos, ainda conseguem se manter no “poder”, e ainda ser muito bem remunerados pelas empresas, que precisam cada vez mais de eficiência para se manter competitivas?
Será uma questão cultural? Falamos do modelo “casa grande e senzala”, ainda enraizado na mentalidade de muitos brasileiros. Discutimos se o suporte ao modelo não vem da esperança de um dia “estar por cima”; passar de oprimido a opressor (o que, infelizmente, o professor comprovou – com fatos – no Brasil).
Porque essa passividade? Porque o complexo de vira-lata? Porque aceitar que o produto que o europeu consome como “Astra” seja consumido como “Vectra”, que o “New Fiesta” mexicanos seja 4 a 5 anos mais “New” do que o brasileiro?
Já não pagamos nossa dívida? Não declaramos independência? Estamos devendo mais alguma coisa?
Então porque não levantamos a cabeça, não questionamos as decisões, não colocamos nossas idéias na mesa e exigimos um pouco mais de respeito?
Até quando vamos ficar esperando o futuro chegar? Se nós não o fizermos chegar, será que ele virá?
Pense na sua participação neste cenário todo. Reflita se você não está sendo passivo. Crie coragem e respeite-se. Ou você vai querer viver “até o futuro chegar” num ambiente com “chefes” que mandam porque podem? Com certeza você quer mais do que “juízo para obedecer”…
Manifeste-se. Discorde. Apoie. Deixe seu comentário. Só não seja passivo. Senão – nada de futuro para nós!
* Favor não interpretar este termo da forma que ele é utilizado, indevidamente, por partidos políticos.