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Sobre empreendedorismo & palestras…

As palestras sobre empreendedorismo têm sido alvo de muitas discussões recentemente.
A análise que faço é baseada numa reflexão do Prof. Leandro Karnal: o empreendedorismo está sendo tratado como religião. Quem o prega (nem sempre praticando-o, seguindo à risca o exemplo de algumas religiões) coloca o empreendedorismo como o caminho único para a salvação. Não é.
Empreendedorismo é bom para empreendedores. Nem todo mundo quer (e muito menos precisa) ser um empreendedor. Se a pessoa está em paz prestando um concurso público, fazendo carreira numa empresa, trabalhando a vida inteira num mesmo cargo, pedindo esmola na rua ou trabalhando de graça para uma instituição de caridade… quem é o empreendedor para julgá-la? A coisa mais errada seria tirar alguém de uma atividade que está fazendo em paz, possivelmente com prazer e paixão e colocá-la numa atividade “porque alguém diz que isso é o que todos têm que fazer”.
A apologia a largar o emprego e empreender é muita falta de empatia com o próximo. Quem prega isso, na realidade, pode não estar tão bem resolvido assim, e talvez esteja tentando se autoafirmar pela normalização do outro (e se possível, do todo) de acordo com seus parâmetros. É uma atitude, mais do que egoísta, de alguém inseguro que está com medo de não ter suas escolhas aprovadas pelo grupo, portanto precisa convencer o grupo a gostar de suas escolhas. Infelizmente, às vezes alguns conseguem, para azar dele mesmo e do grupo.
Adoro dar palestras, e obviamente sou a favor de palestras. Só que palestras têm que ter conteúdo relevante para seu público alvo. Não consigo entender tantas palestras recheadas de “cagação de regras” para empreendedores. A característica maior do empreendedor é conhecer como o mundo funciona, e criar, ele mesmo, seu modelo para participar do jogo.
O empreendedor precisa ser criativo a ponto de não precisar seguir cartilhas (apesar de conhecê-las). Se alguém precisa de tantas regras e orientações para “empreender”, será que não está no lugar errado? Será que essa pessoa não tem um perfil mais adequado para buscar um emprego, com um chefe que lhe diga o que fazer?
De novo, não sou contra o compartilhamento de técnicas e de conhecimento através de palestras, mas acredito que palestras para empreendedores precisam ter menos “VOCÊ precisa fazer isso” e mais “EU FIZ isso, agora tire suas conclusões a aprenda, você, com minha experiência“. Porque empreendedores são capazes disso.
Empreendedores não precisam de autoajuda. Palestra de autoajuda para empreendedores é charlatanismo dos dois lados. Um empreendedor de verdade se recusaria a subir ao palco para fazer isso, e um empreendedor de verdade se recusaria a permanecer na platéia. Empreendedores já têm motivação de sobra. Quando vejo palestras de “empreendedorismo” na base da “autoajuda e motivação”, a imagem que me vem à mente é de crianças brincando de ser empreendedor. No palco e na platéia.

Espero que o ecossistema amadureça e que passemos a ter palestras sobre empreendedorismo de verdade. Com empreendedores de verdade, que não deixem margem que sua palestra tem valor. Torço para que a coisa não descambe para o lado de virar um “Entrepreneurs Fashion Week“, com direito a área VIP e camarote… isso é tudo que o Brasil não precisa.

NÃO É COM PANELAS!

Sinceramente, acho que bater panela não resolve nada. Bater panela é uma forma de enganar a si mesmo ante ao próprio comodismo em relação à política.
Quem aqui já foi até a Câmara Municipal pressionar os vereadores em alguma votação? Quem já mandou um email para o vereador, depudato ou senador em que votou, cobrando uma posição?
Quem LEMBRA em quem votou para deputado 2 eleições atrás?
Muita gente nem sai do sofá para ir para reunião de condomínio!!
Bater panela é querer “passar um pano” nesse comodismo e se enganar, tentando se convencer (e convencer os outros) que é antenado politicamente.
Bater panela é a mesma coisa que ficar de fofoca, falando mal do chefe no corredor, para depois se acovardar nas reuniões, comportando-se como vaquinha de presépio para manter seu Status Quo.
Muito mais importante do que bater panelas é assumir sua posição política. É falar aberta e honestamente, sem agenda oculta nem hipocrisia, o que você quer para seu país. É discutir com seus amigos, parentes e conhecidos de forma lúcida, respeitosa e construtiva, compartilhando suas ideias e ajudando a esclarecer quem acredita em tudo que sai na mídia.
Não, eu não vou bater panelas hoje. Não porque não seja contra o Eduardo Cunha e todos que estão por trás dele. Sou totalmente contra. Não baterei panelas porque não quero me sentir ridículo.
Ao invés de bater panelas, ouvirei o que Eduardo Cunha dirá. Utilizarei do MEU discernimento para entender suas intenções.
DEPOIS DE OUVIR, manifestarei minha posição.
Porque é assim que eu acredito que se faz democracia. Ouvindo e posicionando-se.
Guardem as panelas. Barulho e botão de share sem análise crítica são duas coisas que o Brasil pode passar sem.

A Margem de Incompetência

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Recentemente, o jornalista Joel Silveira Leite publicou um artigo corajoso, mostrando que o alto preço que os brasileiros pagam por automóveis não tem origem somente nos impostos.
O que torna os carros vergonhosamente caros no Brasil é o lucro abusivo que é praticado pelo oligopólio da indústria automobilística brasileira.
Leite mostra que a margem de lucro no Brasil é muito superior à de outros países, e parafraseando o termo “Custo Brasil”, cunhou o “Lucro Brasil”.

Do “Lucro Brasil” à “Margem de Incompetência”.

Já que estamos falando de novos termos, introduzo aqui uma nova métrica: a “Margem de Incompetência”.
Esse indicador reflete o quanto a ineficiência, a politização, os favorecimentos pessoais e a falta de ética tornam nossos produtos mais caros. Não estou falando de impostos, custos de transporte numa infraestrutura precária ou riscos maiores. Estou sugerindo mensurar somente o impacto da incompetência.
Afinal, aquele gerente que fica o dia inteiro fazendo política e nada agrega ao time tem um custo (e alto), e alguém tem que pagar por isso. Sinto informar que é VOCÊ.
Se a margem de lucro for pequena, não existe espaço para ineficiência, para protegidos, para nepotismo nem para “jeitinhos”. Num ambiente profissional e competitivo, para manter a estrutura saudável a empresa precisa ter lucro baseado em competência e eficiência.
Podemos verificar isso em mercados de países desenvolvidos, onde a concorrência acontece de verdade. Na Europa, nos Estados Unidos, no Japão, no Canadá, a mão de obra é bem mais cara do que no Brasil.
Sim, mesmo com todo aquele #mimimi que aqui o imposto é alto, contratar um europeu, um americano ou um japonês é muito mais caro do que um brasileiro.
Então como eles conseguem ter preços mais baixos com custos mais altos?
Há dois fatores aqui:

  • Margem de lucro menor
  • Margem de incompetência menor

Margem de lucro menor

Analise o caso dos bancos. Compare as taxas cobradas por bancos brasileiros e por bancos em países desenvolvidos. Aqui acontece praticamente um estupro financeiro dos clientes.
Agora compare o custo de um minuto do celular no Brasil e no primeiro mundo. Mesma situação. Automóveis. Seguros. Planos de Saude. TV a cabo. Preciso continuar? 🙁

Margem de incompetência menor

Se a margem de lucro em países desenvolvidos é relativamente pequena, praticamente não cabe margem de incompetência. Eles TÊM que otimizar processos. Eles TÊM que trabalhar de forma eficiente. Eles TÊM que eliminar gerentóides caros e desnecessários!

Figura: Composição do Preço no Brasil, em países desenvolvidos e em países emergentes, considerando custo/despesas, margem de incompetência e margem de lucro.
 

E no Brasil?

Aqui, temos algumas estruturas onde a margem de lucro é tão grande que cabe confortavelmente uma boa Margem de Incompetência.
Isso proporciona, inclusive, segurança para quem está no poder, porque criando uma estrutura na base do favor e do “rabo preso”, a posição de comando fica mais estável. Praticamente inabalável, porque os vassalos sabem que, por serem incompetentes, não encontrarão outra “boquinha” assim tão fácil. O dono do poder, por sua vez, prefere manter uma camada de “cordeirinhos” passivos e obedientes, isolando-os da camada produtiva (que além de fazer todo trabalho, ainda têm que consertar os desmandos e a má-gestão da camada de gerentóides acima deles).
Ganham os incompetentes. Pagam o pato os competentes e os consumidores.
É claro que não podemos generalizar – temos empresas no Brasil que trabalham de forma eficiente.
Infelizmente, porém, há um contingente de empresas que ainda pode se permitir uma grande Margem de Incompetência.
O que você pensa disso? Concorda com esta visão? Conhece ambientes com alta e baixa Margem de Incompetência?
Por favor, compartilhe, discuta, comente! 😉

Empreendedorismo e Mídias Digitais

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Sábado foi um daqueles dias especiais. Estive em Olinda, a convite de Gil Giardelli, para realizar uma desconferência na Arena Virtual da Feira do Empreendedor do Sebrae-PE.
Além da linda vista e do excelente camarão na moranga que a cidade proporciona, curti a sessão da Juliana Lima sobre Geolocalização, e assim fui entrando no clima da Feira, que atraiu cerca de 20.000 pessoas em 4 dias!
Apesar do título comprido (Do Corporativo para o Mundo Digital: uma Oportunidade para o Empreendedorismo), o que procurei passar em minha apresentação foi algo simples: um pouco de inspiração para sair da zona de conforto (muitas vezes representada por um emprego fixo e estável) para tomar uma atitude empreendedora com responsabilidade.
Palestra-Sebrae-PE-2
Os slides da apresentação estão disponíveis aqui, mas como eles são muito visuais, vou reviver um pouco do que aconteceu na desconferência. (Sugiro que continuem lendo acompanhando os slides).
O primeiro ponto foi lembrar que precisamos nos abrir para novas visões. É assustadora a quantidade de gente que vive no “piloto automático” hoje, indo para o trabalho e voltando para casa sem nem perceber o que existe ao seu redor. Não é nada raro ver pessoas cumprindo tarefas sem saber aonde seu trabalho se encaixa no todo, sem ter a visão se a atividade é uma grande contribuição para a empresa e para a sociedade ou se o único impacto é gerar um relatório para cumprir metas. As ações são tão mecanizadas, que as pessoas precisam ser lembradas para “tomar cuidado com o vão” ao sair do metrô, pois já não olham mais por onde andam…
Mesmo num cenário onde tudo parece estar fora do lugar e sem espaço para a expressão individual, muitos ainda ficam com “medo de soltar a bóia”, porque por mais monótono que seja ficar a ela agarrado, ela transmite a segurança desejada.
Muitos vão trabalhar pela garantia de “pagar as contas”, sem “fazer as contas” para definir se “as contas fecham”, no sentido de trazer satisfação e bem-estar. A felicidade está nos benefícios que “as contas estão pagando” ou nos momentos que estão sendo deixados de viver em nome destas contas?
A decisão para “virar a chave” e tornar-se empreendedor pode ser importante, mas deve ser tomada com muita responsabilidade, pois não é uma mudança trivial.
Pedi para que as pessoas que já tivessem passado por esse processo levantassem as mãos. Foram muitos. Então pedi para quem tivesse achado fácil manter a mão levantada. Não sobrou uma. Por fim, perguntei quem preferia estar na situação que está hoje, mesmo após a difícil transição. E as mão todas voltaram ao ar!
Já que a transição não é fácil, como se preparar? Novamente a platéia ajudou com as respostas: “Planejamento” foi o primeiro requisito mencionado, e “aquisição do conhecimento” o segundo.
Alertei que o planejamento começa bem antes da ação: para deixar de ser funcionário e passar a atuar como empreendedor, você tem que fazer o seu “estoque”. ANTES da mudança você deve reduzir seus custos e começar a acumular um montante que vai permitir que você sobreviva enquanto sua empresa está saindo da inércia e acelerando. Conselho óbvio, mas que muita gente não faz.
Além disso, vale a pena ter uma conversa com você mesmo. Faça a sua análise SWOT (Forças, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças), e leve em consideração aquilo que você considera ser seu DOM. Aquela atividade que você faz com brilho nos olhos, e que você sabe que pode fazer melhor do que a maioria. Vasculhe então os cenários onde este dom se encaixa, de forma a trazer valor para aqueles que serão os seus clientes.
Token de Inspiração - Golden CircleAs melhores decisões vão ser tomadas se você Começar pelo Porquê. Discutimos o Golden Circle do Simon Sinek e ficou claro que quando você foca no “o que”, seu diferencial terá que ser o preço (baixo), mas quando você coloca a seus clientes o seu “Porquê”, o valor é muito maior (e consequentemente, o seu lucro).
Com seu dom mapeado e uma missão pessoal bem definida, é hora de definir um cenário de atuação. Expliquei porque escolhi as mídias sociais, e creio que este vídeo deixe as razões muito claras.
Com tudo isso em mãos, é hora de definir a sua estratégia de atuação, se preparar e deixar claro para o mercado qual é o seu portfolio de produtos ou serviços. Um grande risco é a necessidade de “gerar caixa” fazer você aceitar trabalhos fora deste plano (e distanciar-se de sua estratégia e de seu planejamento). Por isso a necessidade do “estoque” mencionado anteriormente.
Foram 2 horas de desconferência e o público contribuiu de forma muito rica, fazendo observações e trazendo complementos e dúvidas, construindo um momento muito agradável. Tanto que retornei da bela cidade de Olinda já com vontade de voltar!
Não posso deixar de concluir este post agradecendo às pessoas que o fizeram acontecer de forma tão bacana: Gil Giardelli e a Gaia Creative (muitíssimo bem representada pela Cibele Silva), o pessoal super acolhedor do Sebrae-PE, os amigos Formagio, Beto Tercette e Juliana Lima (que não é a Paes #piadainterna) e Felipe Pimentel, que além de empreendedor e profissional de TI, ainda foi gente-fina de dar carona até o aeroporto!
E um obrigado especial a cada um de vocês que participou da desconferência. Vocês tornaram o dia especial!

Sua empresa tem os pré-requisitos para participar das Redes Sociais?

Existem dois ingredientes básicos para formar uma Rede Social: Pessoas e Conexões entre elas.
Outros fatores servem de catalisadores no processo, como uma causa comum, um meio adequado e uma divulgação eficiente.

Parece simples, mas será que as empresas precisam de algum preparo antes de abraçar as Redes Sociais? Quais os pré-requisitos?

A resposta também parece óbvia… e é: Pessoas.
A “empresa” não entra nas Redes. Pessoas o fazem. E elas podem fazê-lo a favor de uma empresa.
Ou contra.

Isso é natural. Nenhuma empresa consegue agradar a todos.
Porém, quando uma “empresa” entra nas Redes Sociais, ela precisa ter Pessoas atuando a seu favor. Não somente pessoas treinadas para isso, mas pessoas com alguma razão para atuar a seu favor.

O trabalho comença, portanto, muito antes do planejamento da adoção de Redes Sociais pela empresa. Começa no RH. Não adianta nada definir estratégias, processos e códigos de conduta, preparar Pessoas para utilizar ferramentas de Redes Sociais… se as Pessoas não tiverem um sentimento positivo em relação à empresa.
As Redes Sociais são transparentes demais para comunicação forjada (ao contrário da propaganda tradicional, que permite que uma modelo usando óculos de segurança fale da linha de produção da Ford como se fosse uma funcionária da empresa). Se nem lá isso está “colando”, nem pense em adotar estas “técnicas” nas Redes Sociais. O tiro sairá pela culatra.

Redes Sociais significam liberdade de expressão. Tem que ser genuíno. Se você acha que liberar seus funcionários para falar o que eles realmente pensam sobre você pode ser arriscado, você tem dois problemas:

  • O segundo: não é recomendado, para empresas que têm funcionários insatisfeitos, estimulá-los a expor em Redes Sociais o que eles pensam, ainda mais em nome da empresa. Pior do que alguém falando mal de você “de fora para dentro”, é isso acontecer “de dentro para fora”.
    A má notícia: melhor não criar iniciativas em Redes Sociais ainda. Você terá que controlar a comunicação, e nesses ambientes isso fica mais artificial do que plástica da Glória Menezes. Corrija primeiro o problema maior.
  • O primeiro é que – pelo simples fato de ter essa dúvida – é bem provável que seus funcionários não estejam satisfeitos. E este é o principal pré-requisito: Pessoas com uma razão para transmitir uma imagem positiva de sua empresa. Funcionários mais do que satisfeitos, mas orgulhosos.

Empresas com este pré-requisito precisam fazer bem pouco para divulgar uma imagem de sucesso. É só dar um “empurrão inicial” e os próprios funcionários farão o resto acontecer.

Se sua empresa não está preparada neste quesito, minha sugestão é correr. Leva muito mais tempo para ajustar esta deficiência do que preparar e implantar uma estratégia de Redes Sociais. Se a concorrência já estiver pronta, o “gap” pode ser irreparável…

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