Readme.1st: “Pesquisa” está entre aspas porque tenho consciência que para divulgar uma Pesquisa sobre o tema seria necessário um estudo bem mais aprofundado, com uma metodologia mais formal e uma análise estatística mais rigorosa. O que apresento aqui são os resultados de uma Pesquisa informal.
Histórico
Recentemente, tive que elaborar um questionário para uma pesquisa de mercado. Foi o trabalho final de um dos módulos do MBA que estou cursando. Como o nome já diz, trabalho é coisa chata de fazer, então procurei unir o útil ao agradável: aproveitei para experimentar o Polldaddy, um site que permite que você crie e realize pesquisas de forma rápida e simples, e que se mostrou também muito eficiente!
Objetivo
O tema “Redes Sociais” está em grande evidência, o que faz com que Pesquisas sobre o assunto sejam frequentes. Só que muitas delas têm sua origem nos EUA (aliás, como a maioria das pesquisas). Acredito que o padrão de consumo de Redes Sociais no Brasil e nos EUA seja MUITO diferente, então porque não soltar um “balão de ensaio” e analisar como algumas pessoas no Brasil estão usando as Redes Sociais?
Universo da Pesquisa
Este é o ponto mais questionável da pesquisa – 75 pessoas completaram o questionário.
O número é baixo, pois ele representa as pessoas que consegui abranger com alguns anúncios no Twitter e no Facebook. O lado interessante é que estes foram os únicos mecanismos de divulgação, portanto os resultados possivelmente representam um grupo com um certo perfil: usuários ativos de Internet, interessados em Redes Sociais (senão não responderiam a pesquisa) e provavelmente ligados ao mundo da Tecnologia (setor aonde tenho mais contatos).
Aliás, aproveito a oportunidade para agradecer a você que participou da pesquisa! OBRIGADO! 😉
Resultados
Vamos ao que interessa! Confira os números da pesquisa:
PERGUNTA: Quais ferramentas você já utiliza?
Aqui vale uma observação: a pesquisa foi divulgada via Twitter e Facebook, o que provavelmente introduz um vício na amostra.
Nota-se a enorme penetração do Messenger e uma presença não tão massiva do Orkut (apesar de significativa).
O alto índice do Linkedin me impressionou. Parece que o grupo está mesmo “antenado” em relação à carreira 😉
O Google Buzz aparece tímido, mas pela sua “idade”, vale a pena ficar de olho nessa ferramenta que muita gente ainda não absorveu completamente.
Parece que o Myspace não vingou no Brasil (apesar de sermos um país musical), e o Hi5, que fala mais espanhol, não teve grande adoção.
As ferramentas mencionadas como “Outras” foram: Ning (2), Youtube (1), GTalk (1), Formspring.me (1), Last.FM (1), Spaces (1), MeAdiciona (1) e GoodReads (1).
PERGUNTA: Quanto tempo você dedica a Redes Sociais? (POR DIA)
Estes números mostram que as pessoas estão de fato utilizando Redes Sociais. Será que é só moda? Eu acho que não! (Já abordei essa questão aqui).
Num cálculo aproximado, o tempo médio que o grupo passa em ferramentas de Redes Sociais é de 164 minutos por dia!
O que pode estar levando as pessoas a dedicarem 2 horas e meia por dia a Redes Sociais?
Eu acredito num movimento de conexão entre as pessoas, de humanização dos relacionamentos, inclusive os profissionais.
Mas isso é assunto para o livro que escreverei com o Celso Pagotti…
E não duvido nada que a última barra (“mais de 3 h”) pode ter sido influenciada pelo pessoal do #MVPSNãoDormem… Rs rs rs…
PERGUNTA: Quantos contatos você tem em cada Rede?
Compilando os valores médios, o fato curioso neste item refere-se ao Facebook. Enquanto Twitter (187), Orkut (168) e Messenger (214) apresentam médias um pouco superiores ao número de Dunbar (150), o Facebook, uma das redes com maior potencial, apresenta uma média de “somente” 80 contatos.
Até o Linkedin apresentou uma média superior (87), mesmo sendo uma rede normalmente utilizada para fins mais específicos (e profissionais).
Google Buzz, Myspace e Hi5 ainda não se estabeleceram.
É bem verdade que o mecanismo para seguir alguém no Twitter é unidirecional (portanto mais simples), e que Messenger e Orkut vêm sendo utilizados há mais tempo no Brasil… mas como será que estes números vão evoluir em um ou dois anos?
PERGUNTA: O que você busca nas Redes Sociais?
O maior interesse nas Redes Sociais foi fazer Contatos para evolução na carreira, mostrando mais uma vez que elas não estão aí para brincadeira!
Em seguida, apareceram (nesta ordem): Reunir pessoas com interesse comum, Contatos com amigos (já existentes), Contato com Clientes
strong>, Divulgação Pessoal e Fazer novos amigos.
Re-encontrar antigos amigos despertou “médio interesse”.
O que me surpreendeu foi Divulgação da Marca (Comercial) não ter sido considerado foco, além de Relacionamentos amorosos terem ficado em último lugar, com 72% afirmando taxativamente que não estão nas Redes para isso. (Será que o pessoal está sendo tímido?) 🙂
PERGUNTA: Em que área você acredita que as Redes Sociais terão maior impacto?
Os relacionamentos pessoas foram indicados como área de maior impacto, seguidos pelo comportamento do consumidor e pelas Empresas.
Esta sequência faz sentido para mim, e reforça o que o Celso Pagotti vai expor no Web Expo Fórum em sua palestra “O que é Socialcast?”.
Acredito que a mudança acontece no âmbito pessoal, modificando os hábitos como consumidor, ao que as empresas devem estar atentas para acompanhar.
Achei ruim ver que há pouca visibilidade de impacto das Redes na educação (gostaria de ver um número maior).
Em relação a Governo, o cenário é ainda mais pessimista: Ninguém mencionou as Redes Sociais como ferramenta de impacto no Governo!
PERGUNTA: Qual o fator MAIS NEGATIVO que você vê nas Redes Sociais?
A dispersão foi indicada como o fator mais negativo das Redes Sociais. Com a quantidade de informações que circulam nestas Redes e com o dinamismo com que isto acontece, esta “vitória” é bastante compreensível.
Em segundo lugar ficou o impacto negativo de uma frase ou foto inadequada, um tipo de preocupação recente e que pode ser determinante, por exemplo, num processo de seleção para um emprego. Num ambiente onde a reputação é uma nova moeda, o ponto é absolutamente válido.
Depois, praticamente empatados, o tempo dedicado às Redes Sociais, Riscos de Segurança e a Perda de Privacidade.
PERGUNTA: Qual o fator MAIS POSITIVO que você vê nas Redes Sociais?
A maior unanimidade da pesquisa foi em relação ao que as Redes trazem de bom: o compartilhamento de informações. Sem dúvida, este é o fator que move as Redes e que alavanca o item que ficou em segundo lugar: a conexão entre as pessoas.
PERGUNTA: Que tipo de resultado você já obteve através de Redes Sociais?
Agradável surpresa: 49 entre 75 pessoas (ou seja, 65%) já criaram novas amizades pessoais (offline) através das Redes Sociais.
Pessoalmente, venho afirmando que após adotar as Redes Sociais, ao contrário do que poderia parecer intuitivo, tenho tido mais contato offline com as pessoas.
Repare que isso não significa mais contato offline do que online, mas sim mais contato offline do que tinha antes de utilizar Redes Sociais de forma mais estruturada.
Conclusão: As Redes parecem estar nos aproximando, virtual ou pessoalmente, quando comparamos nosso ambiente ao antigo modelo onde as pessoas trabalhavam mais desconectadas e – consequentemente – de forma mais individual, mais solitária. E essa aproximação se reflete no cotidiano, ou seja, em nosso mundo offline.
Os dados interessantes não param por aí. 56% já alcançaram algum tipo de Reconhecimento ou Fama e 45% criaram novas Comunidades, o que demonstra um alto grau de atividade (e resultados) nas Redes Sociais.
Um em cada 4 participantes mencionou que através das Redes obteve aumento de auto-estima, mesma taxa que conseguiu uma maior Divulgação de Marca (Comercial) e até mesmo um novo emprego pelas novas mídias!
Não podemos deixar de notar que 8 novos casais se formaram através das Redes… lembra aquela parte da timidez? Parece que era blefe mesmo! Rs rs rs 🙂
PERGUNTA: Em relação às mídias tradicionais, você acredita que as mídias sociais…
Ufa! Praticamente ninguém fez prognóstico de extermínio de mídias tradicionais e nem de novas mídias.
Embora tenha ficado claro que a maioria esmagadora acredita que mídias sociais e mídias tradicionais irão conviver pacificamente, há um viés para que as novas mídias tenham um pouco mais de importância do que as tradicionais. Agora é esperar para conferir 😉
E você, o que achou?
Gostaria de saber sua opinião sobre esta “Pesquisa” – se achou válida a iniciativa, a análise, o formato. Quais são suas idéias, críticas ou sugestões para continuar a “Conversa”? 😉
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