O Livro do Ano 2009
2009 foi um ano cheio de obstáculos, mas também foi o ano em que retomei um hábito que vinha neglicenciando há muito tempo: a leitura, principalmente de livros não técnicos.
Tomara que em 2010 aconteça um “click” parecido e eu volte a fazer exercícios físicos… mas isso já é outra história….
Um recurso que descobri tardiamente (“shame on me”) foram os audiobooks. Como pude viver tanto tempo em São Paulo sem utilizá-los? De setembro para cá já foram 6 livros, e isso não tirou sequer um minuto do meu tempo: todos foram ouvidos durante o deslocamento de casa para o trabalho (e vice-versa). Acreditem, encarar congestionamento ouvindo um livro é muito mais fácil!
Se mais pessoas aderirem à moda, não duvido que o trânsito de São Paulo ficará menos agressivo!
O eleito (ao menos por mim)
Desculpem se o título do post ficou um tanto presunçoso, mas gostaria de compartilhar com vocês aquele que eu achei o melhor livro de 2009. Foi um livro que me chamou a atenção como pai, pois ao ler a sinopse me caiu a ficha que – contrariando o Legião Urbana – “se meu filho já nasceu, eu já não sou mais o filho”.
Como posso educar meus filhos usando como critério o que eu vivi na infância?
Sem querer entregar que tenho 41, eu andei de rolimã (para os mais jovens, é um carrinho feito com tábuas de madeira e rolamentos, utilizado em ladeiras e normalmente sem freio), joguei “taco”, queimada e futebol na rua (o último, não muito bem), estourei “bombinhas” em datas comemorativas, lavei carro na rua…
Hoje, meus filhos não podem fazer nada disso; ou porque é proibido, ou porque é inseguro, ou porque é politicamente incorreto. Obviamente eles estão se desenvolvendo de forma muito diferente, fazendo coisas muito diferentes. Por exemplo: minha experiência com videogames (privilégio de quem tinha algum amigo cujo pai viajava para os EUA) foi jogar “Asteroids” e “Pac-Man” num Atari 2600 com frente de madeira e em preto e branco, porque a “transcodificação” para o semi-sistema PAL-M-N’ era cara… Hoje o realismo dos jogos é tão grande que se um pai desavisado entra na sala enquanto o filho joga videogame ele senta e começa a torcer achando que é jogo ao vivo! Só depois ele percebe que o filho está sozinho… -“Ô moleque, porque não vai brincar com os amigos? Vive enfurnado em casa!” –“Pô pai, tô jogando com a galera. Tá rolando um campeonato da classe, tá todo mundo online!” –“Ah, tá… Internet, né?” 😕
Como ficar a par de tudo o que acontece se você ainda tem que trabalhar de 8 a 12 horas por dia?!
O livro “Grown Up Digital”, de Don Tapscott, pode ajudar nessa missão.
E o mais interessante é que o livro vai bem além disso! Não bastasse o autor retratar a “Net Generation” de uma forma tão precisa a ponto de eu ver o que ele escreveu acontecer logo à minha frente, com o meu filho de 10 anos, ele ainda mostra os pontos positivos, os pontos de atenção… e abre uma enorme janela de oportunidade do ponto de vista profissional.
Hoje existem muitos mitos em relação aos jovens. “Eles são desinteressados, seu conhecimento é supérfluo, eles não sabem mais se comunicar e são viciados em videogame e Internet…”
É muito comum ver leigos afirmando isso, mas Don Tapscott fala com fundamentos. Sua empresa, a nGenera, investiu 4,5 milhões de dólares em uma pesquisa com 11.000 jovens da “Net Generation” para entender como esta geração está mudando o mundo. E o livro faz jus a essa grana toda.
Se você tem filhos, a recomendação já está feita. Se você não tem, só deixe de ler se você vai se aposentar nos próximos 3 ou 4 anos (e tem emprego estável). Porque logo, logo, a “galera” que o Don estudou estará no escritório, junto com você, fazendo e acontecendo. Quem souber falar a língua deles terá excelentes oportunidades para criar parcerias fantásticas, oferencendo sua experiência e maturidade e recebendo em troca a agilidade e o dinamismo dessa geração. Além de muito produtivo, vai ser muito divertido, pode ter certeza!
E vocês, NetGenners… SEJAM BEM-VINDOS! 🙂 🙂 🙂