Tecnologia

O segundo pilar: Comunidades

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Ultimamente tenho dito que o uso de Mídias Sociais em empresas deve se basear em 3 pilares: Comunicação Social Externa, Comunidades e Redes Sociais Internas.
3 pilares das mídias sociais
Neste final de semana aconteceu um evento que foi completamente baseado no segundo pilar (Comunidades):  o Prudente Tech Day 2010, realizado na Faculdade de Informática da UNOESTE.
Apresentei um “Zen Talk” sobre Redes Sociais com um enfoque um pouco mais “teórico”, tentando mostrar como usufruir dos benefícios das Redes – seja em seu favor (pessoal) ou em favor de sua empresa. Este post, porém, não é sobre este tema, mas sim sobre a mágica que acontece quando uma Comunidade se mobiliza.
Os números do Prudente Tech Day 2010 (a.k.a. #PTD2010 no Twitter) impressionam:

  • 843 participantes
  • 650 Kg de alimentos arrecadados*
  • 16 palestras em 3 auditórios simultâneos, totalizando 20 horas de palestras em 1 dia
  • Cobertura dos 2 jornais locais: O Imparcial e Oeste Notícias

O evento foi transmitido ao vivo pela Internet através do Twitcam.
Tudo isso realizado por integrantes da Comunidade Técnica, ou seja, profissionais apaixonados por tecnologia e pelo que fazem, que querem compartilhar seu conhecimento e ainda contribuir para a comunidade local (sugerindo aos participantes a doação de 1 Kg de alimento).
Toda esta paixão e capacidade podem ser canalizadas por empresas inteligentes, como foi o caso da SolidQ, que além de patrocinar os custos de transporte e acomodação de 15 palestrantes, esteve presente através de seu CEO Global, Fernando Guerrero, e seu CEO para América Latina, Eládio Rincón.
Tive o prazer de conversar bastante com os dois, que mostraram que a SolidQ é definitivamente uma empresa em Rede e com uma filosofia moderna, ao contrário do tradicional modelo hierárquico de poder e controle.
O retorno em termos de imagem é incomparavelmente maior do que o investimento realizado. A conexão estabelecida entre a SolidQ e a comunidade é definitivamente algo genuíno e duradouro.
Parabéns à SolidQ por proporcionar, mais do que simplesmente o evento e a doação de alimentos, o exemplo de como uma organização antenada pode utilizar as Redes Sociais, as Mídias Sociais e a Comunidade para trazer benefícios a todos.
* O valor divulgado no jornal era parcial e não contabilizou as últimas contribuições, que incluíram doações pessoais do CEO Global  e CEO para América Latina da empresa SolidQ.

Net Neutrality: Liberdade em risco?

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A semana começou com as discussões envolvendo Google e Verizon sobre Net Neutrality.

E o que é Net Neutrality, afinal?

Este conceito é o que faz da Internet o que ela é hoje: um ambiente democrático onde todos têm total liberdade de expressão. Na rede, somos todos iguais. Meu perfil no twitter tem direito aos mesmos 140 caracteres que o do Presidente da República. Posso assistir no Youtube os mesmos vídeos que um executivo indiano ou um aluno canadense. Posso baixar a mesma versão de um software livre que se pode baixar em um telecentro ou em uma lan-house.
Além disso, se eu e você contratarmos conexões à Internet com a mesma taxa de transmissão (2 MBit/seg, por exemplo), devemos poder nos comunicar – entre nós – a esta taxa*.
Para completar, as empresas que fornecem acesso à Internet não devem bloquear ou limitar o fluxo de informações de acordo com sua natureza. Por exemplo: um provedor não pode impedir que um usuário, ao digitar o nome de um provedor concorrente em seu browser, acesso o site do concorrente. Mais do que neutralidade, nesse caso estamos falando em ética, concorda?

E o que está em risco?

Apesar da Google ser uma das maiores defensoras da Net Neutrality, esta semana a empresa manteve discussões com a Verizon para atuar de forma diferente nas conexões wireless. A proposta é implementar serviços com níveis de qualidade diferenciados, onde quem pagar mais receberá as informações com prioridade.
Note que é diferente de pagar mais para uma taxa de transmissão maior. Estamos falando em pagar mais para ter maior prioridade na rede. É como implementar uma via pedagiada onde você pode andar a 120 Km/h, enquanto na não-pedagiada (com as mesmas características técnicas), o limite é 90 Km/h. Você já viu esse filme em algum lugar, né? Gostou?
Provavelmete haverá duas correntes para esta resposta: a dos mais abastados, achando que é justo – afinal estão pagando – e a dos menos abastados achando que a medida estratifica a sociedade em grupos de quem pode e de quem não pode.
A grande verdade é que se hoje somos todos iguais na rede, a quebra da Net Neutrality passa a permitir que uns sejam “mais iguais” do que os outros.
Se o poder econômico começar a ditar a prioridade para acessar a informação, ou pior, permitir até mesmo o bloqueio de tráfego que não seja interessante do ponto de vista econômico, podemos perder nossa maior conquista do século XX – a Internet e a sua liberdade de expressão intrínseca.
Claro que o que move todo esse movimento são interesses econômicos. Uma empresa de telefonia, por exemplo, pode cobrar dezenas de reais por um minuto de ligação para o exterior. Tecnicamente, os bytes que trafegam entre os países são exatamente os mesmos que trafegam via Skype, sem custo adicional para quem já paga a conexão à Internet (muitas vezes para a mesma empresa de telefonia). Sem Net Neutrality, este tráfego poderá ser limitado, ou até mesmo bloqueado, para garantir a gigantesca margem de lucro antes praticada para este serviço. O benefício da inovação e da tecnologia, até agora desfrutado pelo cidadão comum, será confiscado pelas empresas e tarifado com o mesmo peso do passado.
Os grandes provedores podem passar a cobrar uma tarifa “premium” para liberar o serviço – um verdadeiro pedágio numa infovia onde antes trafegava-se de graça. E não há margem para alegar que somente a venda do acesso à Internet não garante a sobrevivência dessas emrpesas, porque até pouquíssimo tempo atrás todos queriam este filão.
O grande problema é – de novo – a centralização, a concentração de poder. Enquanto eram muitos provedores pequenos, havia competição. Com as tão badaladas “mega-fusões”, o oligopólio se re-estabeleceu e a linha divisória entre os que têm e os que não têm volta a ser riscada de forma coronelista. O que era concorrência virou conferência…
Como fica o futuro das mídias sociais se aquele garoto que quer se expressar “xingando muito no Twitter” tiver que pagar para ter seu tweet publicado?
Você não acha que temos fazer um movimento aqui também, pela Neutralidade da Rede Brasileira?
* Normalmente os contratos com provedores garantem uma fração da taxa nominal e possuem valores distintos para o upload e download.

O Brasil vai pular a onda das Mídias Sociais?

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Falar sobre Midias Sociais é cool.
Mesmo quem não está muito por dentro faz uma tremenda cara de conteúdo quando o assunto vem à tona.
Pergunte a qualquer gerente de marketing se ele já incluiu Mídias Sociais em sua estratégia e você receberá um retumbante “SIM!”.

Mas será que a realidade é mesmo essa?

Recentemente recebi uma pergunta via Twitter: “Quais empresas brasileiras utilizam bem as mídias sociais?
Alguns casos me vieram à mente… mas infelizmente não eram empresas brasileiras!
Procurei uma resposta; eu realmente queria um bom exemplo nacional.
Tecnisa? Fiat Mio? Não eram exatamente o que buscava. Twix? Ups, pula, pula… outra… Dell? Não, não; na minha opinião aquilo é Social Spam

Não consegui achar exemplos de empresas que estejam REALMENTE se conectando a seus clientes através de Mídias Sociais no Brasil. “Conectar”, no caso, não é simplesmente USAR mídias sociais no antigo esquema broadcast – a empresa falando e o consumidor ouvindo, passivamente.
Conectar é ouvir de verdade (e não dizer isso da boca prá fora e provar com relatórios que só convencem o próprio departamento de marketing).
Conectar é responder quando solicitado, é disponibilizar a informação desejada, é entender o que o cliente quer e oferecer exatamente aquilo.
Conectar é tratar o consumidor com o respeito que ele merece.

Mídias Sociais só fazem sentido quando o ponto de partida é esse: respeito pelo consumidor.

E o consumidor brasileiro merece respeito?

Esse é um assunto polêmico. Talvez algumas pessoas mais ufanistas se incomodem com a análise que farei, mas alguém tem que se arriscar! Então aí vou eu…

A falta de respeito pelo consumidor que reina no Brasil não é culpa das empresas. O consumidor brasileiro, por si só, respeita-se pouco. Não é exigente. Não briga por seus direitos. Deixa passar.

Você conhece alguém que devolve produtos com defeito? Que reclama de prazos não atendidos? Que abre reclamações na Anatel e na Aneel? Talvez sim. Sabe como ele é conhecido? “O chato”!

Pois é! O cara que cobra seus direitos, no Brasil, é chato! É bem mais razoável aquele que deixa prá lá.
Esquentar prá que? “É só um defeitinho”,  “Reclamar não adianta”, “Não vale o stress”, “Aqui é assim mesmo”.
São expressões comuns de desencorajamento, que colocam o conformismo (e o comodismo) acima do respeito próprio.

Percebi isso numa situação real: a compra de um carro. Com defeito. Simplesmente TODAS as pessoas com quem comentei o fato aconselharam a deixar prá lá.
No Brasil, não se troca carro”, ouvi de muitos. De fato, a montadora (Ford) afirmou a mesma coisa.

Pois então eu sou Chato. E fui atrás dos meus direitos. Consegui trocar o carro por outro novo.
E o outro também veio com defeito. “Desencana, você não vai conseguir nada”, eu continuava ouvindo.
Continuei sendo Chato! E consegui ter meu dinheiro de volta!

Sim – no Brasil -  eu consegui trocar um carro zero com defeito por outro, e consegui devolver o segundo carro e ter meu dinheiro de volta!
Neste país, as leis existem e funcionam. O que parece não funcionar é o consumidor!

O que isso tem a ver com Mídias Sociais?

Tudo!

Se “Mídias Sociais só fazem sentido quando o ponto de partida o respeito pelo consumidor”, o uso REAL de Mídias Sociais pode vir a ser desconsiderado por empresas que não tenham este respeito.

Empresas pensam em números. E muitas, infelizmente, seguem a linha: “Se só tem um chato que exige a troca de um carro com defeito, prá que se preocupar com ele? Ele é só um. Enquanto ele reclama, tem outros milhares comprando e não ligando pro defeito. Corrigir prá que? Atender esse chato prá que? Deixa ele reclamar sozinho!”.

Você acha que estou exagerando? Então procure exigir seus direitos e veja a canseira que as empresas brasileiras lhe darão. Normalmente, elas procuram vencer pelo cansaço, medo ou desinformação. Tem que ser um chato muito persistente para ser respeitado.

Num ambiente onde se pensa assim, é muito mais fácil alguém na empresa criar uma iniciativa de Redes Sociais só para sair bem na foto e convencer os dirigentes que a empresa já está na crista da onda. Claro que esta iniciativa será uma casquinha de maquiagem – uma conta no Twitter, uma Página de Fãs no Facebook, ou o infame viralzinho – que só tem efeito de vírus no bolso da empresa.

Uns fingem que fazem, outros fingem que acreditam, e assim o hype das “Mídias Sociais” vai sendo desfrutado pelos espertinhos de plantão…

E você? Acredita?

Talvez você não ache que a oportunidade esteja perdida e ainda acredite muito na idéia das Mídias Sociais.
Eu também!

Acredito que há muito espaço para atuar neste setor com satisfação e orgulho. Acredito nas Mídias Sociais não somente pelas suas características, mas como meio para que empresas que realmente respeitam o consumidor se destaquem no mercado e obtenham o merecido sucesso.
Declarei isso recentemente como minha missão.

Se você também acredita, temos um grande desafio pela frente: servir de exemplo para que cada vez mais pessoas que ficam na dúvida entre o conformismo e o respeito por si próprios, tendam para o lado do respeito.

Fazendo isso, conseguiremos demonstrar o verdadeiro valor (e poder) das Mídias Sociais, inserindo o Brasil no contexto de países que de fato aprenderam a usufruir as Redes Sociais, ao invés de desperdiçar esta oportunidade e deixar a onda passar (favorecendo somente o pessoal “da maquiagem e da máscara”).
A oportunidade para gerar muitos exemplos para responder à pergunta do Twitter está ao nosso alcance.

Topa?

O Poder dos Wikis: o Dobro do Conteúdo?

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Quando se fala em Wikis, a primeira coisa que vem à mente é a Wikipedia. E não é para menos: quem diria que em apenas 4 anos uma enciclopédia criada de forma colaborativa pudesse se tornar tão confiável quanto a Encyclopedia Brittanica?
Só que os Wikis vão muito além disso. Por exemplo: o que você acha da idéia de dobrar o conteúdo disponível na Internet através da disseminação de Wikis?
Antes de mostrar como isso é possível, segue uma repassada no conceito.

O que é um Wiki? Qual o segredo?

Apesar do poder gigantesco, o conceito de Wiki é simples: cada um contribui com o que sabe. Assim como nas campanhas de ajuda humanitária, onde cada um contribui com o que pode, resultando na arrecadação de quantias impressionantes de doações, os Wikis são capazes de agregar volumes inacreditáveis de informação por conta das pequenas contribuições de cidadãos comuns.
A “mágica” se baseia em 2 fatos:

  1. Todo mundo se interessa por algo e sabe alguma coisa relevante sobre aquilo
  2. Tem muita gente no mundo
  3. A pergunta é: “Porque esse conteúdo não flui?” Quais as barreiras para uma maior criação coletiva?

Existem inúmeros fatores inerentes a cada indivíduo: timidez, insegurança, medo de ser indevidamente compreendido (ou julgado), temor à não-aceitação, aversão à exposição a erros e muitos outros.
No entanto, um fator muito relevante é a falta de um canal de participação. É impressionante ver como pessoas que se mantém quietas passam a contribuir com informações de alto valor quando lhes é oferecido um canal de comunicação para participar em um tema de seu interesse. Isso é ainda mais forte quando essa pessoas podem contar com o apoio dos demais, complementando, melhorando e até corrigindo suas contrbuições.
É isso que os Wikis proporcionam. Num Wiki, qualquer um pode discorrer sobre qualquer assunto que lhe interesse. A pessoa não precisa saber criar um blog ou assumir o compromisso de colaborar regularmente. Ela simplesmente colabora com o que sabe, quando quiser, na quantidade que preferir, da forma que achar melhor.

E como dobrar o conteúdo da Internet?

Vamos começar com o Princípio do 90-9-1 que se verifica em comunidades online (e offline também):

– 90% dos usuários são “Audiência”. Lêem e observam, mas não contribuem.
– 10% são “Editores”. Avaliam e às vezes modificam ou complementam as informações, mas raramente criam contúdo do zero.
– 1% são os “Criadores”. Criam conteúdo e alavancam a maior parte da atividade na Rede.

Com a facilidade dos Wikis, parte dos Editores pode ficar mais à vontade para se arriscarem na criação de conteúdo, e até mesmo alguns participantes da Audiência podem vir a criar algo na sua zona de conforto, ou seja, naquele assunto em que se sentem um pouco mais confiantes.
Vamos analisar o que aconteceria, considerando as seguintes hipóteses:

  1. 1 em cada 15 Editores passe a gerar conteúdo por conta de Wikis
  2. 1 em cada 15 participantes da Audiência passe a avaliar/modificar conteúdo
  3. 1 em cada 150 participantes da Audiência passe a gerar conteúdo
    Os resultados seriam os seguintes:

Wikis Redes Sociais Internet Conteúdo
Ou seja, um aumento de praticamente 100% na geração de conteúdo!!!
E você? Acredita que este enorme passo possa ser dado?
Começe por sair do grupo “Audiência” e tornando-se um “Editor”, deixando aqui o seu comentário! 😉
[]s, Luciano

Interrupção ou Significado? Alguma dúvida sobre o lado a escolher?

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A maior parte dos livros sobre Mídias Sociais aborda a questão da “inversão do vetor do Marketing”, ou a mudança do Broadcast para o Socialcast.
De fato, hoje o valor das recomendações é mais forte do que nunca, e a comunicação “horizontal” (entre pessoas comuns) é tão relevante quanto a comunicação “vertical” (empresa-consumidor). Ou até mais!
Há, porém, outra mudança em andamento na forma de comunicação entre empresas e consumidores.
A transição que está acontecendo em paralelo é a adoção de mensagens com significado ao invés de mensagens de interrupção.

Mensagens de Interrupção

São as mensagens que estamos acostumados a receber, normalmente através do principal meio de comunicação de massa (broadcast) – a televisão. Os comerciais de TV são tão interruptivos que sua veiculação ocorre no “intervalo” da programação. O filme é dolorosamente esfaqueado, normalmente nos momentos de maior suspense, para que o espectador seja obrigado a assistir os comerciais.
Essa propaganda “goela abaixo”, tão utilizada durante tanto tempo, pode ter efeitos até mesmo contrários aos planejados.
Traduzi livremente um trecho do livro “The next evolution of Marketing”, de Bob Gilbreath, que ilustra isso:

“A interrupção, por si só, é irrelevante.
Quando há uma interrupção abruta de uma dada atividade, nós estamos treinados a olhar através da interrupção e continuar aquilo que estávamos fazendo, pensando ou assistindo antes. Um estudo realizado por Moshe Bar, diretor do Laboratório de Neurocognição Visual da Escola de Medicina de Harvard, mostra que quando forçamos espectadores a assistir anúncios, na realidade estamos comprometendo nossas vendas. De acordo com Bar:
Experimentos em psicologia cognitiva demonstraram que quando as pessoas precisam ignorar um estímulo de forma a atingir outro objetivo, além de ficarem incomodadas, elas acabam realmente detestando a distração. E este aborrecimento é muito específico ao estímulo. Portanto, se estou interessado no placar de um jogo, mas sou forçado a assistir um comercial de um novo vinho merlot antes, é provável que criarei uma aversão àquela marca de merlot, o que proporcionará ao anunciante um efeito oposto ao pretendido.’”
Bob Gilbreath, em “The next evolution of Marketing”, com citação de Moshe Bar.

Isso ficou muito evidente no domingo passado, quando a Rede Globo interrompeu a transmissão do GP da Europa de Fórmula 1 e deixou de transmitir as imagens do pódio – diga-se de passagem, imagens das quais a Globo detém a exclusividade – para veicular comerciais dos patrocinadores da Copa do Mundo.
As pesquisas de Bar (confira este artigo) dizem que aqueles anunciantes estão criando uma imagem negativa na mente dos consumidores. De fato, o que você pensa na hora é: “Eu queria estar vendo a ‘festa do champagne’ ao invés dos comerciais da Coca-cola, Itaú, Brahma, Oi, Fiat e Olimpikus”.
Possivelmente, estas marcas estão gravadas na mente dos fãs da F1 como “aquelas que interromperam o evento que eu queria ver”. Nada bom…

Mensagens de Significado

Se interromper é inadequado, como uma empresa pode prender a tão disputada atenção do consumidor?
Simples: elabore uma mensagem que tenha algum significado para seu receptor. Seu cliente não quer saber de você. Ele quer saber DELE. Ele não compra de você para lhe ajudar. Ele compra porque ele quer satisfazer A SI PRÓPRIO. Ele não vai (e nem deve) trocar o dinheiro dele por algo que é bom para você, mas por algo no qual ELE vê valor.
Acho que isso deixa bem claro que para convencer um consumidor a escolher seu produto, você não deve falar do SEU ponto de vista, ou seja, enobrecendo O SEU produto, mas sim do ponto de vista DELE, das necessidades que ELE tem, dos desejos que ELE tem, das expectativas que ELE tem.
O segredo é falar COM seu cliente, SOBRE seu cliente. Uma mensagem com a qual ELE se identifique. Uma mensagem que ELE peça para continuar. Desperte nele a sensação de ter sido entendido e amparado para suprir suas necessidades. Uma conversa com SIGNIFICADO para ELE.
E adivinhe! Ao final desta conversa, seu cliente vai perceber que ele poderá alcançar algo significativo ATRAVÉS dos seus produtos ou serviços. Ele não comprará SEU produto, mas satisfará uma necessidade DELE através do seu produto.
Imagine como a “programação” que você fará na mente deste consumidor será diferente daquela das empesas que – DAMN IT!!! – me impediram de ver o pódio da F1!

Gerenciamento de Crises em Mídias Sociais

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Eu não sou o maior fã da Rede Globo. Muito menos do Galvão Bueno.
Que ele é uma figura arrogante e antipática não é nenhuma novidade.
No Orkut, são 129.525 pessoas em comunidade contra ele X 4.412 a favor*.
Agora, avaliando a atuação dos marketeiros da toda-poderosa emissora, percebe-se que eles estão preparados para gerenciar crises em mídias sociais.

A Crise “CALA BOCA GALVÃO”

Enquanto havia o controle do canal de comunicação (TV), o fato de 30 pessoas odiarem o Galvão para cada uma que o apóia não era um problema. A Fórmula 1 só passa na Globo, então quem gosta do esporte tem que engolir o dito cujo. Os gritos contra ele nos estádios são editados e só ficam os flashes de “Galvão, filma eu” (o assassinato à língua não me espanta).
Já nas Redes sociais, as coisas mudam. Não dá para exercer o poder e controle típico da Globo, e com isso o “CALA BOCA GALVÃO” foi parar no topo dos Trending Topics (TT) do Twitter desde o início da Copa e também no New York Times. A até agora não saiu da primeira posição!
Nem mesmo a tentativa de apelar para alguns “galãs” para plantarem um “FALA GALVÃO” funcionou.
Enquanto eram só as Redes Sociais, Globo e Galvão não se mobilizaram. Ele chegou até a declarar não saber o que é TT do Twitter!
Foi só o Brasil estrear na Copa e… BANG! Tá lá uma faixa, no meio da tela, com o “CALA BOCA GALVÃO”!
CALA BOCA GALVÃO
Aí “o bicho pegou”! “Invadiram o terreiro”!
A partir daí a Globo deu importância ao fato e tomou algumas ações. Efetivas, diga-se de passagem…
Driblou a faixa com cortes estratégicos. Estudou o estrago e planejou uma resposta que apesar de não convencer a todos (eu sou um dos “não convencidos”), foi bastante eficaz. Talvez MUITO eficaz, dadas as circunstâncias e a abrangência (global) do “movimento”.
O discurso foi bem preparado. Começou invocando a imagem de um ídolo imaculável (Ayrton Senna), carimbando o falecido como “amigo”. Apesar do Galvão adicionar sua pitada de arrogância mencionando seu filho [tentativa de chamar os twitteiros de crianças?], a decisão tomada foi correta: não negar (mais) os fatos, levar na esportiva e até tentar pegar uma caroninha.
Isso não tirou a frase dos TT do Twitter, mas aliviou a saia justa.
A Globo reconheceu o “movimento”, fugiu do confronto direto e com isso reduziu o stress da situação (na medida do possível, claro).
No geral, o gerenciamento da crise foi bem profissional e os resultados foram bons.
Isso mostra que grandes empresas (mesmo as mais tradicionais) estão se preparando para situações como essa, pois pode acontecer com qualquer um.
Afinal, a meteorologia pode errar – e nunca se sabe quando pode acontecer (ou não) uma #ChuveDeTwix em sua marca.
Mesmo sem ser fã, parabéns à Globo.
Mas por favor, CALA BOCA, GALVÃO!
* Considerando as comunidades das 2 primeiras páginas do Orkut em 16/6/2010.
Twitter do Palma Facebook do Palma Linkedin do Palma

Palestrantes 2.0 e Eventos 2.0

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Na semana passada participei do evento OnWeek, da ResultsOn.
Foi um evento com foco na Geração Y, e não por modismo: @BobWollhein é um empreendedor que enxergou o potencial da Geração Y antes do termo virar essa modinha que é hoje.
As palestras foram agrupadas em 3 temas: Gestão, Inovação e Comunicação.
Algumas foram excepcionais, como a do @Bussarello, da Tecnisa – um orador fantástico, de cabelos brancos mas com um pique muito, muito jovem.
Só para dar uma idéia: eu mesmo já estava um pouco cansado do buzz da venda do apartamento pelo Twitter, mas ele mostrou que quando uma empresa acredita numa idéia e trabalha de forma séria e profissional, resultados como aquele são uma consequência natural.
Mas não é sobre isso que quero falar hoje. O recheio do evento estava, para mim, no seu FORMATO.

Um evento 2.0

O #OnWeek foi transmitido ao vivo pela Internet. Foi gravado e disponibilizado dias depois no site da ResultsOn: http://resultson.com.br/blog/videos-on-week.
Era possível enviar perguntas via SMS para os palestrantes, exibidas em um grande painel LCD ao lado do palco.
A interatividade também foi grande: foram distribuídas placas com algumas mensagens, de forma que a platéia também pudesse se manifestar.
E o evento foi GRÁTIS, pois havia patrocinadores de peso bancando o excelente espaço e os abundantes coffe-breaks. Não fiquei para conferir, mas o palestrante Eduardo Ourivio (Spoleto e Domino) também prometeu pizzas inéditas ao final do último dia.
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Os “plaqueiros” do #OnWeek podiam se manifestar através de mensagens divertidas.

O Fullscreen

Além de todas essas novidades, o elemento mais marcante do OnWeek foi o fullscreen, um telão com todos os tweets com a hashtag #onweek.
A verdadeira novidade está no fato de TODOS os tweets serem projetados no telão, sem NENHUMA MODERAÇÃO!
IMG_5377 por resultson.
“Fullscreen” do #OnWeek: tweets sem nenhuma moderação.
Confesso que eu também achei estranho.
Será que esse tipo de abertura não poderia comprometer o evento? E se alguém “twitasse” um palavrão? E se alguém ofendesse o palestrante? E se começassem a falar mal de algum patrocinador?
Pois bem; nada disso aconteceu, e eu me senti um pouco “careta” por ter tido tal temor. A Platéia 2.0 se demonstrou muito consciente, e mesmo naquelas palestras que estavam mais down, as piadas que surgiram via Twitter acabaram por dar um tempero e uma graça especial, o que mais acrescentou à apresentação do que atrapalhou. Para minha surpresa (positiva), o próprio público se auto-moderava no caso de excessos, com tweets sugerindo que as piadas já tinham sido suficientes.
Foi um feliz caso de Liberdade bem oferecida e – principalmente – bem usufruida.
Parabéns aos organizadores por confiarem nos participantes, e aos participantes por  fazerem jus a esta confiança.
Fico contente em saber que a exemplo das Redes Sociais, nos Eventos 2.0 a TRANSPARÊNCIA está se tornando um elemento fundamental.

Palestrantes 2.0

Palestrantes devem estar preparados para eventos neste novo formato. Foi-se o tempo em que o apresentador subia ao palco, posicionava-se, intocável, atrás de um púlpito, fazia o seu discurso unilateral (por vezes decorado, ou pior ainda, lido) e saía sem ser questionado.
No novo formato, o uso de slides (PPTs) é mínimo. A apresentação é quase que uma conversa, e o Palestrante 2.0 se coloca como um ser humano comum, sem aquele ar de superioridade dos eventos mais “antigos”. Ele fica o tempo todo muito próximo da platéia, respeitando-a e com ela interagindo.
Ainda citando o fullscreen do #OnWeek: os tweets eram projetados num telão com a mesma dimensão, posicionamento e visibilidade dos slides dos palestrantes. E aconteciam praticamente em tempo real (fiz um teste para comprovar). Isso significa que o palestrante precisa ser, a exemplo da Geração Y, multitask.
(Ok, esta colocação é polêmica, mas vamos focar na questão do evento e seu formato…)
O palestrante precisa estar concentrado no que vai dizer, organizar suas idéias, ajustar o discurso ao público, mas também precisa estar “ligado” no fullscreen, pois a platéia está prestando atenção em ambos. Ao menor sinal dos participantes, o apresentador precisa se virar, ler rapidamente o tweet (antes que outro surja), processá-lo, decidir se deve interromper ou não, e se fizer isso, fazê-lo com inteligência, respeito e preferencialmente, bom humor.
Se muita gente já sente um frio na espinha ao subir num palco para fazer uma apresentação para um grande número de pessoas, essas novas variáveis passam a exigir bem mais preparo para este tipo de atividade. Por outro lado, este ambiente informal faz com que o palestrante que gosta do que faz se sinta ainda mais à vontade. Há mais brilho no olho porque ele se vê num conversa entre amigos, sem a obrigação de ser o dono da verdade e com uma ótima oportunidade para ouvir questionamentos e crescer através do uso dos neurônios “on-the-fly”.
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@bussarello no evento #OnWeek, com o Fullscreen ao fundo.

Platéia 2.0

Felizmente, os Eventos estão acompanhando a evolução de sua platéia, que está deixando de ser passiva e começando a participar do processo.
Quem dá palestras ou aulas sabe que a pior coisa é quando os rostos parecem todos de Ken’s e Barbie’s, sem expressar o entendimento – ou pior – o não entendimento da mensagem passada. Essa passividade que gera aquela infame pergunta do apresentador ou professor: “Vocês entenderam?”.
Platéias 2.0 se fazem entender. Elas não só dizem se entenderam ou não, como também sinalizam se concordam ou não. E isso traz um novo colorido para os eventos.
Hoje o pessoal vai para o evento com iPhones/smartphones, iPads, netbooks e afins. Há quem ache isso falta de respeito, mas não é nada disso.
A Platéia 2.0 é multitask (olha eu de novo caindo nessa…), e utiliza estes mecanismos para complementar a mensagem e participar dela.
E isso funciona!
Sejam bem-vindas as mudanças!
IMG_5324 por resultson.
Eu, atuando como exemplo de platéia de eventos 2.0.

Socialmedia não é Big Mac

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Que Redes Sociais são o discurso da vez em rodas de executivos antenados não é novidade. A grande questão agora é fazer este assunto sair da roda de discussão.
Criar um perfil no Twiter ou no Facebook não é entrar nas Redes Sociais. Antes disso, as empresas precisam responder uma pergunta muito básica:
Onde é que eu quero chegar?”.
Gato de CheshireJá que o cinema nos fez lembrar da fábula da Alice, vale o conselho do Gato de Cheshire – “Se você não sabe onde quer chegar, não faz diferença por qual caminho você vá”. Pode ser Twitter, Facebook, Orkut, Foursquare, Fóruns, Hotsites ou até mesmo offline; sem um objetivo, um destino, não existe caminho certo ou errado… Só que normalmente dá errado! 😉
Se já não é fácil dar esse passo dentro da empresa (normalmente os departamentes estão entrincheirados nas atividades operacionais e tudo que é “novo” fica para a próxima reunião), imagine colocar um plano de ação em prática.
É aí que toda cautela é pouca! No mundo dinâmico que vivemos, é óbvio que tem muita gente querendo explorar os “oceanos azuis”, e a aplicação de Redes Sociais em benefício das empresas é um deles. E também é óbvio que existirá todo tipo de profissional se atirando neste oceano (sabendo ou não nadar).

Esteja alerta!

Um jeito “fácil” de vender um produto é colocá-lo numa embalagem atraente e praticar um preço convidativo.
Para quem compra, no entanto, a escolha depende de como este comprador olha para a própria empresa (e se ele quer que ela chegue em algum lugar).
Se você vê a sua empresa como aquela pessoa chata do setor que faz aniversário hoje, então qualquer “lembrancinha” resolve. Bem embrulhadinha e com um precinho camarada, cumpre a “obrigação” do presente.
Twitter Facebook ComboIsso acontece quando um Diretor “pede” uma iniciativa em Redes Sociais e o seu subordinado precisa apresentar “alguma coisa”. É provavel, nesse tipo de empresa, que daqui a 6 meses a “moda” será outra e que os investimentos em Redes Sociais acabem indo pelo ralo, sem trazer nada de efetivo para a empresa a não ser a continuidade daquele Diretor e de seu subordinado nos respectivos cargos.
Este é o mercado para alguns “profissionais” que venderão “uma conta no Twitter”, “um perfil para a empresa no Facebook” e outros “projetos” do gênero. Poderão criar até mesmo alguns Combos: Compre 2 contas no Twitter e um perfil no Facebook e leve uma landing page grátis…

Mas eu acredito! Quero algo com resultados, e duradouros!

Se você pensou assim, fico feliz por sua empresa. E claro, o primeiro passo – como diria o Gato – é definir os seus objetivos. Parece fácil e até mesmo óbvio, mas não é sempre tão simples assim!
O ideal é que você já tenha se familiarizado com as principais plataformas e discutido os principais conceitos de Redes Sociais, para então cruzar toda essa informação com o negócio da sua empresa e criar um projeto de verdade, com início, meio, mas acima de tudo, um fim bem definido! Talvez você precise de ajuda profissional já nesta etapa.

E agora, qual o caminho?

Essa é a hora que você mais sente saudade do Gato… você vai ter que definir sua estratégia, e esqueça a hipótese de terceirizar isso. Auxílio profissional pode ser muito bem-vindo, mas você terá que estar de corpo e alma nestas reuniões. Ou você realmente acha que um consultor externo ou uma agência conhecem mesmo o seu negócio, melhor do que você? (se você realmente acredita nisso, é hora de começar a se preocupar!)
Apesar desta fase ser aquela de maior ansiedade (porque ainda está difícil ter certeza que o lugar que você definiu como objetivo é o lugar certo), é também a parte mais interessante do processo, porque é onde dá para colocar a criatividade em ação. Você vai avaliar se já possui uma comunidade, se deve formar uma, se deve utilizar ambientes já existentes, se deve contratar celebridades para se tornar popular, se deve focar em algum público específico, etc. É verdade que isto exige conhecimento da dinâmica das redes sociais (que um especialista pode oferecer), mas também exige um enorme conhecimento do seu mercado, dos seus produtos e dos seus objetivos como empresa. Viu como você é importante naquelas reuniões? 😉

“E você já combinou com os russos”?

Essa é do Garrincha, em 58, quando o técnico Feola o orientou a pegar a bola, driblar os 2 zagueiros russos, ir à linha de fundo e cruzar para o Vavá marcar (não, eu não era nascido, achei isso na Internet).
Só que no nosso caso, todo mundo é russo! Depois de tanto trabalho para definir claramente um objetivo e bolar uma estratégia detalhada para atingi-lo, como ter certeza que dará tudo certo?
Pois bem, você não tem. Mas assim como o Garrincha, você tem talento (senão você já teria parado de ler na parte do presentinho para a chata do departamento).
Correção de RotaSe o primeiro zagueiro não deixasse o Garrincha dribá-lo, ele teria o talento para improvisar, tentar de novo e voltar para o plano original.
No seu caso a situação é um pouco mais complexa, mas nada que um pouco de técnica não resolva. A palavra-chave aqui é monitoramento. Você tem que ter mecanismos para “tirar o pulso” das Redes, tanto antes de começar seu projeto como durante a execução da sua estratégia. Hoje existem ferramentas bastante avançadas (e específicas) para lhe garantir o conforto de um “GPS”. Sem isso, como você vai saber se está no caminho certo? (lembre-se, agora que você já tem um objetivo, o Gato diria que o caminho faz diferença sim!).
Com uma monitoração adequada, mesmo errando o caminho, o mundo não está perdido. Quanto melhor seu monitoramento, mais rapidamente você perceberá que está saindo do caminho e mais rapidamente corrigirá sua rota (usando, é claro, todo seu talento!).

Quer dizer que dá trabalho?

Cá entre nós… você acredita mesmo que tem boi gordo que pesa pouco?
Claro que dá trabalho, e claro que não se “compra Redes Sociais” como se compra sanduíche. É um projeto como outro qualquer, e que obviamente exigirá estudo, empenho, dedicação, paixão. Por isso é importante ter uma equipe que gosta do que faz. Se as pessoas acreditam no que estão fazendo, mesmo sendo algo complexo elas não considerarão aquilo um “trabalho pesado”. Será uma realização pessoal que – acredite – pode trazer muitos resultados positivos para a sua empresa.
E nisso, você acredita?
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O [novo] Papel da Imprensa

Notícia no JornalSe você viveu no século passado deve se lembrar – mesmo que através dos gibis – da imagem do garoto com jornais na mão gritando: EXTRA! EXTRA!

Esta figura reflete o principal papel da imprensa até então:
descobrir e distribuir notícias.

Quando um fato muito importante era descoberto (algo que configurava um furo de reportagem – e que poderia tirar o rótulo de “foca” de um repórter), a atividade das prensas era interrompida para produzir uma edição “EXTRA” do jornal, contendo a novidade.

O garoto anúnciando aos brados a notícia “quentinha” era a forma de distribuir, da maneira mais rápida possível, o achado.

Até que apareceu a Internet.

Colapso do tempo e do espaço

A comunicação digital pulverizou algumas variáveis, mas a principal delas foi a distância. Não interessa se um vulcão entrou em erupção na Islândia. A informação percorre os quilômetros na velocidade da luz (literalmente), e isso acaba “condensando” também o tempo, porque se s = v * t, uma velocidade altíssima reduz o tempo a quase zero.

Celular ReporterE todo mundo virou repórter…

Adicione a este cenário o fato que praticamente todo cidadão passou a ser um repórter potencial. Deslizou um morro no Rio? O vendedor de uma loja nas redondezas saca um celular, escreve um tweet e sobe a foto num dos inúmeros serviços gratuitos de publicação de fotos.

Até um repórter profissional chegar ao local, a notícia já está atingiu os quatro cantos do mundo!

Então prá que Imprensa?

Pois é… se a descoberta das notícias pode ser feita por qualquer um, se a distribuição é grátis e absurdamente veloz e eficiente, qual o Papel da Imprensa moderna?

Acredito que os novos papéis são:

  • Validação da informação

Apesar das antigas funções de descoberta e distribuição de notícias estarem ao alcance de qualquer mortal, acreditar em tudo que for divulgado como notícia pode gerar problemas. 
A disseminação de falsas notícias (intencionalmente ou não) pode ter grandes impactos.
Vejam a recente confusão nas Bolsas de Valores mundiais, cuja suposta causa foi a digitação incorreta de um caractere (“b” para bilhão ao invés de “m” para milhão).

A Imprensa pode assumir um papel importante – e que já faz parte de seus processos – que é a validação da informação. Checar as fontes, checar os fatos, verificar se não há exageros ou eufemismos. Em outras palavras, garantir a qualidade da informação.

Não vai dar para fazer tudo isso numa velocidade maior do que o Twitter, mas basta ser rápido o suficiente para validar a informação em tempo hábil.
O “cidadão-repórter” vai vivenciar a notícia e vai publicar nas Redes Sociais. O leitor vai recebê-la e filtrá-la de acordo com a relevância para ele. Eventualmente, ele irá interromper suas atividades para tomar uma atitude em relação a esta notícia (nem que seja somente passá-la adiante). Antes disso, se for uma pessoa que zela pela sua reputação, ele irá buscar uma validação da informação. É nesse momento que o representante da Imprensa deve estar preparado, pois este cliente irá acessar seu site para ver se aquilo é mesmo verdade.

  • Divulgação de notícias inacessíveis aos “cidadãos-repórteres”

Nem todas as notícias acontecem ao alcance de qualquer mortal. Nem todas elas fluem em uma linguagem acessível aos cidadãos comuns.
Notícias sobre política ou sobre eventos de acesso controlado vão continuar sendo descobertas por repórteres profissionais.
Entrevistas com políticos ou com celebridades continuarão dependendo dos crachás destes profissionais para abrirem as portas que dão acesso a esta informação.

Além disso, a tradução da linguagem utilizada no ambiente onde a informação foi obtida para uma linguagem acessível às maiorias continará sendo valiosa. Lembram-se da “explicação” da Ministra Zélia sobre o Plano Collor? (Nem a Lillian Witte Fibe entendeu…)

  • Manutenção do histórico

Os repórteres ocasionais publicam “notícias” por instintos muito parecidos daqueles que os levam a divulgar “fofocas”. Eles não têm um comprometimento de manter o histórico destas informações, muito menos de classificar ou agrupar informações relacionadas.

Este é mais um papel que a Imprensa já exerce e que continuará sendo importante para os seus clientes.

Mas… e o Papel?

Além do “Papel da Imprensa” conforme discutido acima… e o Papel da Imprensa, no sentido de meio físico?

Jornal no iPad

Será que os meios digitais vão enterrar de vez o conceito “EXTRA! EXTRA!” através da sua instantaneidade?
Será que dispositivos como iPad e Kindle assumirão de vez o papel do Papel?

E quando isso será uma realidade palpável no Brasil?

Acredito que ainda existam grandes barreiras para a popularização do “jornal digital” fora da tela dos micros:

  • Custo: tanto dos equipamentos quanto dos planos de conexão de dados.
  • Segurança: seria prudente ler jornal num iPad no metrô ou em qualquer lugar público?
  • Conteúdo: será que o conteúdo online já tem a mesma qualidade das versões impressas?
  • Cultura e hábitos: ler no iPad pode ser uma das coisas mais cool atualmente, mas será que se tornará um hábito que sobrevirá aos modismos?

Como sempre, gostaria de ouvir a sua opinião! 😉

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Social CRM (SCRM) = (SM * SMMT + CRM) * BI

É… parece que o termo SCRM (Social CRM) vai acabar “pegando” mesmo…

E o que isso quer dizer? O que é Social CRM?

Vamos começar pelo CRM (Customer Relationship Management).
Há cerca de 2 ou 3 anos, CRM era uma das “buzzwords” da vez. Falava-se muito em CRM, e muitas empresas brasileiras decretaram ter adotado sistemas de CRM.
Bem… só por decreto mesmo! Pare um pouquinho para pensar: você já sentiu alguma empresa realmente gerenciando sua relação com ela, de forma eficiente?

Você pode ter lembrado de algum Programa de Fidelidade. Ou de algum supermercado que tenha avisado que aquele produto que você sentiu falta tinha chegado. Ou uma locadora que ligou dizendo que o vídeo que você quer assistir está disponível.
Pessoalmente, coloco isso no “carrinho” do BI – Business Intelligenge, onde os hábitos de compra (e se possível, as intenções) são cadastrados e (re)oferecidos assim que possível, cruzando as informações de forma… inteligente!
Querendo, poderíamos até classificar como Automação de Vendas.
Para chamar de CRM, teríamos que ir um pouco além disso…

No Brasil, talvez empresas como Avon e Yakult cheguem mais próximo do CRM. E você que achava que um sistema de alguns milhões resolveria, hein?!
Pois é… as “consultoras” dessas empresas conhecem seus clientes. Elas sim, mantém um relacionamento, sabem como, quando e para quem sugerir novos produtos, porque se relacionam com seus clientes.

CRM à base de “sistema” não cria relacionamento. Aliás, pode fazer exatamente o oposto!
Quer um exemplo real? Vamos lá: Como cliente de banco, eu quero fazer 100% pela Internet. Tudo que espero de um banco é que eu possa fazer a transação no momento que eu precisar, ou seja, excelência operacional. O basicão mesmo.
Pois bem, na semana que precisei… tive que falar com gerente, erraram na operação, me deram prejuízo, uma lambança!
Alguns dias depois recebo um email da gerente. “Enfim resolveram!” – pensei comigo. Não! Dizia: “Parabéns, você é nosso cliente há 20 anos, e isso nos enche de orgulho, blá, blá blá, blá”. Você realmente acha que eu fiquei feliz com esse tipo de “Relacionamento Gerenciado”?

O que falta então?

É claro que alguns tipos de negócio não vão poder colocar pessoas para ter um relacionamento pessoal com cada cliente, uma vez que possuem milhões de clientes. É bem verdade que algumas empresas até prometem isso, mas todos nós sabemos qual é – de fato – a realidade.

Aí que entram as Mídias Sociais (o SM da “fórmula” – Social Media), e as ferramentas avançadas de monitoração de Mídias Sociais, ou SMMTSocial Media Monitoring Tools.

Estas ferramentas auxiliam as empresas a exercer o papel mais difícil, que é de OUVIR as Redes Sociais. É um clichê dizer que esse é o primeiro passo, mas as empresas têm uma enorme dificuldade em mudar sua característica de “broadcasters”.
Com software adequado, é possível filtrar aquilo que realmente precisa ser ouvido sobre sua empresa – normalmente os extremos: o que está indo muito bem (para obviamente, usar a seu favor), mas principalmente, aquilo que está saíndo totalmente errado, e que a empresa pode não ter a mínima idéia!

STOP!!!

A ferramenta fez o seu papel. Agora… nem pensar em deixá-la passar esse limite. Para um cliente totalmente descontente, só existe um remédio: uma voz humana. Aqui sim, tem que entrar de novo um ser humano no processo. Não um “atendente”. Não um “Call Center”. Um funcionário, treinado para lidar com um cliente realmente furioso. A menos que a empresa seja muito ruim (e nesse caso o problema está ANTES do SCRM), o porcentual de clientes neste estado tem que ser baixo. E com estes clientes, você tem que falar “pessoalmente”. Contatá-lo já sabendo qual é o problema (quer coisa mais irritante que ter que repetir tudo o que você já falou, e nervoso?). Mostrar-se interessado em resolver o problema. E resolvê-lo!

Isso pode disparar a magia de levar este cliente para o outro extremo, porque ele é um ser humano, e seres humanos ADORAM receber atenção. Uma vez do “outro lado” (o lado bom, ou seja, de cliente satisfeito), devem existir outros processos para transformar este cliente em um INFLUENCIADOR, para assim formar uma COMUNIDADE (mas isso já é assunto para outro post).

Todo esse mecanismo envolve, sem dúvida, os 3 elementos de sempre: Pessoas, Processos e Tecnologia. Por isso a “variável” BI (Business Intelligence) está multiplicando tudo na “fórmula” – porque você precisa entender bem o seu negócio para criar Processos, automatizados pela Tecnologia, mas com com a sensibilidade e bom-senso das Pessoas onde necessário, para Gerenciar o Relacionamento com o Cliente (CRM).

Com isso, o CRM fica elevado a SCRM – Social CRM.

Você concorda? Discorda? Deixe seu comentário! 😉

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