Mídias Sociais: porque é sério e precisa ser profissional

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Esta foi uma semana agitada, em grande parte por conta da Campus Party Brasil.
De lá surgiram dois fatos que mostram porque você precisa ter profissionais sérios e competentes envolvidos em suas iniciativas de mídias sociais. O terceiro veio dos gramados.

#fato 1 – Marcelos Tas se queimando à toa.

O fato inédito da Campus Party deste ano conseguiu apagar até a imagem do Al Gore e a do Steve Wozniak – um apagão deixou 6.800 nerds sem os seus sinais vitais: eletricidade e conexão à Internet.
Obviamente, os campuseiros se manifestaram, frisando a ausência de geradores e ironizando uma das principais patrocinadoras do evento, a Telefónica, porém tudo com muito bom humor e de forma civilizada (veja o momento do apagão).
Neste cenário que Marcelo Tas, ninguém sabe se com agenda oculta ou não, saiu em defesa da empresa para a qual foi garoto-propaganda (Telefónica).
Só que o público da #cpbr4 é extremamente “pensante”, e detectou e comentou o possível conflito de interesses.
A partir daí, Tas entrou em rota de colisão com os campuseiros, chegando a tuitar coisas como:

“Campus Party está sem luz e internet. Alô nerds, que tal aprender beijar ou ler um bom livro? 🙂 http://yfrog.com/h7fhoqj #cpbr4”

e tomou uma invertida, retuitada por muita gente:

“RT @mirandanilo que tal aprender a fazer humor RT @marcelotas Campus Party está sem luz e internet. Alô nerds, que tal aprender beijar ou ler um bom livro?”

O embate se estendeu a um “bate-boca via Twitter” (se é que isso é possível) com um dos co-fundadores da Campus Party, @pacoragageles, a quem Tas chamou de “espanholzinho”.
Desgaste desnecessário. Marcelo Tas poderia ter passado sem essa, e com certeza seu “Ibope” perante os “Nerds” está mais baixo.

#fato 2 – Apagão no “flashmob” da AMD no #cpbr4

A AMD até que tentou, mas o pessoal da #cpbr4 não aderiu ao seu “flashmob“.
Ao invés de interagir, as pessoas ficaram somente filmando ou tirando fotos com seus celulares.
Aparentemente, só dançou quem foi contratado.
Isso não configura um flashmob e sim uma mera apresentação, um show ao vivo.
Um flashmob requer mais atração, mais envolvimento, mais sinergia. Um flashmob é um “viral ao vivo“, e isso a AMD definitivamente não conseguiu realizar.
Tanto que o vídeo do suposto flashmob ainda não atingiu a marca dos 10.000 views (muito pouco frente ao investimento realizado).
Pior do que o não envolvimento do público, foi a escolha do rapper Dark Sorcerer (Cauê Moura) para liderar a ação.
Cauê Moura publicou um vídeo falando horrores sobre os flashmobs. O link está aqui, mas não me responsabilizo pela linguagem nele utilizada. Assista por sua conta e risco de seus ouvidos…
Não funcionou e ficou chato…

#fato 3 – Fotógrafo “tuíta” coisa errada, no lugar errado, na hora errada

Depois de Alex Glikas (ex-Locaweb) e de Mayara Petruso (“ex-tagiária” de Direito), agora é a vez do [ex]fotógrafo do Agora, Thiago Vieira perder seu emprego e comprometer sua reputação.
Flávio estava cobrindo as eleições da diretoria do Palmeiras, nas dependências do próprio clube, quando tuitou:

“Enquanto os porcos não se decidem poderiam mandar mais lanchinhos e refrigerante pra imprensa q assiste ao jogo do timão na sala de imprensa.”

Não satisfeito, ainda escreveu:

“esperando os porcos decidirem se são porcos ou gente” e “E o corinthians não aprendeu nada com o segundo tempo contra a Lusa…enquanto isso nem porcos nem gente”

Por pouco escapou de uma grande surra, pois os torcedores presentes no local não gostaram nem um pouco dos tweets do fotógrafo.
A experiência não termina aí. Uma das coisas mais importantes nas Redes Sociais é ser transparente: assumir seus erros, tornar público seu aprendizado com eles e comprometer-se a não repeti-los. É a melhor atitude após uma eventual falha.
No entanto, algumas vezes a soberba não permite às pessoas assumir seus erros. E parece que temos mais um caso aqui…
Vejam aqui a “desculpa” que o fotógrafo inventou para tentar tapar um sol desértico com a peneira: esconder-se atrás do clássico de George Orwell.
Pois é. Erro em cima de erro, né? Agora, quer a cerejinha no bolo?
Repare nos comentário publicados na página. Só gente apoiando.
Alguém realmente acredita que só houve comentários de apoio? Nenhuma crítica?

Nas Redes Sociais, seja transparente!

Essa falta de transparência não pega bem nas Redes Sociais.
Foi-se o tempo que a opinião pública era formada pela “mass media“.
Hoje o público tem acesso à informação e é capaz de formar a SUA opinião. Esse tipo de ação no estilo “dono da bola” não funciona mais.
É preciso agir nas Redes Sociais com transparência, com profissionalismo e com criatividade.
Sem esses requisitos, é melhor e mais seguro continuar distribuindo uns brindezinhos bacanas, bem à moda antiga…
 

6 comentários em “Mídias Sociais: porque é sério e precisa ser profissional”

  1. Muito bom o tópico e os exemplos Palma.
    A transparência é tudo, quando se é empresa então, ainda mais. Sempre digo aos clientes: Transparência relevância e confiança. Se formos transparentes no que fazemos, geramos confiança daqueles nos acham relevantes.
    Abraços

  2. Janaina Bernardes

    Pelo menos umas 3 vezes, quando apresentei uma proposta de mídias sociais para possíveis clientes, o seguinte: “ah, isso aí eu ponho meu filho pra fazer, não esquenta não…”. Triste viu? Fica difícil até de convencer a pessoa do contrário!

  3. Luciano,
    trabalho muito o tema web 2.0 no meu blog http://www.gfsolucoes.net/gustavo e concordo com o que você aborda. Mídias sociais são um assunto sério e não somente para empresas ou personalidades, elas estão atingindo pessoas comuns e as transformam em celebridades rapidamente, geralmente com algo negativo, como os casos que temos visto de jovens e adolescentes (e também jogadores de futebol) na Twitcam.
    A sociedade precisa ser reeducada, para aprender a viver nessa nova realidade, com as mídias sociais e a web 2.0 e a escola é o melhor lugar para isso,
    abraço.

    1. Oi Gustavo,
      Obrigado pelo comentário. De fato, toda proposta [r]evolucionária traz consigo alguma necessidade de adaptação por toda sociedade – desde os indivíduos até as organizações e governos.
      O que estamos vivenciando é este momento de ajuste, onde indivíduos estão descobrindo o limite de sua exposição nas mídias sociais, empresas estão se esforçando para entender como o relacionamento com os consumidores está mudando e até mesmo governos estão se encontrando – ou desencontrando – tentando silenciar iniciativas como WikiLeaks ou filtrar/bloquear a “sua” Internet.
      Quanto ao aprendizado, sem dúvida a escola é um ótimo lugar para adquirir conhecimento, mas vale lembrar que não é o único. A rede em si é uma fonte inesgotável de informação, e hoje, através de suas conexões, você pode trocar experiências incríveis. Uma pode complementar a outra maravilhosamente.
      A maior escola está dentro de nossas cabeças, e seu combustível é nossa vontade de aprender.
      Ah! Outro ingrediente fundamental: muita dedicação. “There’s no free lunch”.

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