luciano

ReTweetspectiva 2011 – Parte 2 (Mídias Sociais)

[tweetmeme source=”lucianopalma” only_single=false]
Ontem publiquei os Tweets da ReTweetspectiva 2011, na categoria Sociedade & Comportamento.
Confira hoje os Tweets mais interessantes de 2011 na categoria Mídias Sociais.
(Amanhã e depois de amanhã serão postados os Tweets das categorias Mundo Corporativo e Tecnologia & Comunidade Técnica).

  • Transparência em tempos de Mídias Sociais: “Minha vida é um facebook aberto” (2/1)
  • ROI é uma relação matemática, um número. Se você ainda não sabe qual é o retorno desejado, defina isto antes de perguntar sobre esse número. (17/1)
  • @Jana_Bernardes “Quem deve assumir as Redes Sociais de uma empresa?” Se alguém tem q “assumir”, é pq a empresa não está em Rede, concorda? (22/1)
  • Empresa fala: “Compre!” – você dá de ombros. Consumidor fala: “Não compre!” – você corre prá ver. #midias #sociais #socialcast (29/1)
  • Mídias Sociais dão trabalho porque as mensagens são efêmeras. E às vezes explosivas. (17/2)
  • Se estas manifestações derrubarem as ditaduras políticas, será que surgirão novas, para derrubar as “ditaduras econômicas”? #RedesSociais (19/2)
  • É normal falarmos muito bem ou muito mal das coisas aqui no Twitter. Não tem muito sentido dizer “o sabonete que usei hoje é razoável”, tem? (19/2)
  • Tiro sai pela culatra, a campanha vira fiasco e zombaria e a desculpa é q “pelo menos estão falando da marca”. Poupe-me… (4/3)
  • Uma imagem vale por 1000 palavras porque as pessoas associam 1000 palavras que vc escreve à sua imagem no Twitter (10/3)
  • Os consumidores estão aprendendo a usar mídias sociais muito mais rápido (e melhor) do que as empresas. Vide os casos Brastemp e Renault. (13/3)
  • Parabéns pelo seu novo emprego!!! Agora vc é socialmedia manager de vc mesmo! #personalbranding (15/3)
  • Mentalidade d pagar por tweet é totalmente Broadcast. Mídias Sociais são + eficientes pelo engajamento do q pelo Broadcast (31/3)
  • Comemore a perda de seguidores no Twitter. Isso indica aumento da relevância de sua “real audiência”. (7/4)
  • Para cada campanha “Siga no Twitter e concorra a…” morre um Panda. Se o prêmio for iPad, morrem dois. (18/4)
  • Qdo 2/3 ds empresas no BR dizem estar presentes nas mídias sociais,pergunto-me o q a maioria entende por “estar presente nas mídias sociais” (24/4)
  • Se escola/professor bloqueiam acesso à Internet na sala é pq não conseguem ser mais interessantes do q a Rede (nem trazer mais valor). (27/4)
  • Ser popular não significa ser influente. O broadcast te torna popular; o socialcast, influente. (9/5)
  • O Facebook já proibiu sorteios por “Like”. Bem que o Twitter podia proibir “Dê RT e concorra” né? Multa dupla se for iPad. (30/5)
  • Não tuite demais, para não cair no filtro de indiferença. #PKM #saraudeideias (30/5)
  • Empresas que não acompanharem (mídias sociais) parecerão idosos jogando futebol com adolescentes. (2/6)
  • Fico um pouco offline, ligo o rádio e o que ouço? Twitter,Orkut, Facebook… (7/6)
  • Broadcast é bom pela abrangência. Socialcast é bom pela influência. Rafinha é broadcast, @briansolis é socialcast. (10/6)
  • Viral? Viral é broadcast disfarçado de socialcast… (10/6)
  • Cada vez que alguém sorteia alguma coisa no Twitter morre um Panda. De tédio. (12/6)
  • Quando vejo pesquisas dizendo que 70% das empresas usam mídias sociais no BR, pergunto-me quem eram os 100%… #prontofalei (17/6)
  • Quer ver pararem c/ essa história de calcular ROI de Socialmedia? Peça p/ a empresa mostrar como foi calculado o ROI de qquer outra coisa… (25/6)
  • Quem quer se vender como guru em Redes ainda não entendeu as Redes. (28/6)
  • Campanha online boa é aquela que não precisa de sorteio para atrair. (5/7)
  • Se mídias sociais são bloqueadas, maus funcionários voltam a enrolar como antes, ou criam novos meios. O pior cego é o que não quer ver… (5/7)
  • Quer resultado no online/socialmedia? Peça um planejamento sem sorteio/concurso. Filtra mais do que Melitta – não, esse tweet ñ foi pago 🙂 (7/7)
  • Siga-nos no Twitter: uma nova maneira de dizer: “não entendemos nada, mas vamos fingir que está tudo OK” (11/7)
  • Curta a nossa fanpage é o novo “um trocado, por favor?” (13/7)
  • Nas mídias sociais, ao abordar assuntos relativos à empresa em que você trabalha, identifique-se como funcionário. É polido e transparente. (25/7)
  • As empresas precisam entender que responder mensagens no Twitter não é resolver o problema… (26/7)
  • Pelo contrário… mostrar que monitora redes sociais mas não tomar atitudes REAIS, só mostra modismo, descaso e desrespeito pelo consumidor. (26/7)
  • E esses virais hein? Beneficiam mais as agências que os fazem ou os clientes que pagam a conta? #prapensarE esses virais hein? Beneficiam mais as agências que os fazem ou os clientes que pagam a conta? #prapensar (2/8)
  • Se você não é social no off, não adianta tentar ser no on – @glebeduarte (12/8)
  • Esta é uma mensagem automática. Por favor, não responda. Parece piada, mas isso vem de um canal de “atendimento” de 1 empresa grande… (14/8)
  • Quando é que as empresas vão deixar de fazer broadcast em canais destinados ao socialcast? (14/8)
  • Tudo o que é demais incomoda. Personal Branding não é exceção. (20/8)
  • Não confundir “engajamento com a campanha” com “engajamento com a marca”. Se não tiver o segundo, não tem ROI. (22/8)
  • Nota mental: ROI é medido em DINHEIRO que entra no caixa, não em Pageviews, Retweets, Likes, Seguidores, bla, bla, bla… (22/8)
  • O Twitter é um Rádio por escrito. (30/8)
  • Auto-elogio: uma boa forma de perder a relevância. Vale para pessoas e para empresas. (9/9)
  • Laranja madura na beira da estrada / Tá bichada, Zé, ou tem marimbondo no pé Pense nisso antes d investir em socialmedia (24/9)
  • O “engajamento” por sorteio ou “concurso cultural” em mídias sociais acaba no instante em que o prêmio é entregue. (28/9)
  • Ah, se publicitários vendessem tão bem o produto de seus clientes quanto vendem as suas agências… (29/9)
  • E ainda tem empresa grande caindo na do “vamos soltar um viralzinho”… Até quando? (14/10)
  • Uma nova versão p/ “me dê um RT que eu te dou um pirulito” –> “bata minha métrica q eu te dou um pirulito” SM d 3o. mundo (20/10)
  • Se vc compartilha mais conteúdo do que sua audiência consegue consumir, vc se torna irrelevante. Seja um bom filtro. (30/10)
  • Qdo a pessoa entra em contato pelo Twitter, não é hora da empresa querer ganhar métrica pedindo para ela seguir. Resolva antes o problema! (2/12)

ReTweetspectiva 2011 – Parte 1 (Sociedade & Comportamento)

[tweetmeme source=”lucianopalma” only_single=false]
Bem-vindo a 2012!
Que seja um ano de muito paz, alegria, saúde e sucesso para você!
Em celebração ao ano que se vai, fiz uma coletânea de 200 Tweets que postei em 2011 e que julguei mais interessantes.
Para não ficar cansativo, os Tweets foram divididos em 4 categorias e serão publicados em 4 posts:

  • Sociedade & Comportamento
  • Mídias Sociais
  • Mundo Corporativo
  • Tecnologia & Comunidade Técnica

A experiência de reler seus próprios Tweets é interessante – causa uma pequena viagem no tempo. Usei para isso o Memolane.
Seguem os Tweets de 2011 classificados na primeira categoria: Sociedade & Comportamento:

  • Tenho orgulho de ter amigos cuja ética está acima da ambição. (23/1)
  • O seu coração fica feliz quando eu fico perto de você? Ouvir isso da minha filhinha linda não tem preço. Valeu o dia!!! (18/2)
  • De acordo c/ Dan Pink, Bônus em $$, heroína e nicotina causam efeitos similares no cérebro. E viciam. Além de matar criatividade e inovação.
  • Não reclame por não estarem ouvindo você. Procure entender porque não estão lhe dando atenção. (19/3)
  • O Status Quo demonstra mediocridade quando isola/elimina quem questiona. Isso mata, inclusive, a tão falada inovação. (27/3)
  • Você quer ser feliz ou quer ter razão? – frase típica de ambientes de obediência, com valores desalinhados e sem diálogo (27/3)
  • Todo MBA prega o lucro máximo. É a antítese da sustentabilidade. *OU* um, *OU* outro. Falar nos dois é hipocrisia. (29/3)
  • Ganância e hipocrisia crescem em simbiose. Ambas adubadas pela ignorância. (29/3)
  • Essa de “ele é muito acadêmico” normalmente vem de quem não conseguia ir muito bem na escola… #prontofalei (19/4)
  • Já repararam que tudo que foi privatizado ou é monopólio ou é oligopólio? Concorrência ninguém compra, né? (20/4)
  • Tem gente que lê. Tem gente que lê e entende. E tem gente que lê, entende e põe em prática. (21/4)
  • Já repararam q mtas “técnicas de vendas” são, na realidade, “técnicas de VENDA”? No singular, pq a venda não se repete… (22/4)
  • Arrogantes não trazem argumentos que agregam à discussão, mas argumentos que os favorecem para “vencê-la”. (1/5)
  • A guerra do “bem” contra o “mal” não tem fim, porque os dois se alternam quando vc cruza a linha que os separa. (2/5)
  • O auto-elogio só é necessário na ausência de elogios de terceiros. (Vale para pessoas e para empresas) (3/5)
  • Pior do que o cego que não quer ver é o cego que finge ver o que quer (5/5)
  • Se vc confunde exigente com chato, cuidado: podem confundir não-exigente com passivo… (7/5)
  • A linha que separa a privacidade da falta de transparência é tênue… (9/5)
  • Uma jovem começou a frase com “nós pobres…”. Interrompi: “a maior riqueza está em suas mãos” (ela carregava um bebê). (10/5)
  • Você é uma pessoa de sorte se o que você aprende é limitado pelo seu tempo, e não por outros fatores. (11/5)
  • Devido à existência de gente desonesta, perde-se um BAITA tempo c/ burocracia… É a malandragem impactando na produtividade. (16/5)
  • Numa sociedade onde o mesmo dinheiro compra meia dúzia de pizzas ou um mês de trabalho humano, algo está MUITO errado… (20/5)
  • Sou um pai coruja apaixonado pelos meus filhos. Hj o mais velho fez [+] um gesto super humano. E dá-lhe gostar deles mais ainda! #semlimites (31/5)
  • Quer falar uma bobagem ou soltar um boato tendencioso? Diga que acontecerá em 2015. Até lá já esqueceram… e não faltarão desculpas… (10/6)
  • 154 mortos. E os causadores do acidente se safam com uma multa e “serviço comunitário nos EUA”. #vergonha #Legacy #voo1907 (15/6)
  • O mau caráter arrepende-se de uma “mau-caratice” que não deu certo, mas nunca de ser mau caráter. (15/6)
  • Anonymous/WikiLeaks não são uma ameaça a organização alguma–a menos que tal org. esteja fazendo alguma coisa errada e tentando fugir dela (17/6)
  • Tirar do contexto é a argumentação de quem não tem mais argumentos. (19/6)
  • Teoria e prática têm que bater. Se na prática foi melhor, não festeje sua prática – revise sua teoria! (sinto dizer, mas ela está errada). (19/6)
  • A especulação é a AIDS da economia. (21/6)
  • Desconfie de quem critica quando o outro faz errado e justifica quando é a vez dele. (29/6)
  • Tem muita gente que trabalha usando o diploma e não o conhecimento. Pior ainda quando o diploma bóia. (29/6)
  • Em tempos feudais, as pessoas pagavam caro pelo que produziam e ainda pagavam impostos. Qq semelhança c/ sua vida ñ é mera coincidência. (10/7)
  • Qdo imagino uma criança em 2150 estudando nossa história, pergunto-me o quão idiota irão achar nosso modelo econômico. (10/7)
  • Na área acadêmica, “ter” e “fazer” são bem distintos. Mta gente “tem” MBA, pós, mestrado. Poucos realmte “fizeram” isso… (11/7)
  • Acorda pra vida. Deus ama você – adesivo no carro que acaba de jogar lixo pela janela. Porque falar é fácil… (16/7)
  • Eu achando q o pessoal está engajado pensando num Brasil melhor… aí descubro q está rolando um jogo de futebol… (17/7)
  • Passar por momentos difíceis é importante. Como você saberia quem são seus verdadeiros amigos sem eles? (26/7)
  • Quando uma pessoa não acredita no que faz, tirado o estímulo (externo), ela para de fazer. #genteenlatada (30/7)
  • É mto + fácil ter filhos obedientes do q filhos inteligentes q entendem argumentos e atendem suas solicitações. O mesmo vale p/ funcionários (15/8)
  • Ditaduras caindo mundo afora. Mas quando cairão as ditaduras de poder econômico, disfarçadas de democracia? (22/8)
  • Chamar o outro de polêmico é o recurso mais utilizado quando alguém que não tem como argumentar é questionado. (29/8)
  • O preguiçoso banaliza as coisas e desdenha de quem se preocupa com detalhes. Só que sem os detalhes, ou vc engana o cliente ou não entrega. (29/8)
  • Feliz aquele que tem dinheiro como consequência do seu trabalho, e não como causa. (31/8)
  • Paulistano com carrão emplacado em Curitiba: rico por fora, pobre por dentro… (5/9)
  • Vencemos a escravidão, o comunismo, a recessão e o terrorismo. Americanos ainda não entenderam que é esse espírito #soufoda que os destrói (12/9)
  • Os que não podem ser questionados chamam quem questiona de chato. Qdo eram menores, chamavam de bobo e mostravam a língua. (13/9)
  • Você pode se recusar a olhar para o abismo, mais isso não irá tirá-lo da sua frente. (15/9)
  • Reclamam que os chineses vêm vender carro mais barato aqui e metem imposto, mas reduzir o #LucroBrasil ninguém quer, né? (16/9)
  • O modo de você enxergar a sua vida, molda o seu dia a dia…sua perspectiva influencia como usa seu tempo, seus talentos e relacionamentos! (17/9)
  • Não violência: a mais poderosa arma do #OccupyWallStreet contra a violência moral e financeira de Wall Street. (9/10)
  • As mortes causadas por motoristas bêbados têm como co-responsáveis aqueles que tuitam as blitz da Lei Seca @diegorv (25/10)
  • Quando o Status Quo envia tropas, é porque se sente ameaçado. É sinal que #OccupyWallStreet está fazendo a coisa certa. (26/10)
  • Modelo econômico, político e organizacional do BR? Coronelismo! Tem muito filhote de coronel q busca na “patente de Gerente” o poder do pai. (27/10)
  • Nunca confunda “Jobs, Zuckerberg, Gates não têm faculdade” com “eles não estudaram”. Estudaram, e MUITO! (30/10)
  • A teoria na prática é outra <– Esse nunca entendeu a teoria e acha que entende a prática… (30/10)
  • Para enxergar mais, você precisa se afastar. Se você quiser enxergar muito, vai ter que se afastar muito. Pense nisto. (13/11)
  • Ir da passividade para a intolerância não é legal. Olho por olho, e a humanidade acabará cega, dizia Ghandi. (9/12)
  • O pior escravo é aquele que, quando livre, deseja ter escravos. Será sempre escravo de si mesmo… (25/12)
  • Todo mundo falando em Ano Novo. Que seja realmente “Novo”, com menos MBA’s, menos Taylor e Ford, e mais aprendizado, mais Pink e Tapscott. (31/12)

O Gerentóide [e seu modus operandi]

[tweetmeme source=”lucianopalma” only_single=false]
É a atuação dos gerentóides que introduz a Margem de Incompetência nas empresas.
Entenda como estes indivíduos atuam e como conseguem obter benefícios pessoais às custas de todo sistema (incluindo você).

Quem é o gerentóide?

Gerentóides: tartarugas em postesA melhor metáfora para ilustrar o gerentóide é o da “tartaruga no alto do poste”.
Ela está lá em cima, mas todos sabem que sozinha, ela jamais chegaria lá.
Se está no alto, é porque alguém ali a colocou…
Gerentóides normalmente nascem em ambientes politizados, e através de alguma relação pessoal, familiar ou amorosa, acabam obtendo ajuda para subir no poste, digo, para obter cargos gerenciais.
Via de regra, os gerentóides não têm destaque durante a vida escolar, pois costumam viver à sombra de seus mantenedores. Eventuais destaques podem acontecer por conta de posses materiais (um carro esportivo, um computador de último tipo, roupas da moda, etc).

Como é a equipe do gerentóide?

Uma vez estabelecidos em suas gerências, os gerentóides precisam criar uma estrutura de sustentação.
Você pode ter pensado em criar uma equipe com excelentes profissionais, para colocá-los para trabalhar e usufruir dos resultados, certo?
Se você pensou assim, você não seria um bom gerentóide (apesar do atrevimento de pensar em  se apossar do trabalho dos outros).
Essa estrutura ameaçaria o status quo do gerentóide. Pessoas capazes logo perceberiam eventuais mecanismos de benefícios pessoais e poderiam desmascarar todo o esquema. Seriam uma enorme ameaça aos gerentóides, que são totalmente avessos ao risco. O lema do gerentóide é “vamos deixar tudo como está”.
A estrutura preferida pelos gerentóides é a de não ameaça, portanto, baseada em obediência e lealdade.
Pessoas com capacidade limitada são ideais para compor esta estrutura, porque irão obedecer ordens sem questionar e jamais se voltarão contra o esquema, porque sabem que podem não encontrar outra “boquinha” tão vantajosa.
Tudo o que os cordeirinhos dos gerentóides precisam fazer é obedecer, em troca dos biscoitos que o gerentóide de tempos em tempos distribui.

A monocultura corporativa, ou metricultira

Pois bem, se a estrutura é estável, porém incapaz, como manter-se dentro da organização?
Os gerentóides sabem que as estruturas que os suportam são focadas em números, e não em pessoas. E usam isso magistralmente a seu favor.
A receita é simples: troque relatórios com números por promoções, cargos, poder, carro da empresa, benefícios…
O próximo passo é descobrir números que podem ser facilmente manipulados. Os mais afoitos usam técnicas bastante questionáveis, como contratar quem preencha pesquisas de satisfação. Os que acham isso muito arriscado, criam pesquisas com inúmeros itens, e na hora de gerar o relatório, o fazem utilizando somente as métricas positivas, descartando as que atrapalhariam o galope rumo a cargos mais altos.
É aí que entra a técnica da monocultura utilizada no Brasil escravocrata: os gerentóides sabem que é possível fazer malabarismos com números para fabricar resultados de curto prazo em uma área, mas que aqueles “bons” resultados não se sustentam no tempo. O solo fica estéril quando dele só se retira.
A solução? Simples.
Primeiro, o gerentéoide identifica, dentre seus vassalos, algum que se disponha a manter a farsa sem desmascarar nenhum truque, e “planta o peixe” em seu lugar.
Depois, com seus contatos políticos (aqueles que colocam tartarugas em postes), desloca-se para outra área, para aplicar as mesma técnicas.
Você pode estar pensando: mas como a bomba não estoura na mão do próximo gerentóide?
Porque o placar é zerado, e outras métricas serão utilizadas pela “nova gestão”, com novas “metodologias”.
Veja na figura abaixo como a “dança métricas” dos gerentóides faz parecer que cada gestão obteve um grande sucesso, quando na realidade a empresa caminha em direção a um abismo…

E ninguém faz nada?

Teoricamente, acima do gerentóide deveria existir a figura de um diretor, responsável pela orientação e pelos resultados de todos os seus subordinados.
Na vida real, infelizmente, nem sempre é assim. Com a cultura individualista incrustada nas corporações, cada um está pensando em seus benefícios individuais, e acaba que ninguém zela pelo todo (a realidade da empresa). Os gerentóides acabam tendo, acima deles, diretóides ou diretontos:

  • Diretóide – Normalmente, um gerentóide que subiu na carreira e que continua desfrutando benefícios do modus operandi dos seus gerentóides.
  • Diretonto – Outro modelo de “tartaruga em poste”, mas que ao invés de fabricar números mágicos, acredita neles. Afinal, “o poste está cômodo, mexer prá que?”.

Além da empresa, sabe quem mais está sendo prejudicado por este esquema todo?
Você, que pode estar, sem saber, comprando produtos com preços inchados pela Margem de Incompetência, de empresas controladas por gerentóides…

A Margem de Incompetência

[tweetmeme source=”lucianopalma” only_single=false]
Recentemente, o jornalista Joel Silveira Leite publicou um artigo corajoso, mostrando que o alto preço que os brasileiros pagam por automóveis não tem origem somente nos impostos.
O que torna os carros vergonhosamente caros no Brasil é o lucro abusivo que é praticado pelo oligopólio da indústria automobilística brasileira.
Leite mostra que a margem de lucro no Brasil é muito superior à de outros países, e parafraseando o termo “Custo Brasil”, cunhou o “Lucro Brasil”.

Do “Lucro Brasil” à “Margem de Incompetência”.

Já que estamos falando de novos termos, introduzo aqui uma nova métrica: a “Margem de Incompetência”.
Esse indicador reflete o quanto a ineficiência, a politização, os favorecimentos pessoais e a falta de ética tornam nossos produtos mais caros. Não estou falando de impostos, custos de transporte numa infraestrutura precária ou riscos maiores. Estou sugerindo mensurar somente o impacto da incompetência.
Afinal, aquele gerente que fica o dia inteiro fazendo política e nada agrega ao time tem um custo (e alto), e alguém tem que pagar por isso. Sinto informar que é VOCÊ.
Se a margem de lucro for pequena, não existe espaço para ineficiência, para protegidos, para nepotismo nem para “jeitinhos”. Num ambiente profissional e competitivo, para manter a estrutura saudável a empresa precisa ter lucro baseado em competência e eficiência.
Podemos verificar isso em mercados de países desenvolvidos, onde a concorrência acontece de verdade. Na Europa, nos Estados Unidos, no Japão, no Canadá, a mão de obra é bem mais cara do que no Brasil.
Sim, mesmo com todo aquele #mimimi que aqui o imposto é alto, contratar um europeu, um americano ou um japonês é muito mais caro do que um brasileiro.
Então como eles conseguem ter preços mais baixos com custos mais altos?
Há dois fatores aqui:

  • Margem de lucro menor
  • Margem de incompetência menor

Margem de lucro menor

Analise o caso dos bancos. Compare as taxas cobradas por bancos brasileiros e por bancos em países desenvolvidos. Aqui acontece praticamente um estupro financeiro dos clientes.
Agora compare o custo de um minuto do celular no Brasil e no primeiro mundo. Mesma situação. Automóveis. Seguros. Planos de Saude. TV a cabo. Preciso continuar? 🙁

Margem de incompetência menor

Se a margem de lucro em países desenvolvidos é relativamente pequena, praticamente não cabe margem de incompetência. Eles TÊM que otimizar processos. Eles TÊM que trabalhar de forma eficiente. Eles TÊM que eliminar gerentóides caros e desnecessários!

Figura: Composição do Preço no Brasil, em países desenvolvidos e em países emergentes, considerando custo/despesas, margem de incompetência e margem de lucro.
 

E no Brasil?

Aqui, temos algumas estruturas onde a margem de lucro é tão grande que cabe confortavelmente uma boa Margem de Incompetência.
Isso proporciona, inclusive, segurança para quem está no poder, porque criando uma estrutura na base do favor e do “rabo preso”, a posição de comando fica mais estável. Praticamente inabalável, porque os vassalos sabem que, por serem incompetentes, não encontrarão outra “boquinha” assim tão fácil. O dono do poder, por sua vez, prefere manter uma camada de “cordeirinhos” passivos e obedientes, isolando-os da camada produtiva (que além de fazer todo trabalho, ainda têm que consertar os desmandos e a má-gestão da camada de gerentóides acima deles).
Ganham os incompetentes. Pagam o pato os competentes e os consumidores.
É claro que não podemos generalizar – temos empresas no Brasil que trabalham de forma eficiente.
Infelizmente, porém, há um contingente de empresas que ainda pode se permitir uma grande Margem de Incompetência.
O que você pensa disso? Concorda com esta visão? Conhece ambientes com alta e baixa Margem de Incompetência?
Por favor, compartilhe, discuta, comente! 😉

Carta a Steve Jobs

[tweetmeme source=”lucianopalma” only_single=false]
Minha breve mensagem enviada a rememberingsteve@apple.com, em homenagem e agradecimento ao gênio Steve Jobs:
The very first computer I touched was an Apple II. I learned how to create software in it.
So Jobs haven’t created just computers. He also gave birth to a nation of programmers and technology lovers that changed the way the world communicate, work and entertain.
Through his ideas and his vision, Jobs helped spread the magic of software through the world.
All I have to say today is Thank you, Jobs. You’ll ever have my admiration, and you’ll always be a great inspiration for the people that keep bringing your magic to the world through software.
Rest in Peace.
Luciano Palma

O "Community Manager"

[tweetmeme source=”lucianopalma” only_single=false]
Durante o Socialmedia Day 2011, a Scup distribuiu alguns adesivos que chamaram a atenção e divertiram os participantes.
Um deles, polêmico e bastante questionado, dizia “Socialmedia guru“, mas o que mais chamou atenção – e que foi muito procurado, foi o de “Community Manager“.
De fato, a função de Community Manager está sendo bastante discutida ultimamente. Eu mesmo proponho um “framework” para criar estratégias de mídias sociais baseado em 3 pilares, onde “Comunidade” é um deles.
Só para não deixar ninguém curioso, os 3 pilares são:

  • Comunicação Externa
  • Comunidades
  • Redes Sociais Internas

E o que é um “Community Manager”?

Há um grande buzz em torno deste cargo, mas afinal, o que é um Community Manager?
Assim como os termos “socialmedia” e “guru” soam muito contraditórios, “Community” e “Manager” também não parece a melhor combinação.
Community Lead” me parece mais adequado. No Brasil, onde se fala português, “Líder de Comunidade” é ainda mais apropriado.
E já que estamos falando em contradições, o líder de Comunidade obtém pleno sucesso quando seu cargo pode ser extinto.
Sim, é isso mesmo. O melhor líder de Comunidade é aquele que – pasmem – torna-se desnecessário!
Se uma comunidade atinge um grau de amadurecimento elevado, ela passa a atuar de forma tão integrada que já não faz mais sentido “seguir um líder”.
O interesse, o conhecimento, as decisões fluem de forma transparente na comunidade e a própria comunidade se auto-gerencia. O líder passa a atrapalhar, pois transforma-se num elemento burocrático que impede o livre fluxo de processos, ações e decisões.
Obviamente, pouquíssimas comunidades conseguem atingir este grau de maturidade, e alguns processos exigem referências. Vide o caso do Linux, por exemplo: a comunidade é extremamente madura e os fluxos ocorrem de forma bastante livre, mas é necessário que os mantenedores definam alguns pontos de referência para o código (para nomenclatura, versionamento, distribuição). É um ponto de equilíbrio que cada comunidade deve atingir de acordo com seu grau de maturidade.
O líder de Comunidade é, portanto, um catalisador. Um elemento que atrai pessoas com interesses comuns e começa a estabelecer vínculos entre elas. Um conector de pessoas, que identifica quem tem genuíno interesse por um determinado assunto e as estimula a cooperar mutuamente. Ele é o início de uma bola de neve construtiva.
Para este processo acontecer, o líder de Comunidade tem que ser apaixonado pelo tema em torno do qual a comunidade existe.
Você consegue imaginar um líder para um fã-clube dos Beatles que não gosta, ou que nem conheça os quatro garotos de Liverpool?
Imagine a cena:
– “Sou líder de um fã-clube dos Beatles, quer participar?
“Legal, um fã-clube dos Beatles! Tenho fotos do George Harrison, você quer?”
“Hmmm… não sei se vai ajudar… vou pedir prá secretária ver se esse cara está na nossa lista de fãs.”
Fuóóóón!

Movido a paixão

O líder só entenderá o entusiasmo da Comunidade que lidera se tiver a mesma paixão e o mesmo espírito de colaboração dos integrantes da Comunidade.
Imagine um líder com formação em marketing, sem conhecimento algum de tecnologia, à frente de uma comunidade técnica. Não haverá sintonia.
É como colocar alguém do financeiro como líder da cozinha. Ele irá reduzir os custos falando para o cozinheiro colocar menos daquele tempero caro. E apesar do “líder” atingir seus objetivos de redução de custos, os clientes migrarão, pouco a pouco, para outros restaurantes – porque o interesse daquela comunidade é o sabor da comida, e não o custo mais baixo possível.
Empresas que estão analisando ter um “Community Manager” precisam entender essa dinâmica. As comunidades precisam, sim, de um líder para serem formadas, estabelecidas e começarem a se auto-gerenciar. Porém este líder não é um “manager” qualquer. Muito pelo contrário! As competências que ele deve apresentar são muito mais subjetivas.
Considero algumas características muito importantes:

  • paixão pelo tema de interesse comum da comunidade
  • paixão por compartilhar e estar junto dos integrantes da Comunidade
  • conhecimento do tema de interesse da Comunidade
  • carisma para atrair pessoas com o mesmo interesse

As métricas-chuchu e a proposta de "valor das referências do cliente"

[tweetmeme source=”lucianopalma” only_single=false]
Você já deve ter ouvido a expressão “comer chuchu e arrotar peru“.
Quando o assunto é métrica, essa expressão popular pode ser aplicada em muitas empresas – e o que não falta no Brasil é gente que fantasia métricas-chuchu como pomposos perus…
Métricas não passam de ferramentas de medição, e como todas as ferramentas, podem ser bem ou mal utilizadas. E podem fazer muito bem… ou muito mal para a empresa.
Utilizar métricas na definição dos processos e monitorá-las de forma profissional é uma ótima forma de buscar o sucesso de um projeto, realizando eventuais ajustes durante o percurso.
Este é o bom uso das métricas. Mas e aquelas pessoas menos comprometidas; mais interessadas em benefícios próprios do que no bem da empresa? Elas também podem usar as métricas a seu favor. Com amostragens controladas, métricas podem ser manipuladas. Em casos mais extremos, métricas são maquiadas contando que não haverá uma auditoria em como foram “atingidas”.
Esta última técnica, apesar de deplorável, infelizmente é bastante utilizada quando mais de um nível da hierarquia está envolvido: o “líder” e o “liderado” acordam as métricas e benefícios, e o “líder” endossa o número pré-fabricado, contando que ninguém num nível superior a ele irá descer até o nível do liderado para descobrir que aqueles números não existem.
Desta forma, ferramentas interessantes como o Net Promoter Score (NPS) – que indica a propensão dos clientes a recomendar seu produto/serviço/empresa – podem ser manipuladas simplesmente pela forma de fazer a pergunta ao pesquisado.
Quando o objetivo é obter um bom resultado para garantir uma promoção (ao invés de pesquisar a real situação do mercado), a metodologia vai por água abaixo.
O brilhante Brian Solis cita em seu livro “Engage” métricas mais palpáveis, propostas por Dr. Kumar sob o acrônimo CRVCustomer Referral Value, ou “valor das referências do cliente”.
Novas métricas tornam-se necessárias porque o NPS é uma forma relativamente subjetiva de medir resultados, pois pergunta: “Você proporia esta solução a outras pessoas?“. O pesquisado pode responder afirmativamente (ainda mais se a pergunta for direcionada ou estimulada) e não recomendar, efetivamente o produto/serviço/empresa.
Dr. Kumar sugere que a métrica esteja associada a ações reais e palpáveis; coisas que efetivamente aconteceram, e portanto altera a pergunta para “Você de fato recomendou o produto/serviço/empresa?“. E vai além: “Essa pessoa [que recebeu a recomendação] tornou-se um cliente?“.
Claro que sem comprometimento (e sem auditoria), este processo também pode ser fraudado. Porém é uma forma de chegar mais perto do conceito de CRV, gerenciando cada cliente com base na sua capacidade de gerar lucro indireto para a empresa.

Microsoft atropelada pelo Linux na Inglaterra?

[tweetmeme source=”lucianopalma” only_single=false]
A gigante americana deu uma de turista em visita a Londres.
Ao atravessar a rua, continuou fazendo as coisas da forma que estava acostumada a fazer (e com sucesso), bastante segura de si.
Foi tragicamente atropelada porque estava olhando para o lado errado. Em Londres, os carros vêm pelo outro lado.
Enquanto pensava em “atravessar a rua” tranquilamente com o Windows rodando em 89% dos PCs, sem considerar os menos de 2% do Linux uma ameaça, a empresa continuou fazendo mais do mesmo. Olhando sempre para o mesmo lugar.
Só que ela não viu o Linux vindo de um outro lado, com outro nome: Android.
Um piscar de olhos e “BUM“!
O novo cenário (mobile), talvez o mais importante daqui pra frente, estava dominado pela Google. Enquanto o Android festeja a conquista de 44,9% do mercado (crescimento de 358% em 1 ano), o sistema da Microsoft amarga uma queda de 53%, reduzido a 2,8% do mercado.
Apesar do estrategista-chefe da Microsoft (Craig Mundie) não acreditar, os tablets vêm fazendo a diferença e vêm tomando o espaço dos PC’s, de mãos dadas com os smartphones.
Mesmo para atividades mais complexas, acessórios como o lapdock prometem cobrir o “gap”. Não é à toa que as vendas de PC estão caindo.
Potência? Só questão de tempo. E pouco! Em menos de um ano estaremos falando de tablets/smartphones com 4 núcleos. É mais potência do que o PC que estou usando (ainda) para escrever este post (e que diga-se de passagem, tem somente 1,5 ano).
Quem não percebe que o cenário muda é atropelado. Evite que isso aconteça com você!
Ah… e se estiver pensando em viajar para Londres, não se esqueça: LOOK RIGHT!

Bem-vindo à era pós-PC

[tweetmeme source=”lucianopalma” only_single=false]

Era uma vez…

Há um quarto de século, o PC iniciou uma era que transformou a maneira de trabalhar e de agir, abrindo possibilidades incríveis para empresas e indivíduos.
Surgiram termos como Desktop Publishing, CAD/CAE, planilha de cálculo, editor de textos. Tudo isso “na ponta dos seus dedos”, como dizia um slogan dos anos 90.
O PC trouxe ao indivíduo a capacidade de criar conteúdo de forma que antes era restrita às empresas.

All together now

Quando os PC’s foram conectados em rede – primeiro em redes locais, depois na Internet – eles mudaram também a forma de se comunicar. Agora, indivíduos passaram não só a produzir, mas também a compartilhar conteúdo de uma forma antes restrita aos “responsáveis” pela comunicação: jornais, revistas, rádios, TVs. Hoje cada um tem sue próprio jornal, revista, rádio ou TV na Internet. “A mídia somos nós”.
Chegamos até este ponto usando PC’s.

Acostumamos com isso…

Se fizemos tanto com esses velhos companheiros, porque abandoná-los?
Acontece que estamos tão conectados a nossos PC’s [ou seria dependentes?] que queremos tê-los sempre conosco. Queremos que eles “façam parte de nós”, que sejam wearable computers, como previu Negroponte há quase 20 anos.
Só que o PC, acostumado com si mesmo, não deu este último salto. Notebooks e a febre passageira dos netbooks (esa sim, foi passageira, Mr. Mundie) não foram capazes de “estarem sempre conosco”.
Somente um “nerd” levaria seu note/netbook para a piscina. Seria muito mais “normal” levar uma revista ou um livro. Talvez um celular, que englobou muitas das vantagens do PC: Internet, e-mail, browser, etc.
Os smartphones passaram a tomar espaço dos PC’s em atividades simples, realizáveis em telas sub-4″. E SIM, eles estão SEMPRE conosco… (até na piscina!).

But there’s one more thing“…

Eis que surge do negro palco Mr. Jobs, e enxerga o que ninguém viu: a obesidade não afeta somente os americanos – ela atinge também os PC’s!!!
Os PC’s se tornaram pesados e volumosos, ainda que incrivelmente potentes. So que talvez desnecessariamente potentes para a maioria da pessoas.
Processador de 3GHz, quad-core, hyper-threaded… Jesus! Isso é um supercomputador de 10 anos atrás! Ele vem com um cientista na caixa???

E tudo [re]começa

Jobs deu então início à era pós-PC criando o iPad.
Leve em todos os sentidos, ele não é tão potente quanto um PC. E nem precisa, pois na maioria daz vezes, você não precisa que ele seja.
Você está há cerca de 2 minutos lendo este texto e seu processador está usando 2% ou menos de sua capacidade. E assim ficará enquanto você gerencia seu email, escreve seus textos ou interage nas mídias sociais. Talvez você use 10% para assistir a um vídeo no Youtube…
Jobs colocou à sua disposição – de forma a estar sempre com você – a potência suficiente para a maioria das tarefas, uma tela que viabiliza o trabalho, estudo ou lazer e a interface da nova era (MPG), baseada em toques, gestos e física.
E criador e criatura foram aclamados.
Sua empresa foi coroada como #1, desbancando a poderosa Microsoft – primeiro em valor de mercado, depois em lucro.
E como diz o anúncio dessa que foi a sacada da década: isto está apenas começando.
Bem-vindo à era pós-PC!

O risco das previsões no mercado de Tecnologia

[tweetmeme source=”lucianopalma” only_single=false]
Há poucos dias, o estrategista-chefe da Microsoft, Craig Mundie, declarou que os tablets devem ser somente uma febre passageira.
Previsões deste tipo no mercado de Tecnologia da Informação são sempre muito arriscadas, porque em TI tudo muda muito rápido. Basta considerar, por exemplo, que o iPhone não existia até a metade de 2007. Hoje, desde crianças até idosos desejam e usam o aparelho. Passaram-se menos de 4 anos do dia em que muitos analistas consideraram loucura uma empresa de computadores atuar no mercado de celulares.
O iPad foi lançado há pouco mais de um ano. Lembro claramente a quantidade de “nerds” criticando o novo aparelho, chamando-o de “iPhone de Itu” e criticando suas características técnicas inferiores às de um PC. Talvez o iPad não seja mesmo para nerds que buscam cada quinhão de desempenho de seus superprocessadores. Talvez o iPad seja para seres humanos comuns, que simplesmente querem um equipamento para ajudá-los em suas atividades. Sem se preocupar com tecnologia. Afinal, tecnologia boa é aquela que você nem percebe que está usando.
Neste cenário, a declaração de Craig Mundie acaba sendo infeliz independente de como a novela terminar. Vamos analisar as 2 hipóteses:

1. Tablets são só uma febre passageira

Isto é ruim para a Microsoft por 2 razões:

  • A Microsoft não demonstrou agilidade para tirar proveito dessa febre, pois se ela é passageira, a Apple já faturou tudo (ou quase tudo: 83%).
  • Para não ficar (muito) para trás, a Microsoft está trabalhando com alguns fabricantes (HP, Asus, Dell) para lançar soluções para faturar com a febre (Slates). Está também soltando informações sobre o Windows 8, dando a entender que ele suportará tablets. Porém, se é só uma febre, todo esse esforço será em vão e os usuários do Windows terão que pagar por um custo de desenvolvimento que será enterrado com o passar da febre.

2. Tablets não são uma febre passageira

Neste caso, a técnica de Mundie pode ter sido de “desqualificar a concorrência”, tentando jogar areia no discurso “tablet” e tentando frear o avanço da Apple (e Google), enquanto sua empresa não apresenta uma resposta à altura.
Isso é ruim para a Microsoft por outras 2 razões:

  • Quando a Microsoft tiver sua solução para tablets, será que Mundie aceitará voltar atrás, assumindo uma visão míope? Ficará no mínimo estranho dizer: “quando meu concorrente fez algo antes de mim, era febre passageira, agora que eu estou fazendo, é o futuro”. Não que isso seja um problema para a Microsoft (às vezes ela faz isso com seus próprios produtos), mas com certeza, bom não é.
  • O mercado já estará tomado quando a Microsoft mudar de visão. Empresas já estão comprando iPads e tablets com Android e aplicações já estão sendo desenvolvidas para estas plataformas. A Microsoft já conseguiu reverter cenários assim 10 anos atrás (Explorer x Netscape), mas será que ela ainda tem todo esse poder? O jogo não é exatamente o mesmo, porque estamos falando em “era pós-PC”.

Conclusão:

De novo: em TI, previsões para o futuro são muito arriscadas. E quanto maior é o “vidente”, maior o risco. Um detalhe e o jogo muda. Quem diria, 5 anos atrás, que a Nokia se encontraria na situação de hoje, declarada como “uma plataforma em chamas” pelo seu próprio presidente? Outra: enquanto todos esperavam um sistema operacional da Google e olhavam para o Google OS, poucos perceberam que o sistema não era esse, mas sim o Android!
Estas mudanças estão sendo muito rápidas, e as empresas que têm mostrado agilidade estão se mostrando vencedoras. Tão vencedoras, que estão até mudando as regras do jogo na Nasdaq, de tanto que as ações da Apple subiram. Porque Jobs não fez previsões. Ele deu vida às suas visões.

Chame no WhatsApp
1
Dúvidas? Chame no WhatsApp!
Olá! Você tem interessem em criar uma loja online? Podemos ajudar!