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Não se iluda com a Inovação

Antes de começar meu raciocínio, gostaria de contextualizar o autor desse post.
Sou engenheiro convicto. Daquele que já sabia que seria engenheiro desde os 10 anos, ou até antes. Sempre quis entender como as coisas funcionavam, dos objetos da casa às invenções impossíveis dos desenhos animados (e sim, eu me desesperava em pensar quem iria arrumar a bagunca que o Jerry Lewis fazia em seus filmes…)
A Física, a Matemática e a Engenharia me entusiasmavam porque conseguiam modelar o mundo real através de suas fórmulas (eu odiava o “despreze os atritos” dos enunciados – aquilo não era real!).
Conviver com todas essas fórmulas me fez entender que os fenômenos da natureza são analógicos e seguem curvas contínuas. Nenhuma mudança é instantânea. Se parecer, é porque a amostragem foi lenta demais.
Para mim, uma das coisas mais excitantes e “mind blowing” foi descobrir as séries e entender a decomposição de sinais em suas harmônicas. É revolucionário descobrir que um pulso não existe como o imaginamos. Nada vai de 0 a 5 Volts imediatamente. A tensão passa por todos os valores (ainda que passe muito rapidamente pelos valores entre 0,01V e 4,99V) e mais: a tensão não consegue parar imediatamente em 5 Volts. Ou colocamos um capacitor para “suavizar” essa chegada aos 5 Volts, ou teremos um pico maior do que 5 Volts, depois voltaremos para um pouco menos do que 5, depois um pouquinho mais, até estabilizar em 5V…

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Um pulso em sua intimidade…

Toda essa teoria pode soar chata para muitos, mas é muito mais reveladora do que parece. Isso vale para a natureza, não só para circuitos eletrônicos!

E o que isso tem a ver com Inovação?

Na realidade, o comportamento da tensão em um pulso tem grande analogia com a curva de adoção de inovações tecnológicas!
Dê uma olhada no gráfico abaixo, que representa o “Gartner Hype Cycle“. Você não vê uma semelhança?
Essa curva é genérica (assim como a curva acima) e suas intensidades e valores absolutos podem variar de acordo com a tecnologia ou produto sendo introduzidos no mercado, com fatores econômicos externos ou com inúmeras outras variáveis.
É muito comum, porém que o padrão da curva seja observado.

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Gartner Hype Cycle

OK, e eu com isso?

Quem está buscando introduzir alguma inovação no mercado deve entender essa curva, porque ao planejar algo inovador, é necessário fazer previsões sobre a adoção de seu produto ou serviço. Quanto melhores suas previsões, maior será seu sucesso (se as coisas saírem melhores do que você previu, não será mérito seu: terá sido sorte!).
O problema é que muita gente se excita com a evolução da primeira parte da curva. Há quem acredite que esse crescimento será para sempre, ou que a curva se estabilizará num valor próximo ao seu pico. E é aí que muitos quebram a cara! Lembro, nos meados dos anos 90, de projeções para o crescimento da Internet. O pessoal simplesmente projetava uma parábola com base no começo da curva. De acordo com alguns “especialistas”, há uns 10 anos já deveríamos ter um número praticamente infinito de pessoas conectadas à Internet…
O bom empreendedor tem que ter um faro aguçado para antecipar ao máximo o que vai acontecer. Ele tem que ser capaz de “enxergar além do que os outros enxergam”. Claro que ele também terá que reagir às mudanças que ocorrerão, mas isso é simplesmente uma questão de fazer de novo algo que ele já aprendeu a fazer bem: analisar as variáveis e projetar bem as curvas – ainda que tenha que fazer isso recorrentemente!

E como uso essas curvas?

As curvas mostradas nesse post são conceituais, portanto não trazem valores absolutos. Só você será capaz de projetar a curva de adoção para seu negócio (ou talvez um concorrente direto seu, mas nesse caso, é bom que você seja melhor do que ele nisso…).
É importante ter consciência que existe um pico do “hype”. As vendas de iPhone estouram a cada lançamento, mas 3 ou 4 semanas depois, elas não mantém o mesmo ritmo. Já imaginou se os analistas da Apple não conhecessem este “fenômeno” e projetassem suas vendas com uma curva de crescimento simples? Imaginem quanto eles errariam nas projeções de investimento em produção, marketing, logística, etc, na hora que se deparassem com uma realidade assim?

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Vendas de iPhones por trimestre

Inovar é bom, mas como tudo na vida, o preparo é o melhor tempero para o sucesso. Estudar disciplinas como Física e Matemática é fundamental para ter sucesso no mundo da tecnologia. Porque para ter ideias inovadoras é necessário ter criatividade e motivação, mas para fazer as mudanças acontecerem, é preciso muito estudo, muito preparo, muita análise e, acima de tudo, muito trabalho. Como trabalhar cansa, utilize tudo aquilo que você aprendeu em seus estudos para que esse trabalho não seja em vão. Não se deixe iludir pelo brilho da curva inicial de adoção de seu produto. Lembre-se que você tem que colocar na conta os porcentuais de expectativas infladas, o porcentual de desilusão, o porcentual de persistência para buscar o esclarecimento (“enlightenment”) e o tempo para atingir o platô de produtividade. Prepare-se para cada um desses momentos. Reaja sempre da melhor forma, divulgando na hora de divulgar, ajustando as expectativas (inclusive as suas) quando necessário, comunicando muito bem para não perder clientes desiludidos, ajustando seu produto para não causar frustração.
E tenha sempre em mente que não é nada pessoal. Grandes empresas passam por esses ciclos. Os pessoal que hoje está no pedestal (Uber, Airbnb, Netflix, Nubank, Alibaba, etc) logo entrará na fase de ajustar expectativas infladas. Só para dar um exemplo: tem muita gente com a expectativa que o Uber vai continuar oferecendo serviços melhores, motoristas poliglotas, educados e cheirosos, brindes, mimos e um preço mais baixo para sempre. Quem calcula ROI com a amostra grátis inevitavelmente se frustrará ali adiante.
É claro que isso não significa que o Uber está fadado a “morrer”, como jornalistas adoram escrever. Só significa o que qualquer profissional preparado para o mercado tem que saber: que o platô de produtividade do Uber não é no pico de expectativa inflada, mas no fim da ladeira do esclarecimento. E a história se repetirá para você.
Minha conclusão? Estude muito bem suas curvas e boa viagem! 😉

Carta aberta de um brasileiro a Mark Manson

Caro Mark,

Obrigado por tomar seu tempo para nos escrever uma carta. É verdade que fico um pouco decepcionado ao ler, no final, que você teve que pagar para alguém traduzir sua carta mesmo tendo morado 4 anos aqui (muita gente que mora menos tempo em outro país consegue escrever uma carta na língua local, mas isso não vem ao caso…).

O que gostaria de dizer é que tudo o que você escreveu em sua carta já era discutido em minha roda de amigos há mais de 30 anos. Sua carta não traz nada que não estivesse presente, já àquela época (e muito provavelmente antes disso também) nas discussões de jovens brasileiros de 14 anos. Se você achou que descobriu algo novo, trago más notícias. As obviedades de sua carta não passam de obviedades. Obviedades bastante obsoletas, aliás, apesar de ainda presentes em nosso cotidiano.

Suponho que nesses 4 anos você deve ter conhecido e gostado do clima dos botequins, porque o tom de sua carta é o que chamamos, tipicamente, de “conversa de botequim”. Se você não conhece o termo, é como designamos aquelas conversas em que as pessoas abordam temas supostamente polêmicos de forma rasa e com um ar de que sabem tudo sobre o assunto, sem porém apresentar nenhum fato, técnica, solução ou proposta produtiva. É o “falar por falar”, só para dizer que falou e sair do botequim achando que participou de uma conversa. De botequim, claro.

De qualquer forma, agradeço a iniciativa. Espero que você retorne ao Brasil e passe aqui muitos anos, para conhecer o Brasil de verdade. Um Brasil com gente desonesta sim, mas também com gente que pensa. Com bandidos sim, mas também com professores apaixonados pela sua arte, como a Fabiana Roque e a Cacau Nicolau. Um Brasil com políticos desonestos e com eleitores tão desonestos quanto eles, mas com garis que devolvem dinheiro quando encontram e funcionários de multinacionais que abrem processos internos para combater a falta de ética na empresa, mesmo sabendo que empresas cujas matrizes ficam em seu país não tomam atitude alguma, para não comprometer os resultados.

Um Brasil aonde a vida é muito fácil para quem tem muito dinheiro (fica difícil não gostar daqui quando se é rico), mas que exige que milhões de brasileiros vivam de forma muito difícil para manter as privadas dos ricos limpas e cheirosas.
Você é bem-vindo de volta, Mark. Se puder, traga na mala, por favor, a objetividade dos “gringos”. Objetividade para propor soluções ao invés de somente ficar criticando (porque essa segunda atitude já abunda em nossas terras). Objetividade para fazer alguma coisa para melhorar a vida das pessoas ao invés de ficar somente falando (vale o comentário anterior). Objetividade para dar o exemplo ao invés de apontar o dedo (e mais uma vez o comentário é válido).

Espero que o Brasil esteja muito melhor quando você escrever sua próxima carta, e de coração, espero que você sinta o orgulho de ter feito alguma coisa para que essa melhora tenha ocorrido.

Com o afeto típico dos brasileiros,
Luciano Palma, um brasileiro.

E se o Google produzisse café?!

Google é uma empresa incrível. Aos poucos, ela se aproxima da Apple em termos de Market Capital e acredito que em breve, a fantástica fábrica de anúncios assuma o posto de maior empresa de tecnologia do mundo.
O que faz o Google ser tão diferente? Talvez uma única palavra: informação.
Google é uma empresa totalmente data-driven, uma das poucas do mundo que pode ser definida ao ler sua missão: “organizar as informações do mundo e torná-las acessíveis”*.
Isso significa que as decisões no Google são tomadas com base em dados. E a empresa é obsessiva em coletar e analisar dados. E por mais que existam as infindáveis discussões em torno do tema privacidade, isso pode ser melhor para você do que você imagina (continue lendo e entenderá).

De onde vem essa obsessão?

Com certeza, de seus fundadores. O Google é um tremendo exemplo de como deve nascer uma startup. Larry Page e Sergey Brin começaram seu negócio acreditando serem capazes de criar algo formidável, e o primeiro passo para isso foi… ESTUDAR!
Sergey tem 2 faculdades, um MBA, fez mestrado em Stanford e conheceu Larry no doutorado, também em Stanford. Ao contrário do que rezam alguns “startupeiros de ocasião” – com muito comodismo e auto-indulgência – estudar é algo fundamental para ter sucesso. Não acredite na falácia que Jobs e Gates abandonaram a faculdade (até porque antes disso, eles estudaram muito mais do que muita gente com diploma e MBA). Quem acredita que só talento, motivação e vontade são suficientes para o sucesso pode voltar para seus livros de auto-ajuda, porque sucesso de verdade demanda muito estudo, muita dedicação e muito SUOR. Esse, aliás, é outro ponto importante. Larry e Sergey arregaçaram as mangas e começaram a trabalhar, ELES MESMOS! Nada de “eu tenho uma ideia”, nada de “vamos procurar um investidor”, nada de “a gente contrata um dev”. Fundador que é fundador vai lá e faz!

E o que isso tem a ver com café?

Absolutamente nada. Foi um devaneio meu enquanto moía café. Sim, eu compro café em grãos e moo. É divertido controlar o tempo de moagem e ver o resultado. Se moer pouco, o pó fica grosso e o café sai muito rápido. Fica bem mais fraco e não forma aquela espuminha charmosa do espresso. Se moer demais, o pó fica fino e dá dó de ver a máquina “fazer força” para gotejar o café, que também perde a espuma e fica com um gosto meio “queimado”. O tempo ideal costuma ser entre 30 e 40 segundos (no meu moedorzinho velho) e varia com a marca do café. Para cada marca, tenho que fazer uns “testes” para ver se aumento ou diminuo um pouco o tempo. Como disse, é divertido.
Voltando ao link com o Google, enquanto fazia isso (esperei 37 segundos), fiquei pensando como as empresas tomam esse tipo de decisão. Quanto tempo elas moem seus cafés?
Foi quando me perguntei: como seria se o Google produzisse café?

Produzindo café

Imagino que uma empresa normal controle algumas variáveis do processo de produção de café: tempo de secagem, torra, moagem, etc. Provavelmente, estas empresas fazem uma dezena de testes com parâmetros diferentes para cada processo e optam pelo melhor resultado.

E o Google?

Talvez Sergey e Larry não se satisfaçam com somente 10 variações em meia dúzia de parâmetros. No processo de pesquisa do “Google Coffee”, tudo seria monitorado – da germinação da semente ao escorrer do café para a xícara. Seriam instalados sensores na plantação, nas máquinas de colheita, nas máquinas de secagem e moagem…
O Google também utilizaria técnicas empíricas para começar a pesquisa e desenvolvimento do “Google Coffee”, mas somente para gerar os dados iniciais para alimentar os algoritmos que analisariam as variações de cada uma das milhares variáveis analisadas. Esses algoritmos gerariam os melhores parâmetros, que seriam re-introduzidos no ambiente físico de pesquisa, dando origem a diversas iterações de evolução do produto.

Então o Google Coffee seria facilmente copiável?

Uma vez definidos esses parâmetros, bastaria o acesso a eles por um concorrente e o produto perderia seu diferencial, certo?
Erradíssimo!!!
Outro valor fortíssimo no Google é a diversidade. A empresa respeita DEMAIS as diferenças entre os indivíduos, tanto que pessoas que não tenham essa característica dificilmente se mantém por muito tempo na empresa. Juntando essas obsessões (dados + diferenças), a próxima etapa seria a de CUSTOMIZAÇÃO do Google Coffee a você.
Sim, com todo co controle da produção, e conhecendo o seu gosto com a mesma precisão aplicada às técnicas de produção, o Google seria capaz de produzir um café exclusivo para você. Um café que você (e somente você) consideraria O MELHOR DO MUNDO. E bastaria você dizer: “OK, Google! Está acabando o café!” e este café “com a sua cara” seria entregue em sua casa. Pode ser até que você nem precise avisar o Google…
E você nunca imaginou que um “cookie” poderia te proporcionar o melhor café do mundo, imaginou? 🙂 🙂

* Durante uma palestra há algum tempo, com o intuito de mostrar que as declarações de missão das empresas são meros clichês corporativos, apresentei a “missão” de uma grande corporação como sendo a missão de um prostíbulo. Todos os participantes concordaram que o texto estava adequado ao negócio.

Hackathon ou Hackatition?

Hackathons nasceram no final do século passado, como uma proposta de esforços colaborativos para criar software (ou hardware). O foco principal era o aprendizado em equipe, e dos primeiros hackathons surgiram até mesmo alguns softwares de sucesso, como o PhoneGap.
Essas atividades vêm se difundindo no Brasil, mas o espírito colaborativo – infelizmente – vem sendo deixado de lado.
Com prêmios reluzentes e muitos holofotes para promover hackathons, equipes se inscrevem com um o objetivo de vencer. Vale mais a vitória no hackathon em si do que a colaboração para a efetiva produção de algo em grupo.
Não há nada de errado nisso, mas talvez seja interessante termos uma nomenclatura mais adequada, para diferenciar os hackathons com o espírito original, colaborativo, dos “hackathons” mais competitivos, movidos a prêmios e promoção em grande escala.
Acho justo deixar o nome original com o pessoal “raiz”: a galera que se encontra para “hackear” algo de forma genuína.
Já para os “hackathons” competitivos, porque não chamá-los de “HACKATITIONS*”?
Muito preciosismo? Gostaria de saber sua opinião! 🙂

* Hackatition = Hack + competition

Não sei carro ou se compro uma bicicleta…

Acabo de tomar uma decisão de compra. Criteriosa, e muitas vezes por isso meus amigos me chamam de “mão-de-vaca”, mas eu não ligo. Orgulho-me de valorizar meu dinheiro tanto quanto orgulho-me da forma que o obtenho.
Na realidade, acabo de fazer uma sucessão de decisões. A primeira, e que espero que seja saudável e gratificante, é a de começar a ir trabalhar de bicicleta. Fiz 2 “reconhecimentos de terreno” indo até a empresa de bike num domingo e num feriado. Foi muito tranquilo e resolvi testar num dia normal. Foi o suficiente para decidir deixar o carro em casa. Ok… talvez não abandone o fiel Polo com mais de 10 anos nos dias de chuva, afinal ele tem sido um bom companheiro! 😉
Tomada esta decisão, resolvi fazer um “upgrade” de bike. Minha Caloi Aspen, simples de tudo, também tem sido uma boa companheira por mais de 10 anos. No caso dela, o abandono tem sido culpa minha…
Ano 2014, então compras começam pela Internet. Pesquisei bicicletas novas e usadas, defini um orçamento e selecionei alguns produtos que se encaixavam nele. Só que faltavam alguns detalhes para sentir-me confortável para comprar uma bike. A primeira coisa: ver a bike fisicamente (o Facebook já provou que todo mundo pode sair bem em ao menos uma foto!). 🙂
Escolhi uma bike que me agradou no mundo virtual e fui até uma loja. Centauro. Chegando lá, olhei diversas bicicletas e, principalmente, examinei “tim-tim-por-tim-tim” o modelo que tinha pré-selecionado. Como sou humano, senti o impulso de levar.
Luciano: “Você faz o preço do site?” (na loja física a bike estava R$ 250,00 mais cara)
Vendedor: “Ah, não dá!”
L: “Ué… se no site dá, por que aqui não dá?”
V: “Ah, senhor, é que o site não tem o custo do aluguel, luz, água, o salário do vendedor, etc.”
L: “Deixa eu entender. Então você está dizendo que eu tenho que voltar pra casa e comprar no site? E que não tenho que pagar pelo seu serviço?”
V: “Olha, o que eu posso fazer é parcelar o pagamento.”
L: “O site também parcela!”
V: “Mas se comprar com a gente, o senhor já sai com a bike montada, regulada.”
L: “E isso vai custar R$ 250 para mim. Não vale! Não tem um gerente para eu conversar?”
O vendedor chama a gerente…
Gerente: “Olha, a gente sabe que muita gente reclama disso. Já discutimos isso em reuniões nossas, mas a direção definiu assim.”
L: “Desculpe a franqueza, mas é uma decisão burra da direção!”
G: “Eu sei, mas sabe… é que tinha gente que usava de má-fé.”
L: “Como assim, minha senhora? É só entrar no site e ver se o preço é aquele!!”
G: “É que tinha vendedor que, para dar desconto, falava que o cliente tinha visto no site.”
L: “Ah… e isso é má-fé… cobrar R$ 250 a mais do que poderia cobrar é uma super boa-fé, né?!”
Nem preciso dizer que saí de lá sem a bike, né? (E o vendedor sem a comissão, que seria a mais rápida do dia, uma vez que ele não teria precisado gastar tempo comigo). Mais ridículo ainda foi constatar que comprando pelo site, posso levar a bike para a loja física para que ela seja montada e regulada!!! Em outras palavras, por uma “decisão da direção”, eles têm que mandar a bicicleta para mim (e pagar o frete), e eu tenho que levá-la de volta para eles, sendo que a bicicleta já está lá…
O mais curioso é que a imagem que eles acabam passando é a seguinte: o vendedor é um “peso morto” que encarece o preço do produto, não agrega informação e não se importa com o cliente. A dica para comprar algo é: vá até a loja física, conheça, experimente, tome tempo do vendedor, tome até um café. Depois não pague por nada disso, volte para casa e compre na loja online (e insatisfeito com o atendimento da loja física).
Estranho, né?
Aí vem a última parte da cadeia de decisões…
Como é que eu, inexperiente em ciclismo, vou escolher a melhor bike? Qual a diferença entre um câmbio dianteiro Shimano FD-MTZ30 Top Route e um Shimano Altus M311 Down Swing – 8v??? E ainda tem o câmbio traseiro, os passadores, os cubos, as pedivelas, os freios V-Brake ou a disco, a suspensão, os aros, os pneus, o tamanho do quadro…
Fiz o que qualquer um faria: procurei quem entende. E onde você acha alguém que entende e que você possa confiar que vai pensar no teu interesse? (infelizmente, muitos vendedores pensam mais na comissão deles). O cara precisa ser seu amigo, então o lugar é: na sua rede social. E hoje, isso significa: nas mídias sociais.
Não demorou para que os amigos “bikers” começassem a dar dicas e levantar detalhes para os quais eu, sozinho, jamais atentaria. Para a cidade, pneus mais finos e lisos são melhores. Suspensão traseira só tira energia. Para-lamas e bagageiro são cruciais…
Uma boa rodada de perguntas e respostas (e o mais legal é que online, um complementa a opinião do outro) e em pouco tempo tomei minha decisão. Por um momento pensei em gastar bem mais, mas com a ajuda dos especialistas, encontrei o produto certo para a minha necessidade, gastando o mínimo daquele dinheiro que eu tanto “regulo”.
Resumo da ópera:

  1. O e-commerce no Brasil precisa evoluir muito. As informações nos sites não são, nem de longe, suficientes para a tomada de decisão;
  2. As empresas precisam entender melhor o e-commerce. Uma cadeia como a Centauro não pode ver sua própria loja online como concorrente. Foi, sim, burrice não ter feito a venda na loja pelo preço do site.
  3. A tomada de decisão passa SIM pela sua rede social. E sua rede social está SIM nas mídias sociais. Empresas que não derem importância para isso estarão, no mínimo, perdendo a oportunidade de aprender o que fazer para que nosso círculo de amizades recomende os seus produtos nas mídias sociais.
  4. Escolher pela bike foi uma decisão acertada. Mesmo antes de começar, já estreitei laços com ótimos amigos. Obrigado Fábio Takeuchi, Cláudio Kerber, Giovanni Bassi, Dani Pepe, Victor Zamora, Alã Costa, Carol Martinez e Adriano Machado pela ajuda.

Ah… a decisão final? A Oxer XR210 da Centauro mesmo, que vou comprar… pelo site!
PS: Sei que o título está errado, mas de vez em quando a gente tem que sair um pouco do convencional, né? 😉 😉

Computadores serão usados da mesma forma que louça?

Não gostaria de entrar no clichê das “resoluções de Ano Novo”, mas já estava passando da hora de reativar este blog… então vou aproveitar a deixa: lá vai o primeiro post de 2014!
(espero conseguir continuar compartilhando ideias por aqui durante o ano) 🙂

Computadores serão usados como louça?
Computadores serão usados como louça?

O título do post pode parecer estranho, mas as discussões sobre o futuro da computação continuam bastante frequentes. Além disso, o recente anúncio do Edison pela Intel no CES aumenta ainda mais a temperatura da conversa, impulsionando o conceito de “Internet das coisas” (disclaimer: atualmente trabalho para a Intel).
A onda dos tablets não é mais novidade, nem a constante queda nas vendas de PCs. Para “confundir” mais a cabeça do consumidor, novos “fatores de forma” (form factors) vêm surgindo: o “2 em 1” (ultrabook que vira tablet), os phablets ou fonepads (que têm tamanho entre tablets e smartphones e realizam ligações telefônicas) e smartphones com poder de processamento dignos de um desktop de alguns anos atrás, potencializados por equipamentos para integrá-los a telas grandes: WiDi adapters, Apple TV, Google TV, Chromecast.
Nesses momentos é comum que surjam opiniões fatalistas no melhor estilo “isso vai matar aquilo”. Surgem também defensores ferrenhos de determinados form factors ou produtos, “provando” que o produto “X” é o melhor de todos.
Felizmente, não existe um “melhor de todos”. Digo felizmente porque isso acabaria com a diversidade do merado. Se existisse realmente um “melhor de todos”, todo mundo compraria somente aquele modelo, os outros encalhariam e sairiam de linha – e somente o líder absoluto de opiniões existiria no mercado. Ruim, não?!
O que eu acredito é que ao invés de existir um “melhor de todos”, existe um “melhor para o que eu estou fazendo agora”. Daí a comparação com a louça: se você vai tomar uma sopa, que louça você utiliza? A “melhor de todas”? Ou a mais adequada para tomar sopa? Provavelmente você optará (sem precisar pensar muito) por um prato fundo. Se tiver que servir um bolo, provavelmente pegará um prato de sobremesa. Para apoiar uma xícara, nada “melhor” do que um pires, e para comer uma salada, um prato raso…
Esta deve ser a forma que utilizaremos os nossos computadores (sejam lá qual for o tamanho). Está na rua e precisa verificar seus emails? O smartphone parece a melhor pedida. Quer dar uma olhada nas últimas notícias na sala? Um tablet parece ideal. Digitar um post? Um 2:1 no modo “com teclado” pode ser a melhor opção. E os gamers profissionais ainda gostam do desktop com muitos monitores enormes para seus momentos de delírio com os mais avançados jogos.
Escolheremos o melhor equipamento de acordo com a situação, até porque a tendência é que eles estejam facilmente disponíveis. Esta escolha será feita de forma quase automática, como acontece quando precisamos “escolher” a louça certa – praticamente sem pensar, pegaremos o dispositivo mais adequado e começaremos a usar. Sem configurações, sem programações, sem perda de tempo: será pegar, usar e largar.
Novos dispositivos “vestíveis” devem se popularizar (o óculos Google Glass, o relógio Peeble, a pulseira Lifeband Touch, etc) e outros ainda devem surgir com o tema “Internet das coisas” decolando de vez. Provavelmente teremos muitos deles em casa. Porque não dá para acreditar que um único form factor seja o melhor sempre. Se alguém acreditar nisso, por favor me diga: qual a “melhor louça de todas” para ter exclusivamente em casa? Prato raso? Prato fundo? Pires? 🙂
Fique à vontade para dar sua opinião nos comentários!

A Hipocrisia por trás da “Sustentabilidade”

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As pessoas aparentemente acordaram para a necessidade de agir com responsabilidade em relação ao meio ambiente. E os departamentos de marketing já perceberam, há algum tempo, que o tema pode ser explorado comercialmente.
Infelizmente, o que tenho visto é muita exploração comercial do tema e pouca genuinidade nas ações. Muitas empresas estão criando máscaras de sustentabilidade para faturar de todos os lados: seja lucro para a imagem, seja lucro no bolso mesmo, às custas  advinhe de quem? Sim, em cima de você, consumidor!
Os casos clássicos são os das sacolinhas e o das faturas e extratos em papel.
Coincidência ou não, nos dois casos o principal beneficiado não é o planeta, como diz a propaganda enganosa – são as empresas que promovem suas campanhas de redução de custos pintando a própria cara de verde. E o bolso também, só que no bolso é outro verde que entra…
A atitude que desmascara os bancos é o fato que eles querem economizar o papel e o custo de postagem quando o conteúdo é uma necessidade sua, mas não economizam quando o interesse é deles: algum banco deixou de enviar propaganda impressa para você? E num papel que é muito mais poluente, impresso em 4 cores (quando não inclui o dourado). Ah, isso não polui, mas o seu extrato destrói as florestas. Sei, sei…
E o lobby para “proibir” as sacolinhas em supermercados? É um escândalo, e seria ridículo se não fosse uma agressão ao consumidor.
Sacolinhas “sufocam o planeta”? Ok, mas bem que os supermercados tentaram vendê-las, né? Aí elas não sufocavam mais!!! Fizeram furinhos nas sacolinhas, foi?! Poupe-me!!!
O pior é como fazem o consumidor de idiota. Posando de bonzinhos e coitadinhos, os supermercados farão o “FAVOR” de dar sacolinhas até abril. E depois disso? PROBLEMA SEU!
Se os supermercados estivessem REALMENTE preocupados com sustentabilidade, começariam não revendendo produtos com embalagens enganosas. Exemplo? Caixas de sabão em pó do tamanho da de 1 Kg, mas que só contém 900g.
Hoje notei um outro “golpe” interessante: a Colgate faz uma promoção e coloca 2 pastas de dente numa caixa que é do tamanho de 3 pastas. É “legal”, porque a embalagem cita que tem 2 pastas no espaço de 3 (sem dar destaque, é claro), mas é ilegítimo, porque fica clara a intenção de ludibriar o consumidor.
O que o supermercado tem com isso? Oras, supermercadistas entendem de varejo e portanto, de logística. Um caminhão que transporta essas embalagens enganosas anda com somente ⅔ da sua carga, porque ⅓ é espaço vazio para enganar o consumidor.
Isso significa um consumo de 50% a mais de combustível em prol da malandragem. Isso sim, “sufoca o planeta” muito mais do que as sacolinhas.
Se os supermercados estivessem MESMO preocupados com o planeta, recusariam este produto.

E você? Quer mesmo ser sustentável?

Então instale um bom filtro de água em sua casa.
São 2 vantagens imediatas:
1. Economia: 2 copos de água filtrada (cerca de 500 ml) custam R$ 0,0007 (pegue sua conta de água e faça as contas), enquanto uma garrafa de 500 ml água não costuma sair por menos de R$ 2,00. Em outras palavras, a água engarrafada é 2.500 vezes mais cara do que a água filtrada!
2. Sustentabilidade: 1 garrafa de 500 ml possui cerca de 13 gramas de plástico.
Uma sacolinha não pesa nem 2 gramas e costuma ser reutilizada ao menos uma vez.
Tomar uma garrafinha de água, portanto, “sufoca” o planeta 13 vezes mais do que usar uma sacolinha.
Essa hipocrisia no uso do tema causa o problema de sempre: os bons pagando pelos maus. Como as pessoas estão percebendo que muitas empresas só usam o assunto para ter benefício próprio, aquelas que têm preocupação real com o meio ambiente acabarão sendo “colocadas no mesmo saco”, e a questão da sustentabilidade pode cair no ostracismo por culpa dos malandros de sempre… o Planeta lamenta.

Da escravidão a Star Wars: não mudou nada

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Ultimamente, os versos de Caetano têm ecoado cada vez mais fortes: “porque Narciso acha feio o que não é espelho”…
Se já podíamos considerar Narciso medíocre por sua atitude, os atuais Neo-Narcisos conseguiram estabelecer novas dimensões de mediocridade autista.
Porque ao contrário do espelho de Narciso, que refletia seu rosto, o espelho dos Neo-Narcisos já vem de fábrica com uma imagem pré-definida.
Os Neo-Narcisos nunca olham para sua verdadeira imagem. Seus espelhos são suas máscaras. Convencem-se de ser a imagem que vêem no espelho, sem questionar se é aquela que gostariam de ser e de ver, mas pior ainda, sem nunca se questionar se aquela é realmente a imagem de si mesmo.
Neo-Narcisos não têm mais nomes, pois seus cargos dizem quem eles são. Não são procurados pelas pessoas pelo que são, mas pelos cargos que exercem.
No espelho, a imagem está feliz, então os Neo-Narcisos precisam também estampar um sorriso no rosto. E no Facebook, e no Twitter… porque precisam manter a coerência com a imagem do espelho.
Para não se deparar com suas imagens reais, utilizam o artifício de esgotar seu tempo. Ou então a “fuga alternativa”: usar o espelho reserva, com magníficas imagens do circo do Stromboli, que dos tempos do Pinóquio para cá andou mudando de nome…

Escravos
Escravos, obedecendo...

Stormtroopers
Stormtroopers, obedecendo...

Neo-Narcisos são zumbificados, como os Stormtroopers de Star Wars, programados para obedecer a uma hierarquia.
A programação é tão intrínseca que os poucos troopers que conseguem se destacar, ao invés de usufruir a opção de serem livres e de quebrarem seus espelhos… criam hierarquias mirins, à imagem e semelhança daquela  que lhes deu origem.
Não é raro que, assim como os escravos que recebiam sua alforria e passavam a comprar escravos, troopers que se libertam das garras do Império montem suas “startups” e imediatamente imprimam cartões com títulos que até então consideravam “opressores”.
O objetivo? “Crescer” e ter muitos troopers a lhes servir.
Os escravos eram negros; os troopers são brancos, mas o modelo é sempre o mesmo…

E o Rei continua nu

[tweetmeme source=”lucianopalma” only_single=false]
Ilustração de Bertall para o conto A Roupa Nova do ReiSe você conhece a parábola d’A Roupa nova do Rei, já deve ter usado a expressão “o Rei está nu”.
Pois os nossos atuais “Reis” continuam elegantemente nus. O problema em afirmar isso é ser chamado de burro pelos atuais “inteligentes”.
Falando abertamente: sou um brasileiro privilegiado. Tive oportunidade de estudar e fazer uma faculdade (com muito empenho e orgulho). Fiz até um MBA (ok, este não exigiu empenho e dele não me orgulho… aliás, eu não recomendo).
Na atual sociedade brasileira, porém, sou considerado um grande burro. Porque só os “inteligentes” enxergam a roupa nova do Rei. E eu só vejo “Reis” totalmente nus.
Eu vejo uma sociedade doente, de escravos brancos fingindo serem felizes e se acabando em antidepressivos, bebidas, consumismo exacerbado e outros subterfúgios.
Vejo uma sociedade materialista, onde um lixeiro honesto não tem honra, mas jogadores de futebol que assassinam gente com seus caros brinquedos, consomem drogas e desobedecem as leis são idolatrados. Isso sem falar nas pessoas que atingem o “sucesso enlatado”, materializado em carros esportivos, iates e jóias, que ofuscam os métodos utilizados para obtê-los.
E os atuais “inteligentes” continuam se auto-enganando, fingindo viver uma vida saudável num ambiente insalubre. Alguns chegam até a se convencer disso, sendo assim considerados ainda mais “inteligentes”. São os “inteligentes” que acham normal pagar 100 mil Reais por um automóvel (que – diga-se de passagem – um americano paga um terço) simplesmente porque, com sua “inteligência”, conseguem obter tais recursos. Ou fingir que obtém, afundando-se em financiamentos plurianuais. E saem todos felizes às ruas, nus em suas “roupas de Reis”, uns fingindo ver os belos trajes dos outros. Todos nus.
E o “esperto alfaiate”, por onde anda?
Este está “no topo da cadeia alimentar”. É ele que inicia todo o processo de nudez, iludindo o primeiro “Rei”.
São os “novos alfaiates” que estipulam, em suas nababescas alfaiatarias, as taxas de juros que serão pagas pelos “inteligentes” peladões.
Eles que determinam os preços insanos nos supermercados da “Realeza in natura”. Eles que fixam valores surreais para ligações telefônicas, planos de saúde, automóveis que tão invisivelmente cobrem a nudez dos “Reis”.
“Reis” que repassam a farsa a seus súditos, pois não se importam em pagar montes de dinheiro por uma bela “Roupa nova” – basta repassar o preço para os plebeus que eles dominam.
Uma pizza custa 10% de um salário mínimo? Sem problemas: aumente o preço do vinho que você revende para 50% do salário mínimo e pague-a com seu enorme lucro. E o “Rei” que compra o vinho? Simples: basta aumentar o preço do terno que ele revende para 2 salários mínimos, com um lucro grande a ponto de manter a ciranda girando… mantendo o desfile de “belíssimas Roupas novas”.
É claro que os “Reis” estão simplesmente girando em falso na sua nudez e na sua ganância, repassando para os “plebeus” o abuso imposto a eles pelos “espertos alfaiates”.
Infelizmente, os “alfaiates” têm se mostrado “espertos” a ponto de realizar mutações que impedem a queda de suas máscaras. E continuam rindo dos “Reis”, que continuam nus, nuzinhos…
Reflita sobre isso e responda silenciosamente para você mesmo, diante do espelho mais nítido da vida que é sua consciência: que roupa você vai vestir hoje?

Socialmedia não é Broadcast!

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A discussão envolvendo Socialcast e Broadcast não é uma coisa exatamente nova.
Há quase 2 anos, o grande amigo Celso Pagotti apresentou este assunto em uma palestra no Web Expo Fórum.

Só para resumir as principais diferenças entre os dois modelos:

Broadcast:

Características:

  • Emissor único (anunciante);
  • Grande número de receptores;
  • Mensagem controlada pelo anunciante;
  • Mesma mensagem para todos os receptores;
  • Abrangência associada à mídia utilizada.

Fatores de sucesso:

  • Alcance da mensagem (volume);
  • Memorização.

Métricas mais comuns:

Associadas aos Eyeballs, ou seja, quantidade de pessoas que foram expostas à mensagem.
Para precificar este tipo de mídia, costuma-se utilizar o CPM (Custo Por Mil), que como o nome diz, indica quanto custa para atingir 1.000 pessoas (telespectadores/ouvintes/leitores).

Efeito:

Rápido, de curta duração.

Socialcast:

Características:

  • O emissor NÃO É único, e pode não ser o próprio anunciante;
  • A mensagem pode ser introduzida pelo anunciante, mas também pode ser modificada pelos difusores (ou seja, a mensagem se “molda” conforme flui nas redes [sociais]);
  • Não há controle central;
  • Abrangência associada à relevância e à aceitação da mensagem [ou ao repúdio].

Fatores de sucesso:

  • Engajamento de difusores;
  • Alcance da mensagem (volume);
  • Recomendações.

Métricas mais comuns:

Associadas à difusão espontânea da mensagem: Likes e Shares no Facebook, RT’s no Twitter, +1’s no Google+, avaliações positivas (ratings), re-postagens em blogs e plataformas de mídias sociais.
Além disso, métricas relacionadas a volume também são importantes (acessos a landing pages, vídeos no Youtube, CTR (Click-Through Rate), CPA (Cost Per Action), CR (Conversion Rate).

Efeito:

Lento, de longa duração.

Então não é tudo a mesma coisa…

A atuação das empresas deve se adequar a cada modelo.
Infelizmente, o mercado vem utilizando as plataformas de mídias sociais – que são totalmente compatíveis com o Socialcast – da mesma forma que estavam acostumadas a fazer com o Broadcast.
Uma oportunidade desperdiçada, sem dúvida.
Não é à toa que vemos tanta dificuldade em comprovar o ROI (Retorno do Investimento) de “ações em mídias sociais”.
Se a cabeça é de Broadcast, esperando retorno da mesma forma que se fazia com mídias tradicionais, não é raro ver gente “maquiando relatórios” para justificar o investimento, porque a ferramenta não é a mais adequada para obter o resultado esperado.
O erro mais comum é a expectativa de resultado rápido. A menos dos famigerados virais, Socialmedia não dá resultados de imediato. É um trabalho de médio e longo prazo, porque não estamos falando simplesmente de Eyeballs. Estamos falando de relacionamento, e bons relacionamentos não se constróem de uma hora para outra.

Virais

Ok, virais encaixam-se na categoria Socialcast e podem ter um poder de difusão alucinante, apresentando assim uma resposta extremamente rápida.
O controle sobre virais, no entanto, é praticamente nulo. Por mais que seja possível produzir um conteúdo com um bom “poder de viralização” – seja por ser polêmico, engraçado ou ousado – é muito difícil prever a reação das pessoas na rede.
Por que as pessoas saíram repetindo uma bobagem como a da Luiza no Canadá? Porque essa bobagem e não outra?
Além disso, virais são como fósforos: uma vez utilizados, não funcionam de novo. Perdem seu brilho. Vide a tentativa frustrada de quem soltou a Luiza [sem querer] e tentou, em vão, usar a mesma receita para “viralizar” de novo…
Não caia na ladainha dos “piratas das mídias sociais” que prometem “soltar um viralzinho”.
Por fim, virais podem ter efeitos extremamente negativos. Mais do que fósforo, pode virar nitroglicerina!

Relacionamentos

Se estamos falando de mídias SOCIAIS, é claro o assunto é relacionamento. E relacionamentos exigem tempo para serem construídos… ou não!
Alguns relacionamentos acontecem puramente por interesse. Estes podem ser estabelecidos de forma praticamente imediata.
Na verdade, são relacionamentos transacionais muito mais do que sociais. As partes concordam na troca que existirá e a troca é realizada.
O exemplo mais clássico é a troca de RT’s ou Likes por “pirulitos” (o preferido – e menos criativo – costuma ser o iPad).
Alguns profissionais vendem a participação em sorteios (ou quando não dá tempo, “concursos culturais”) como engajamento, e os Likes “comprados” dessa forma como índice de relacionamento. Vou deixar que você tire suas próprias conclusões…

Socialmedia sendo usada como ferramenta de Broadcast

Sorteios são ações muito comuns no mundo Broadcast. É uma forma eficiente de atrair Eyeballs.
Afinal, quem não quer levar alguma coisa de graça? Esse apelo permite que um número muito grande de pessoas seja exposta a uma mensagem, o que contribui para que se apresente um bom CPM.
No mundo Broadcast, o profissional que atinge mais gente com sua mensagem, com os menores custos, é o melhor.
O problema é quando plataformas de Socialmedia são usadas com essa mentalidade, ou seja, mais como “mídia” do que como “social”.
A receita, numericamente (e para efeitos de relatório), pode até acabar funcionando, uma vez que mistura dois ingredientes eficientes: algo sendo distribuído gratuitamente e uma plataforma onde as pessoas podem avisar os amigos sobre a barbada.
O efeito de difusão através dos laços sociais da rede até possui um componente associado a relacionamento. O ponto é que o relacionamento só existe na fase de difusão.
Não existe relacionamento entre empresa e potenciais consumidores, porque o acordo é meramente transacional: “você me dá um Like e eu te dou um pirulito”.
O “relacionamento” termina junto com a transação, no exato momento em que o vencedor do sorteio é anunciado: o vencedor fica feliz por ter ganhado seu pirulito (mas não se tornará, necessariamente, cliente da empresa) e a multidão dá as costas com aquela sensação de “Aaaahhhh”. E fim.
Como os Likes continuam na fanpage da empresa, o relatório indica um tremendo sucesso. A questão é: “E depois do Like?”.

Como combinar Broadcast e Socialcast?

Se você leu até aqui, deve estar achando que eu sou defensor do Socialcast e crítico do Broadcast. Acertou a primeira, mas errou a segunda parte.
Apesar de fascinado por Socialmedia, acredito que o Broadcast continuará tendo seu papel. O sucesso estará exatamente na dosagem primorosa dos dois modelos.
O fato de cada um ter características diferentes não quer dizer que um seja MELHOR do que o outro. O ideal é utilizá-los de forma complementar.
Já vimos que o Broadcast é eficiente para resultados imediatos, mas que podem não ser duradouros. É normal ver vendas voltarem aos padrões “normais” após o encerramento de campanhas Broadcast.
O Socialcast, por sua vez, possui uma ação mais duradoura, pois relacionamentos efetivos podem ser construídos (se as ferramentas forem usadas corretamente). Só que isso leva tempo…
Por que não chegar ao melhor dos dois mundos?
Se um modelo complementar o outro, a empresa pode colher os melhores frutos:

  1. Agilizar a difusão do Socialcast com auxílio do Broadcast
  2. Manter os efeitos do Broadcast com auxílio do Socialcast

Como engenheiro, não poderia deixar de publicar um gráfico para ilustrar a vantagem do uso conjunto BroadcastSocialcast:

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