Tecnologia

Links “fortes” e links “fracos”

Depois da palestra sobre Redes Sociais em Santos, surgiu uma discussão sobre o número de relacionamentos que nós humanos conseguimos manter.
Hoje reli a parte do livro “The Tipping Point”, de Malcolm Gladwell, que cita conceitos de psicologia cognitiva e os estudos do atropólogo inglês Robin Dunbar, de onde sai o número mágico 150. Este número está relacionado à “capacidade do canal social” no nosso cérebro. Ele prossegue citando a relação entre o tamanho do neocortex e o cérebro humano… mas como esse post já está ficando acadêmico demais, vou parar a “teoria” por aqui… 😉
Já no livro “Growing Up Digital”, Don Tapscott nota que os NetGenners (ou Geração Y, se você prefere seguir a moda) são capazes de manter um número muito maior de relacionamentos, e chega a citar jovens com 750 “amigos” (se não me engano, sua própria filha).

O que é um amigo?

Essa questão foi colocada no “audiobook” que vim ouvindo hoje (“Trust Agents”). O que é um amigo? O que você sabe sobre um amigo? Você pode ser amigo de alguém que nunca encontrou pessoalmente?
Isso me lembra uma conversa que tive com um amigo (sim, um amigo) que me disse que tinha poucos amigos no Facebook porque não adicionava “qualquer um”. Parei para pensar se meus “amigos” do Facebook eram “quaisquer uns”, e notei que apesar de muitos não serem meus verdadeiros “amigos” (no sentido mais restrito da palavra e sem ofensa a nenhum de vocês do Facebook), eu tinha algum laço de relacionamento com cada um.
A explicação que pude achar foi: “Você só adiciona seus ‘links fortes’, e eu adiciono ‘links fracos’ também. Esta é a diferença!”. Ele concordou prontamente. E eu gostei do termo. 🙂

A origem dos amigos

Did You Know?Até poucas dezenas de anos atrás, seus relacionamentos estavam limitados a seus deslocamentos geográficos. Você fazia amigos no bairro, na escola, no trabalho. Na Europa, “amigo do trem” é um termo comum, pois muita gente pega o mesmo trem, no mesmo vagão, no mesmo horário, e esta “proximidade geográfica” gera amizades.
Hoje podemos ter muito mais possibilidades para se relacionar, por conta da tecnologia (principalmente a Internet).
Através da rede, você pode encontrar pessoas que tenham um interesse em comum, independente da localização geográfica.
Isso pode gerar tanto “links fracos” quanto “links fortes”. O vídeo “Did you know” mostra que no ano passado, 1 em cada 8 americanos casaram-se com alguém que conheceram… pela Internet! :O (e já existe uma versão mais nova deste vídeo).

Voltando ao número mágico

Ok, a Internet ajuda a criar novos relacionamentos, e estes relacionamentos são até mais “filtrados” do que a “casualidade geográfica” permitia no passado.
Mesmo assim – perguntou o Jefferson do www.pensando.net (que estava na palestra em Santos) – nem o cérebro humano, nem seu neocortex cresceram de lá prá cá. Como explicar um aumento tão grande na “capacidade de nosso canal social”, ou seja, o número de relacionamentos que conseguimos manter?
Essa eu não posso provar, mas meu amigo de poucos amigos no Facebook concordou: hoje nós transferimos algumas funções que o nosso cérebro (neocortex?) executa para nossos “dispositivos de redes sociais”. Celulares que armazenam os números de telefone dos amigos, sites de relacionamento que armazenam datas de aniversário, características e até as listas de amigos de nossos amigos, e por aí vai. É só uma tese; seria necessário pedir para o Mr. Dunbar comprovar… 😉
Só para fechar com um pouco de humor… com todas essas facilidades, alguém precisa recomendar as redes sociais para o Gasparzinho! 🙂
AMIGOS, vocês têm uma opinião formada sobre isso? 🙂

Redes Sociais: Só moda? Só onda?

Ninguém questiona que atualmente existem dois jargões dominando os blogs da área de TI: Cloud Computing e Redes Sociais.
Como toda novidade, elas vêm recheadas de paraquedistas. Prepare-se para ouvir muita bobagem em relação a esses dois temas. Mais importante: prepare-se muito bem para ser capaz de separar o joio do trigo!
Vou tentar focar em Redes Sociais, mas espero em breve abordar também o tema Cloud Computing.

Só moda?

Com certeza moda. Mas será que é moda? Tem gente começando a achar que sim. Eu, particularmente, acredito que seja moda sim, mas não que seja moda. Tenho filhos e fiquei impressionado quando vivenciei, em casa, muita coisa que li em livros falando sobre Redes Sociais, Mídias Sociais, Social Marketing e Geração Y. A programação da geração que está entrando no mercado de trabalho é outra! Gosto muito da análise do Don Tapscott, que ao mesmo tempo que questiona se esse pessoal tem conhecimento “raso”, não se interessa por nada e não quer saber de trabalho pesado, também analisa com mais calma o outro lado da moeda e constata que não é bem assim: os NetGenners têm valores muito fortes, que incluem transparência, liberdade e responsabilidade social. Algo que – convenhamos – a minha geração (X) não foi especialista!

Só onda?

Se não é só moda, também não é só onda. Mas é uma BAITA onda!!!
Se algo novo surge, com enorme e imediata aceitação na sociedade, dificilmente isso passará deixando o mundo na mesma posição em que estava antes. Nenhuma onda grande se vai sem causar transformações. Por isso que penso que estamos diante de uma onda que trará mudanças irreversíveis. Meu filho hoje troca a TV por vídeos no Youtube (felizmente ele está assistindo MithBusters e séries da Discovery sobre missões espaciais). Isso faz com que eu precise me reprogramar como pai. Ou vocês acham que não percebi o frio na espinha de vocês quando coloquei os termos “filho” e “Youtube” na mesma frase? Sei que meu papel de orientador será mais complexo, mas compro a briga. Ele tem acesso ao Youtube sim. O que ele vai fazer lá vai depender do tipo de orientação que eu vou ser capaz de dar, afinal sou o pai dele; é minha obrigação ter a capacidade de influenciá-lo! Faz parte da educação do século XXI, mas vou deixar isso para outro post, senão vou acabar desviando muito…
Passada a onda, o Youtube vai continuar lá. Meu filho também. Twitter também. Facebook também. Messenger também. Skype também. E inúmeros outros recursos para atuar em redes sociais estarão lá. É um legado que estamos construindo. Você não se sente privilegiado por isso?
Então o que vai mudar? Vocês realmente acham que se eu soubesse estaria aqui escrevendo num blog? Ninguém sabe. Mas muita gente imagina. E normalmente, os bons imaginam as coisas bem mais próximas da realidade futura do que os paraquedistas. A dica então é não ser um paraquedista. Receita? Capacidade, Criatividade e Suor.

Capacidade

Apesar da Capacidade parecer algo inato, o estudo e a experimentação são “anabolizantes” das Capacidades. Só que não fazem mal à saúde. O primeiro passo então é estudar e experimentar. Se você também está fazendo isso, fique à vontade para compartilhar conhecimento neste blog. Se você quiser, mande um texto e ele se tornará um post neste blog, assinado por você. O convite a participar estará sempre aberto!

Criatividade

Criatividade. Outra coisa aparentemente inata. Teria Da Vinci inventado tantas coisas se não tivesse sido exposto ao ambiente em que viveu? E se ele não tivesse materiais para analisar e experimentar… teria ele criado tantas coisas? Criatividade sem informação não anda. Acho que a pessoa criativa é a que tem capacidade de ligar pontos nunca antes ligados. Para que esse processo tenha início e dê frutos, o criativo precisa saber que existem os pontos! Então quanto mais informação você tiver, maior chance do seu lado criativo unir os pontos e fazer de você… alguém criativo!!!

Suor

Se os dois ingredientes anteriores pareciam raros… o último bate todos os recordes. É difícil encontrar gente disposta a suar hoje em dia. Todos querem ser líderes, gerentes, colocar os outros para trabalharem para eles. Mas nossa receita não sai sem suor. Arregace as mangas, estude muito, ligue os pontos, e dê o seu melhor. Você sairá suado, mas com sucesso!

So what?

Ok, mas até agora, aonde chegamos com esta discussão?
Acredito que as Redes Sociais vão mudar a maneira com que as pessoas se relacionam. Tanto no âmbito pessoal quanto profissional. Entre pessoasa e entre empresas. Isso é altamente positivo, pois sairemos de um modelo onde quem controla os meios de comunicação envia e mensagem e os demais a recebem passivamente e aceitam-na (os canais de contestação são dúbios e desencorajadoramente burocráticos) para um modelo onde todos temos voz. Nunca vou descobrir se eu consegui a troca de um carro que veio com defeito através de uma campanha individual no Twitter, mas existe a hipótese. Hoje tenho contato com os autores dos livros que leio, e a hipótese de influenciar o próximo livro deles também existe (por exemplo, através de uma sugestão). Estamos sendo convidados a “fazer parte do processo”, do início ao fim, e não somente como último elo da cadeia, aquele que compra (às vezes por indução) e paga a conta.
Se você tem interesse em discutir essas mudanças, peço que frequente um pouco este blog para validar se ele agrega algo para você. E peço que participe dele, não só comentando, mas como já mencionei antes – “fazendo parte” dele.
A discussão é longa e não se resolve em um só post, então vamos continuar discutindo através de comentários, e-mails, Twitter, ou qualquer canal que você julgar mais interessante.
Aproveite também para conferir os slides da palestra realizada em Santos sobre Redes Sociais (InfoTech 2009, 12/12/09): http://www.slideshare.net/lucianopalma/info-tech2009-redes-sociais-no-videos.
Grande abraço,
Luciano (@lucianopalma)

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