O que a TI pode aprender com as Mídias Sociais

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iPhone 4_frente1960s-photo-computer-roomNos seus primórdios, a Tecnologia da Informação (TI) era trancada a 7 chaves.
Somente os “Informati”, aqueles que aparentavam ser escolhidos pelas divindades digitais tinham acesso às salas onde ficavam as raras e poderosas “máquinas do futuro”.
Só que… o futuro chegou!
Essas fantásticas máquinas estão nas mesas e nos bolsos dos indivíduos “comuns”. E mais: conectadas em Rede!
A mentalidade precisa se adaptar a essa democratização, porém o pessoal de TI – tão acostumado a absorver mudanças tecnológicas – parece que ainda não se adaptou a esta evolução.
A palavra de ordem, no mundo da TI, continua sendo a mesma: CONTROLE.
Controle do ambiente, controle da informação, controle das ações do usuário… qualquer solução que mencione esta palavra faz brilhar os olhos da turma de TI.
Será que tem mesmo que ser assim?
É claro que não vou incitar o abandono total do controle, desprezando casos de segredos industriais publicados em blogs ou filmagens de protótipos compartilhadas no Youtube. Como dizem as culturas mais antigas, “a virtude está no meio”.

Soluções Integradas são interessantes. Mas quão integradas?

Vejamos o exemplo das soluções integradas. Não é raro a TI “reinventar rodas” na tentativa de implementar soluções totalmente integradas. Quando uma nova capacidade precisa ser adicionada a um sistema, soluções simples podem ser descartadas por não utilizarem a mesma tecnologia, o que pode levar à invenção de uma “nova roda”, talvez menos eficiente do que aquela já disponível – testada e otimizada, mas não “integrada” à tecnologia existente.
Será que não está na hora de revermos esta forma de integração e pensarmos em integrações mais “leves”?
Porque não integrar componentes já disponíveis “da porta para fora” para melhorar os fluxos “da porta para dentro”?
Por que criar toda uma infraestrutura de armazenamento, indexação e visualização de vídeos se o Youtube está disponível para o mundo e todos já estão familiarizados com ele?
Por que criar mecanismos de microblogs se o Twitter já é mais do que um padrão – já passou a ser um hábito, para não dizer um vício…
Por que criar mecanismos de conexão entre pessoas se elas já estão conectadas no Facebook?

Os desafios

Ok, nenhuma empresa vai querer que suas operações aconteçam em público.
O cenário ideal consiste em utilizar ferramentas que são padrão “de facto”, porém mantendo o controle do acesso às informações, com mecanismos de autenticação e autorização integrados aos da sua empresa.
(Sim, eu usei o termo controle, você reparou? Rs rs)
As principais plataformas que sustentam as redes sociais através de mídias digitais já estão evoluindo bastante na questão da privacidade, ou seja, no controle do acesso à informação (autorização). Elas também oferecem mecanismos de autenticação abertos. Empresas que se empenharem para integrar seus mecanismos internos de autenticação e autorização com estes mecanismos “externos” (ex: OpenID e OAuth) dificilmente se arrependerão.
Uma vez criada essa “ponte” entre a empresa e as plataformas sociais externas, acompanhar a evolução das novas aplicações que irão surgir será muito mais fácil do que tentar “internalizá-las” à moda antiga.
Além disso, a curva de aprendizado dos funcionários será muito menor, porque eles já terão feito o “treinamento” relativo à nova ferramenta em suas casas!

7 comentários em “O que a TI pode aprender com as Mídias Sociais”

  1. Olá Luciano,
    Acredito que a área de TI já absorveu o termo “compartilhar” há algum tempo. Linux, php, java, wikis, blogs, frameworks (magento, drupal, joomla), entre tantos outros foram construidos a partir do esforço de uma comunidade que parece não acreditar no termo controle.
    Em relação as empresas concordo que deveriam utilizar melhor as ferramentas para comunicação com seu público ou parceiros porém não para operações internas. Ferramentas como o twitter ou facebook não foram desenvolvidas com este propósito. Existem soluções corporativas destas ferramentas, exemplo do yammer.com que utiliza as mesmas características do twitter só que com algumas inovações voltadas para este mercado.
    []s
    Adriano

    1. Olá Adriano,
      Concordo que a Comunidade de TI absorveu o modelo de compartilhar e distribuir o controle de forma muito mais ágil do que a área de TI das empresas.
      Também concordo que existem ferramentas “corporativas” que trazem os benefícios das mídias sociais e das redes sociais para dentro da empresa de forma segura (Yammer é um ótimo exemplo, muitas vezes recomendo).
      O que questiono é quando as empresas se põem a desenvolver soluções internas, com as ferramentas e tecnologias que estão acostumados (o que normalmente é um fator limitante) para implementar capacidades que podem ser disponibilizadas por ferramentas já existentes (e de domínio dos usuários).

  2. Pingback: O que a TI pode aprender com as Mídias Sociais | Elieser Lemos – IT Pro

  3. Olá Luciano!
    Creio que existem duas mudanças fundamentais entre as empresas de antigamente nesse caso. A primeira é que as empresas estão recheadas de funcionários da geração Y que mesmo não sendo necessáriamente especialistas em TI, já estão bem acostumados com tecnologia e são mais participativos, então elas vão “forçadas” a ceder à essa integração com as midias sociais.
    Quanto à questão de privacidade, antigamente a maior preocupação era com segurança, então viamos esquemas de firewalls, portas com controle de acesso entre outras medidas e essa cultura foi trazida pros dias de hoje, então midias sociais = sinônimo de vazamento de informações, isso quando não pensam como perda de tempo.
    Como se aquele cafezinho de 30 minutos não fosse pior do que 10 segundos de resposta à um tweet(muitas vezes útil)…

    1. Oi Marcos, ótimo comentário!
      Numa ótima conversa sobre a questão de uso das mídias sociais por funcionários, surgiu a questão da “necessidade de bloquear o acesso às Mídias Sociais para não comprometer a produtividade”.
      Comentei o seguinte:
      “Se o funcionário de uma empresa vai ‘matar tempo’ caso tenha acesso às Midias Sociais, então a empresa tem um problema no RH: está contratando as pessoas erradas!”
      Se a empresa tem funcionários descomprometidos ou desmotivados, não adianta bloquear Twitter e Facebook. O funcionário vai ‘matar tempo’ de outro jeito… no café, em pseudo-reuniões, na primeira saída do chefe…

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