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Na semana passada participei do evento OnWeek, da ResultsOn.
Foi um evento com foco na Geração Y, e não por modismo: @BobWollhein é um empreendedor que enxergou o potencial da Geração Y antes do termo virar essa modinha que é hoje.
As palestras foram agrupadas em 3 temas: Gestão, Inovação e Comunicação.
Algumas foram excepcionais, como a do @Bussarello, da Tecnisa – um orador fantástico, de cabelos brancos mas com um pique muito, muito jovem.
Só para dar uma idéia: eu mesmo já estava um pouco cansado do buzz da venda do apartamento pelo Twitter, mas ele mostrou que quando uma empresa acredita numa idéia e trabalha de forma séria e profissional, resultados como aquele são uma consequência natural.
Mas não é sobre isso que quero falar hoje. O recheio do evento estava, para mim, no seu FORMATO.
Um evento 2.0
O #OnWeek foi transmitido ao vivo pela Internet. Foi gravado e disponibilizado dias depois no site da ResultsOn: http://resultson.com.br/blog/videos-on-week.
Era possível enviar perguntas via SMS para os palestrantes, exibidas em um grande painel LCD ao lado do palco.
A interatividade também foi grande: foram distribuídas placas com algumas mensagens, de forma que a platéia também pudesse se manifestar.
E o evento foi GRÁTIS, pois havia patrocinadores de peso bancando o excelente espaço e os abundantes coffe-breaks. Não fiquei para conferir, mas o palestrante Eduardo Ourivio (Spoleto e Domino) também prometeu pizzas inéditas ao final do último dia.
Os “plaqueiros” do #OnWeek podiam se manifestar através de mensagens divertidas.
O Fullscreen
Além de todas essas novidades, o elemento mais marcante do OnWeek foi o fullscreen, um telão com todos os tweets com a hashtag #onweek.
A verdadeira novidade está no fato de TODOS os tweets serem projetados no telão, sem NENHUMA MODERAÇÃO!
“Fullscreen” do #OnWeek: tweets sem nenhuma moderação.
Confesso que eu também achei estranho.
Será que esse tipo de abertura não poderia comprometer o evento? E se alguém “twitasse” um palavrão? E se alguém ofendesse o palestrante? E se começassem a falar mal de algum patrocinador?
Pois bem; nada disso aconteceu, e eu me senti um pouco “careta” por ter tido tal temor. A Platéia 2.0 se demonstrou muito consciente, e mesmo naquelas palestras que estavam mais down, as piadas que surgiram via Twitter acabaram por dar um tempero e uma graça especial, o que mais acrescentou à apresentação do que atrapalhou. Para minha surpresa (positiva), o próprio público se auto-moderava no caso de excessos, com tweets sugerindo que as piadas já tinham sido suficientes.
Foi um feliz caso de Liberdade bem oferecida e – principalmente – bem usufruida.
Parabéns aos organizadores por confiarem nos participantes, e aos participantes por fazerem jus a esta confiança.
Fico contente em saber que a exemplo das Redes Sociais, nos Eventos 2.0 a TRANSPARÊNCIA está se tornando um elemento fundamental.
Palestrantes 2.0
Palestrantes devem estar preparados para eventos neste novo formato. Foi-se o tempo em que o apresentador subia ao palco, posicionava-se, intocável, atrás de um púlpito, fazia o seu discurso unilateral (por vezes decorado, ou pior ainda, lido) e saía sem ser questionado.
No novo formato, o uso de slides (PPTs) é mínimo. A apresentação é quase que uma conversa, e o Palestrante 2.0 se coloca como um ser humano comum, sem aquele ar de superioridade dos eventos mais “antigos”. Ele fica o tempo todo muito próximo da platéia, respeitando-a e com ela interagindo.
Ainda citando o fullscreen do #OnWeek: os tweets eram projetados num telão com a mesma dimensão, posicionamento e visibilidade dos slides dos palestrantes. E aconteciam praticamente em tempo real (fiz um teste para comprovar). Isso significa que o palestrante precisa ser, a exemplo da Geração Y, multitask.
(Ok, esta colocação é polêmica, mas vamos focar na questão do evento e seu formato…)
O palestrante precisa estar concentrado no que vai dizer, organizar suas idéias, ajustar o discurso ao público, mas também precisa estar “ligado” no fullscreen, pois a platéia está prestando atenção em ambos. Ao menor sinal dos participantes, o apresentador precisa se virar, ler rapidamente o tweet (antes que outro surja), processá-lo, decidir se deve interromper ou não, e se fizer isso, fazê-lo com inteligência, respeito e preferencialmente, bom humor.
Se muita gente já sente um frio na espinha ao subir num palco para fazer uma apresentação para um grande número de pessoas, essas novas variáveis passam a exigir bem mais preparo para este tipo de atividade. Por outro lado, este ambiente informal faz com que o palestrante que gosta do que faz se sinta ainda mais à vontade. Há mais brilho no olho porque ele se vê num conversa entre amigos, sem a obrigação de ser o dono da verdade e com uma ótima oportunidade para ouvir questionamentos e crescer através do uso dos neurônios “on-the-fly”.
@bussarello no evento #OnWeek, com o Fullscreen ao fundo.
Platéia 2.0
Felizmente, os Eventos estão acompanhando a evolução de sua platéia, que está deixando de ser passiva e começando a participar do processo.
Quem dá palestras ou aulas sabe que a pior coisa é quando os rostos parecem todos de Ken’s e Barbie’s, sem expressar o entendimento – ou pior – o não entendimento da mensagem passada. Essa passividade que gera aquela infame pergunta do apresentador ou professor: “Vocês entenderam?”.
Platéias 2.0 se fazem entender. Elas não só dizem se entenderam ou não, como também sinalizam se concordam ou não. E isso traz um novo colorido para os eventos.
Hoje o pessoal vai para o evento com iPhones/smartphones, iPads, netbooks e afins. Há quem ache isso falta de respeito, mas não é nada disso.
A Platéia 2.0 é multitask (olha eu de novo caindo nessa…), e utiliza estes mecanismos para complementar a mensagem e participar dela.
E isso funciona!
Sejam bem-vindas as mudanças!
Eu, atuando como exemplo de platéia de eventos 2.0.
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