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Quando se fala em Wikis, a primeira coisa que vem à mente é a Wikipedia. E não é para menos: quem diria que em apenas 4 anos uma enciclopédia criada de forma colaborativa pudesse se tornar tão confiável quanto a Encyclopedia Brittanica?
Só que os Wikis vão muito além disso. Por exemplo: o que você acha da idéia de dobrar o conteúdo disponível na Internet através da disseminação de Wikis?
Antes de mostrar como isso é possível, segue uma repassada no conceito.
O que é um Wiki? Qual o segredo?
Apesar do poder gigantesco, o conceito de Wiki é simples: cada um contribui com o que sabe. Assim como nas campanhas de ajuda humanitária, onde cada um contribui com o que pode, resultando na arrecadação de quantias impressionantes de doações, os Wikis são capazes de agregar volumes inacreditáveis de informação por conta das pequenas contribuições de cidadãos comuns.
A “mágica” se baseia em 2 fatos:
- Todo mundo se interessa por algo e sabe alguma coisa relevante sobre aquilo
- Tem muita gente no mundo
A pergunta é: “Porque esse conteúdo não flui?” Quais as barreiras para uma maior criação coletiva?
Existem inúmeros fatores inerentes a cada indivíduo: timidez, insegurança, medo de ser indevidamente compreendido (ou julgado), temor à não-aceitação, aversão à exposição a erros e muitos outros.
No entanto, um fator muito relevante é a falta de um canal de participação. É impressionante ver como pessoas que se mantém quietas passam a contribuir com informações de alto valor quando lhes é oferecido um canal de comunicação para participar em um tema de seu interesse. Isso é ainda mais forte quando essa pessoas podem contar com o apoio dos demais, complementando, melhorando e até corrigindo suas contrbuições.
É isso que os Wikis proporcionam. Num Wiki, qualquer um pode discorrer sobre qualquer assunto que lhe interesse. A pessoa não precisa saber criar um blog ou assumir o compromisso de colaborar regularmente. Ela simplesmente colabora com o que sabe, quando quiser, na quantidade que preferir, da forma que achar melhor.
E como dobrar o conteúdo da Internet?
Vamos começar com o Princípio do 90-9-1 que se verifica em comunidades online (e offline também):
– 90% dos usuários são “Audiência”. Lêem e observam, mas não contribuem.
– 10% são “Editores”. Avaliam e às vezes modificam ou complementam as informações, mas raramente criam contúdo do zero.
– 1% são os “Criadores”. Criam conteúdo e alavancam a maior parte da atividade na Rede.
Com a facilidade dos Wikis, parte dos Editores pode ficar mais à vontade para se arriscarem na criação de conteúdo, e até mesmo alguns participantes da Audiência podem vir a criar algo na sua zona de conforto, ou seja, naquele assunto em que se sentem um pouco mais confiantes.
Vamos analisar o que aconteceria, considerando as seguintes hipóteses:
- 1 em cada 15 Editores passe a gerar conteúdo por conta de Wikis
- 1 em cada 15 participantes da Audiência passe a avaliar/modificar conteúdo
- 1 em cada 150 participantes da Audiência passe a gerar conteúdo
- Os resultados seriam os seguintes:
Ou seja, um aumento de praticamente 100% na geração de conteúdo!!!
E você? Acredita que este enorme passo possa ser dado?
Começe por sair do grupo “Audiência” e tornando-se um “Editor”, deixando aqui o seu comentário! 😉
[]s, Luciano
Esse é um grande fato real e todos precisamos ter essa visão que participando na construção do conteúdo estraremos transformando e contribuindo com a melhoria continua de todo o ecossistema de informação. Eu escrevi um artigo recente tratando de conteúdo similar com o titulo “A arte de comentar” em ttp://migre.me/VQEF
O canal de comunicação é primordial. Diria que o Twitter acertou em cheio nessa questão, a qual atribuo grande parte de seu sucesso. Cabeças pensantes existem várias. Duro mesmo é fazer brotar delas todo seu potencial. Mais difícil ainda é fazer elas colocarem isso no papel. Isso é responsabilidade para nossos professores, tão maltratados nestes país, mas isso já é outra história.
Luciano, a ideia do “contribuir quando pode e como pode” é de alto impacto. E sua simulação é muito convincente. Fico contente em ver mais um companheiro evangelizando a ideia de wikis. Aproveito para deixar um convite aos seus leitores, para o workshop que farei sobre wikis corporativos em 5/8:
http://www.contentdigital.com.br/cursos/wikis_10-08-05.asp.
Um grande abraço
Sérgio
Será mesmo o medo(timidez, insegurança, temor à não-aceitação, aversão à exposição a erros) o principal fator de não contribuição para os wikis? Talvez seja papel dos wikis moldar-se as mentalidades das pessoas, para que, desta forma, possa contornar o fator medo.
Olá Rodrigo,
Talvez os Wikis, já pela sua natureza, sejam um caminho para superar essas barreiras do “medo”.
Coloco aqui o meu exemplo: nunca me passou pela cabeça inserir um verbete na Barsa. No entanto, me senti super à vontade para fazer isso no Wikipedia.
Além de ser muito fácil, a barreira do medo é derrubada por saber que se algo estiver incorreto, ao invés de ser “julgado” e/ou “condenado”, o que acontece é que a pessoa que notar a falha irá corrigi-la, melhorando o conjunto.
Você nem precisa saber TUDO sobre aquela informação. O que estiver faltando será introduzido por outras pessoas com mais informações, porém com o mesmo espírito que o seu.
Num ambiente de colaboração de verdade, ninguém precisa de máscaras, e isso deveria reduzir o fator “medo”.
Mas eu entendo que a questão cultural é difícil de transpor (acho que foi por esse lado que você observou, não é mesmo?)
[]s!!!
Sim, exatamente.
Creio que a cultura geral está muito longe da cultura wiki. Não é?
Por exemplo, enquanto na cultura geral o medo de errar impede as pessoas de tentar, no wiki, a “tentativa”, mesmo que errada, é incentivada.