Google I/O 2016

Este ano consegui realizar algo que há tempos desejava muito: participar de um Google I/O.
As expectativas mal cabiam na mala. Lá vamos nós para a Califórnia, San Francisco Bay Area, Vale do Silício…

Prólogo

Eu ainda não conhecia o Vale. Fiquei impressionado com a região!
Só como exemplo, visitei a “California Academy of Science” e os monitores do local davam um show de conhecimento e didática. O que achei muito diferente, porém, estava do outro lado. Um público extremamente interessado no conhecimento, acompanhando as explicações (nada superficiais), entendendo tudo e fazendo perguntas inteligentes.
Isso me fez lembrar do que presencio no museu “Catavento” recorrentemente (e que me deixa muito triste). Pais que levam as crianças lá como se fosse um playground. Ao invés de ler e explicar as experiências para os filhos, os deixam rodar as manivelas de forma bem pouco cuidadosa, colocando em risco não só o próprio filho, mas também a instalação do museu. Conhecimento adquirido? O mesmo de rodar um registro de água na rua…
O material humano do Vale do Silício é realmente de primeira linha. Não dá vontade de voltar, ainda mais considerando o atual momento de irracionalidade do Brasil.

O evento

Gostei do keynote. O Google apresentou o “Google Assistant“, que se propõe a utilizar toda a inteligência que a empresa tem em seu motor de busca para ajudar as pessoas a realizar atividades do dia a dia. Onde ele se diferencia do Siri ou do Cortana? Ele tem o Google por trás. Aquilo que todo mundo faz, de sacar o celular e pesquisar no Google o termo ou a informação que surgiram na discussão, o Google Assistant faz para você, com velocidade e conforto.
O “Google Home” também vai além do “echo” da Amazon. Ele é a versão em hardware do Google Assistant, e sua proposta é a integração com toda a sua casa. Nos stands do evento, foram demonstradas muitas soluções de automação residencial que podem ser controladas, por voz, através do Google Home.
Allo” vem para incomodar o Whatsapp. Muita inteligência artificial por trás dele, para que você, além de conversar com seus amigos, tenha sempre o motor do Google Assistant para ajudar durante a conversa, como um “concierge” de informações. Boa proposta, mas que vai enfrentar um degrau bastante alto para conquistar o mercado de troca de mensagens. Por outro lado, o nome Google deve ajudar.
O Android “N” não chegou a trazer novidades radicais, mas arrancou de todos uma expressão de alívio com o anúncio do fim daquele momento “otimizando aplicativo 3/96” quando você precisa usar o telefone…
Meu prognóstico para o nome? Nutella, claro!!!
Outra coisa que gostei muito foi o anúncio das “Instant Apps“. Com esse recurso, você não precisa instalar a aplicação para utilizá-la. Somente os componentes necessários são automaticamente baixados, sem a necessidade do processo de instalação. Esse recurso me fez até pensar em migrar o DESQUEBRE, que é uma aplicação híbrida, para nativa, pois ela se encaixa perfeitamente nesse conceito.
As sessões? Falarei mais tarde sobre as sessões…

A mudança

A mudança mais radical do evento foi o local. Do tradicional Moscone Center em San Francisco para o Shoreline Amphitheatre em Mountain View. O evento passou a ser ao ar livre, num clima de festival. Houve shows e música à noite, em instalações que davam um ar de “rave” ao evento.
Apesar de muito bem-vinda no conceito, essa mudança trouxe alguns problemas. Após o keynote, formaram-se filas muito, mas muito grandes para assistir às sessões. E o sol estava castigando. Os bebedouros secaram. E muita gente ficava para fora porque as salas, subdimensionadas, lotavam rapidamente. Isso impossibilitou assistir mais do que 2 ou 3 sessões por dia, o que foi um ponto extremamente negativo do evento. Frustrante, eu diria.

As sessões

Pois então. Não pude entrar em muitas, por conta das filas. Estava super ansioso para me atualizar sobre o Design Sprint e saber como ele vem sendo aplicado, mas somente quem passou muito tempo ao sol quente, na fila, conseguiu essa proeza.
Das poucas sessões que consegui assistir, o que achei interessante foi o enfoque no Firebase como solução para criar aplicativos de forma simples e rápida. O modelo “real-time” do banco de dados do Firebase é realmente interessante, e para quem quer desenvolver uma solução de chat, por exemplo, é “killer”.
Também não consegui fazer “Code Labs” porque… tinha que ficar em alguma fila se quisesse assistir alguma sessão. O Google precisa rever completamente essa questão, pois esse fator prejudicou demais o evento e seus participantes.

O networking

Fantástico. Conversei com muita gente boa sobre uma proposta que pretendemos trazer através do Google Business Group São Paulo: o Startup Journey. Vale acompanhar o meetup do GBG São Paulo se você se interessa pelo tema.
Além disso, deu para conhecer algumas pessoas e rever muitas outras, porque a um certo ponto, a galera acabava desistindo de ficar nas filas e preferia investir o tempo em socialização e networking.

A cereja [faltando] no bolo

Uma tradição do Google I/O é a distribuição de gadgets para os participantes. Ao decidir se investia ou não na minha ida ao I/O (em fase de grana curta e estabelecimento de uma empresa), o argumento de um amigo me motivou: “você recupera a grana do ingresso só pelos gadgets que eles dão”.
Pois bem… este foi o primeiro ano de Google I/O sem brindes!
Como tuitei na hora que fiquei sabendo disso: o Google I/O virou Google “o-oh”. Nada de brindes. Ninguém foi para lá só por causa dos brindes, mas todo mundo tinha essa expectativa. Grande frustração.

Epílogo

O evento foi bom, mas bastante decepcionante para mim.
Esperava conseguir participar das sessões que tinha me planejado antecipadamente e esperava conseguir absorver mais informações e conhecimento.
O sol escaldante do primeiro dia e o frio congelante do último nos expuseram a um “desafio de sobrevivência” e trouxeram desconforto e dificuldades para tirar proveito do evento.
A menos que o Google demonstre de forma muito taxativa que os problemas de logística serão resolvidos nas próximas edições, não consigo me entusiasmar em realizar o investimento necessário para participar novamente de um evento desse (os custos no Vale são muito altos), nem recomendar para meus amigos que o façam.
 

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