luciano

Resultados da “Pesquisa” sobre o impacto das Redes Sociais

Readme.1st:Pesquisa” está entre aspas porque tenho consciência que para divulgar uma Pesquisa sobre o tema seria necessário um estudo bem mais aprofundado, com uma metodologia mais formal e uma análise estatística mais rigorosa. O que apresento aqui são os resultados de uma Pesquisa informal.

Histórico

Recentemente, tive que elaborar um questionário para uma pesquisa de mercado. Foi o trabalho final de um dos módulos do MBA que estou cursando. Como o nome já diz, trabalho é coisa chata de fazer, então procurei unir o útil ao agradável: aproveitei para experimentar o Polldaddy, um site que permite que você crie e realize pesquisas de forma rápida e simples, e que se mostrou também muito eficiente!

Objetivo

O tema “Redes Sociais” está em grande evidência, o que faz com que Pesquisas sobre o assunto sejam frequentes. Só que muitas delas têm sua origem nos EUA (aliás, como a maioria das pesquisas). Acredito que o padrão de consumo de Redes Sociais no Brasil e nos EUA seja MUITO diferente, então porque não soltar um “balão de ensaio” e analisar como algumas pessoas no Brasil estão usando as Redes Sociais?

Universo da Pesquisa

Este é o ponto mais questionável da pesquisa – 75 pessoas completaram o questionário.
O número é baixo, pois ele representa as pessoas que consegui abranger com alguns anúncios no Twitter e no Facebook. O lado interessante é que estes foram os únicos mecanismos de divulgação, portanto os resultados possivelmente representam um grupo com um certo perfil: usuários ativos de Internet, interessados em Redes Sociais (senão não responderiam a pesquisa) e provavelmente ligados ao mundo da Tecnologia (setor aonde tenho mais contatos).

Aliás, aproveito a oportunidade para agradecer a você que participou da pesquisa! OBRIGADO! 😉

Resultados

Vamos ao que interessa! Confira os números da pesquisa:

PERGUNTA: Quais ferramentas você já utiliza?

Uso de Ferramentas de Redes SociaisAqui vale uma observação: a pesquisa foi divulgada via Twitter e Facebook, o que provavelmente introduz um vício na amostra.

Nota-se a enorme penetração do Messenger e uma presença não tão massiva do Orkut (apesar de significativa).

O alto índice do Linkedin me impressionou. Parece que o grupo está mesmo “antenado” em relação à carreira 😉

O Google Buzz aparece tímido, mas pela sua “idade”, vale a pena ficar de olho nessa ferramenta que muita gente ainda não absorveu completamente.

Parece que o Myspace não vingou no Brasil (apesar de sermos um país musical), e o Hi5, que fala mais espanhol, não teve grande adoção.

As ferramentas mencionadas como “Outras” foram: Ning (2), Youtube (1), GTalk (1), Formspring.me (1), Last.FM (1), Spaces (1), MeAdiciona (1) e GoodReads (1).

 

PERGUNTA: Quanto tempo você dedica a Redes Sociais? (POR DIA)

Tempo em Redes Sociais

Estes números mostram que as pessoas estão de fato utilizando Redes Sociais. Será que é só moda? Eu acho que não! (Já abordei essa questão aqui).

Num cálculo aproximado, o tempo médio que o grupo passa em ferramentas de Redes Sociais é de 164 minutos por dia!

O que pode estar levando as pessoas a dedicarem 2 horas e meia por dia a Redes Sociais?
Eu acredito num movimento de conexão entre as pessoas, de humanização dos relacionamentos, inclusive os profissionais.
Mas isso é assunto para o livro que escreverei com o Celso Pagotti

E não duvido nada que a última barra (“mais de 3 h”) pode ter sido influenciada pelo pessoal do #MVPSNãoDormem… Rs rs rs…

 

PERGUNTA: Quantos contatos você tem em cada Rede?

Média de Contatos em Redes Sociais

Compilando os valores médios, o fato curioso neste item refere-se ao Facebook. Enquanto Twitter (187), Orkut (168) e Messenger (214) apresentam médias um pouco superiores ao número de Dunbar (150), o Facebook, uma das redes com maior potencial, apresenta uma média de “somente” 80 contatos.

Até o Linkedin apresentou uma média superior (87), mesmo sendo uma rede normalmente utilizada para fins mais específicos (e profissionais).

Google Buzz, Myspace e Hi5 ainda não se estabeleceram.

É bem verdade que o mecanismo para seguir alguém no Twitter é unidirecional (portanto mais simples), e que Messenger e Orkut vêm sendo utilizados há mais tempo no Brasil… mas como será que estes números vão evoluir em um ou dois anos?

 

Contatos em Redes Sociais

PERGUNTA: O que você busca nas Redes Sociais?

O maior interesse nas Redes Sociais foi fazer Contatos para evolução na carreira, mostrando mais uma vez que elas não estão aí para brincadeira!

Em seguida, apareceram (nesta ordem): Reunir pessoas com interesse comum, Contatos com amigos (já existentes), Contato com Clientes, Divulgação Pessoal e Fazer novos amigos.

Re-encontrar antigos amigos despertou “médio interesse”.

O que me surpreendeu foi Divulgação da Marca (Comercial) não ter sido considerado foco, além de Relacionamentos amorosos terem ficado em último lugar, com 72% afirmando taxativamente que não estão nas Redes para isso. (Será que o pessoal está sendo tímido?) 🙂

Interesses nas Redes Sociais 

PERGUNTA: Em que área você acredita que as Redes Sociais terão maior impacto?

Os relacionamentos pessoas foram indicados como área de maior impacto, seguidos pelo comportamento do consumidor e pelas Empresas.

Esta sequência faz sentido para mim, e reforça o que o Celso Pagotti vai expor no Web Expo Fórum em sua palestra “O que é Socialcast?”.
Acredito que a mudança acontece no âmbito pessoal, modificando os hábitos como consumidor, ao que as empresas devem estar atentas para acompanhar.

Achei ruim ver que há pouca visibilidade de impacto das Redes na educação (gostaria de ver um número maior).

Em relação a Governo, o cenário é ainda mais pessimista: Ninguém mencionou as Redes Sociais como ferramenta de impacto no Governo!

Impacto das Redes Sociais

PERGUNTA: Qual o fator MAIS NEGATIVO que você vê nas Redes Sociais?

A dispersão foi indicada como o fator mais negativo das Redes Sociais. Com a quantidade de informações que circulam nestas Redes e com o dinamismo com que isto acontece, esta “vitória” é bastante compreensível.

Em segundo lugar ficou o impacto negativo de uma frase ou foto inadequada, um tipo de preocupação recente e que pode ser determinante, por exemplo, num processo de seleção para um emprego. Num ambiente onde a reputação é uma nova moeda, o ponto é absolutamente válido.

Depois, praticamente empatados, o tempo dedicado às Redes Sociais, Riscos de Segurança e a Perda de Privacidade.

Fatores Negativos das Redes Sociais

PERGUNTA: Qual o fator MAIS POSITIVO que você vê nas Redes Sociais?

A maior unanimidade da pesquisa foi em relação ao que as Redes trazem de bom: o compartilhamento de informações. Sem dúvida, este é o fator que move as Redes e que alavanca o item que ficou em segundo lugar: a conexão entre as pessoas.

Fatores Positivos das Redes Sociais

PERGUNTA: Que tipo de resultado você já obteve através de Redes Sociais?

Agradável surpresa: 49 entre 75 pessoas (ou seja, 65%) já criaram novas amizades pessoais (offline) através das Redes Sociais.

Pessoalmente, venho afirmando que após adotar as Redes Sociais, ao contrário do que poderia parecer intuitivo, tenho tido mais contato offline com as pessoas.
Repare que isso não significa mais contato offline do que online, mas sim mais contato offline do que tinha antes de utilizar Redes Sociais de forma mais estruturada.

Conclusão: As Redes parecem estar nos aproximando, virtual ou pessoalmente, quando comparamos nosso ambiente ao antigo modelo onde as pessoas trabalhavam mais desconectadas e – consequentemente – de forma mais individual, mais solitária. E essa aproximação se reflete no cotidiano, ou seja, em nosso mundo offline.

Os dados interessantes não param por aí. 56% já alcançaram algum tipo de Reconhecimento ou Fama e 45% criaram novas Comunidades, o que demonstra um alto grau de atividade (e resultados) nas Redes Sociais.

Um em cada 4 participantes mencionou que através das Redes obteve aumento de auto-estima, mesma taxa que conseguiu uma maior Divulgação de Marca (Comercial) e até mesmo um novo emprego pelas novas mídias!

Não podemos deixar de notar que 8 novos casais se formaram através das Redes… lembra aquela parte da timidez? Parece que era blefe mesmo! Rs rs rs 🙂

Resultados nas Redes Sociais

PERGUNTA: Em relação às mídias tradicionais, você acredita que as mídias sociais…

Ufa! Praticamente ninguém fez prognóstico de extermínio de mídias tradicionais e nem de novas mídias.

Embora tenha ficado claro que a maioria esmagadora acredita que mídias sociais e mídias tradicionais irão conviver pacificamente, há um viés para que as novas mídias tenham um pouco mais de importância do que as tradicionais. Agora é esperar para conferir 😉

Futuro das Mídias...

E você, o que achou?

Gostaria de saber sua opinião sobre esta “Pesquisa” – se achou válida a iniciativa, a análise, o formato. Quais são suas idéias, críticas ou sugestões para continuar a “Conversa”? 😉

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Não entre nessa de Redes Sociais…

… a menos que você saiba muito bem o que está fazendo 😉

Já comentei no post anterior sobre um pré-requisito para dar este passo: Pessoas. Aliás, mais do que isso: Pessoas motivadas.

Esse é o ingrediente principal, mas como em toda receita, existe todo um processo antes de chegar ao resultado.
Embora algumas pessoas acreditem em mágica (um exemplo: “a gente chama a agência e solta um viralzinho”), Redes Sociais podem (e devem) ser tratadas como ciência, e isso exige estudo, preparo, planejamento, processos e aprendizado contínuo. Absolutamente contínuo, porque o dinamismo nas mídias sociais é enorme!

Na fase inicial de análise, é importante determinar se uma empresa deve ou não entrar nas Redes Sociais. Talvez seus clientes simplesmente não estejam lá. Mas e se estiverem? Aí o próximo passo é definir se você está realmente preparado para isso.

A quantas anda o seu SAC?

Um ótimo termômetro é o seu SAC. E se você optou por atuar em Redes Sociais, com certeza você já descobriu, há alguns anos, que precisa de um SAC eficiente, certo? Afinal, como você vai ter um bom relacionamento com seu cliente se não estiver atendendo bem este mesmo cliente?

Observação: Não duvido que em breve inventem uma sigla, algo como “SRC”, para englobar as ações em Redes Sociais. Estaria para “Serviço de Relacionamento com o Cliente”. É que a sigla “CRM” já foi utilizada e não seria mais adequada. Primeiro porque todo projeto novo precisa de uma sigla nova (triste realidade). Depois porque CRM está em inglês (“Customer Relationship Management”), o que já é um começo inadequado no Brasil. E por fim, porque tem a palavra “Management” no final. Não combina com Redes Sociais, onde uma das virtudes é justamente a coragem de abrir mão do “Gerenciamento/Controle” de sua marca. Dá medo, não?

Pois é. O jogo é transparente e o trabalho não começa aqui. Tem que ter começado lá atrás, com a formação de uma marca que possa ser “entregue aos clientes”, como fez a Coca-Cola – que hoje pode implementar  sua estratégia “Fans First”.

Como seus clientes estarão falando sobre você, é preciso lembrar que eles são os mesmos que são “atendidos” pelo seu SAC. Ou seja… mais um pré-requisito! Não só um SAC. Mas um SAC eficiente!

Se o seu SAC é simplesmente um processo para “se livrar de reclamações”, ou para “fechar chamados”, procure reformulá-lo antes de aderir às Redes Sociais. Elas só deixarão mais transparente (e bem mais visível) este comportamento com “foco em processos”.

Presenciei um caso interessante recentemente: o cliente liga para o SAC de uma grande empresa, com suas expectativas totalmente frustradas. Aí ele ouve que “o processo é esse mesmo”. Como se os direitos obtidos através de letras miúdas de algum contrato deixassem o cliente magicamente “satisfeito”. O engraçado é que a música de espera falava em satisfação, superação de expectativas, e todos esses termos que treinamentos baratos mencionam mas não ensinam. Já são três tiros pela culatra até aqui (O SAC em si, o treinamento e o custo da gravação de espera). Investir em Redes Sociais nesse estágio seria somente mais um.

Não faça este post acabar aqui. Deixe seu comentário!

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Sua empresa tem os pré-requisitos para participar das Redes Sociais?

Existem dois ingredientes básicos para formar uma Rede Social: Pessoas e Conexões entre elas.
Outros fatores servem de catalisadores no processo, como uma causa comum, um meio adequado e uma divulgação eficiente.

Parece simples, mas será que as empresas precisam de algum preparo antes de abraçar as Redes Sociais? Quais os pré-requisitos?

A resposta também parece óbvia… e é: Pessoas.
A “empresa” não entra nas Redes. Pessoas o fazem. E elas podem fazê-lo a favor de uma empresa.
Ou contra.

Isso é natural. Nenhuma empresa consegue agradar a todos.
Porém, quando uma “empresa” entra nas Redes Sociais, ela precisa ter Pessoas atuando a seu favor. Não somente pessoas treinadas para isso, mas pessoas com alguma razão para atuar a seu favor.

O trabalho comença, portanto, muito antes do planejamento da adoção de Redes Sociais pela empresa. Começa no RH. Não adianta nada definir estratégias, processos e códigos de conduta, preparar Pessoas para utilizar ferramentas de Redes Sociais… se as Pessoas não tiverem um sentimento positivo em relação à empresa.
As Redes Sociais são transparentes demais para comunicação forjada (ao contrário da propaganda tradicional, que permite que uma modelo usando óculos de segurança fale da linha de produção da Ford como se fosse uma funcionária da empresa). Se nem lá isso está “colando”, nem pense em adotar estas “técnicas” nas Redes Sociais. O tiro sairá pela culatra.

Redes Sociais significam liberdade de expressão. Tem que ser genuíno. Se você acha que liberar seus funcionários para falar o que eles realmente pensam sobre você pode ser arriscado, você tem dois problemas:

  • O segundo: não é recomendado, para empresas que têm funcionários insatisfeitos, estimulá-los a expor em Redes Sociais o que eles pensam, ainda mais em nome da empresa. Pior do que alguém falando mal de você “de fora para dentro”, é isso acontecer “de dentro para fora”.
    A má notícia: melhor não criar iniciativas em Redes Sociais ainda. Você terá que controlar a comunicação, e nesses ambientes isso fica mais artificial do que plástica da Glória Menezes. Corrija primeiro o problema maior.
  • O primeiro é que – pelo simples fato de ter essa dúvida – é bem provável que seus funcionários não estejam satisfeitos. E este é o principal pré-requisito: Pessoas com uma razão para transmitir uma imagem positiva de sua empresa. Funcionários mais do que satisfeitos, mas orgulhosos.

Empresas com este pré-requisito precisam fazer bem pouco para divulgar uma imagem de sucesso. É só dar um “empurrão inicial” e os próprios funcionários farão o resto acontecer.

Se sua empresa não está preparada neste quesito, minha sugestão é correr. Leva muito mais tempo para ajustar esta deficiência do que preparar e implantar uma estratégia de Redes Sociais. Se a concorrência já estiver pronta, o “gap” pode ser irreparável…

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O ser humano e seu potencial. Porque ambos são tão mal explorados?

Por diversas razões, tenho me dedicado mais ao estudo do comportamento humano do que ao estudo de sistemas eletrônicos – coisa que fiz durante a maior parte de minha vida.
Não pretendo me tornar um sociólogo, muito menos psicólogo ou neuro-cientista de uma hora para a outra. Mas é assustador o quanto as pessoas vêm se comportando como máquinas – quando elas têm potencial para muito mais!

Ao ler os comentários do fantástico post “Desobedeça”, de Augusto de Franco, o tão badalado termo “Líder” me soou totalmente diferente do que eu estava acostumado.
Primeiro no comentário da Angela, que mostra o quanto seguir um líder sem questionamentos pode ser trágico.
Depois, o Bosco mostra o quanto os “líderes” atuais estão se tornando arcaicos, através de um exemplo tão impressionante que é até difícil de acreditar!

Colocar pessoas para realizar tarefas de forma mecânica, além do desperdício de potencial humano, é um péssimo negócio. Programe direito um sistema que ele fará a mesma coisa a um custo muito mais baixo. Quer um exemplo? Call Centers de serviços de telefonia. Precisa de gente para repetir o mesmo script, na mesma sequência, independente do que você argumenta?! Um sistema, além de mais barato, poderia ser reprogramado para eliminar os gerúndios! Desagradável por desagradável, eu prefiro um desagradável sem gerúndios, e você?

Só que o desperdício não para por aí. Hoje formamos profissionais para trabalhar mecanicamente. E quando digo “formamos”, não estou falando somente dos cargos mais baixos na “hierarquia”. Refiro-me à formação superior e às diversas pós-graduações que o mercado oferece e consome (com a mesma mecanicidade citada antes).
Basta olhar para a maioria dos escritórios (e quanto maior a empresa, parece que mais clara a coisa fica) – as reclamações são sempre as mesmas. Cargos obtidos politicamente. Chefes que impedem o crescimento dos funcionários por se sentirem ameaçados por aqueles que se destacam. Processos sendo seguidos sem se saber o porquê. Métricas sendo fabricadas porque o santificado “scorecard” tem que estar verde. Prêmios que não são – nem de longe – unanimidade. E muito, muito mais – tudo isso num ambiente onde a obediência aos mitos (sem jamais questioná-los) vale muito mais do que a criatividade e o desenvolvimento do potencial individual.

Aonde isso tudo nos levará? Foi daí que me vieram à mente os Lemmings. Ok, pode ser um mito, mas você pegou a idéia. Seguir instruções sem questionar pode levar a tragédias. E se os Lemmings são um mito, o exemplo da Ângela é bem real – "Comandante em Auschwitz: notas autobiográficas de Rudolf Höss" (1958). Höss nunca questionou as ordens do chefe. Foi um “profissional” de absoluto sucesso. Chegou ao topo em sua carreira. De acordo com os padrões atuais, alguém admirável, no qual pessoas nos escalões inferiores da hierarquia devem se espelhar, pois este é o padrão de sucesso no mundo que vivemos: mais no topo, mais sucesso.

Comparação radical? Será? Ou estará somente no passado? Afinal tudo que está no passado é muito mais fácil de avaliar. Então vamos tentar projetar 100 anos à frente (reparem que sou otimista e considero que estaremos à frente).
O discurso seria mais ou menos assim: “Nossa! No século XV queimavam bruxas!”. “Caramba! No século XX queimavam etnias”. “Wow! E no século passado queimavam… idéias!”.
Você consegue imaginar quantas idéias estão sendo sufocadas, quanta criatividade está sendo tolhida, pelo estilo de gerenciamento vigente? (aliás, o mesmo do século XX, não?).

Compartilho a visão que as redes ajudarão a libertar esse potencial humano. Essa criatividade. Essa capacidade de criar, inventar, questionar, discutir, descontruir e reconstruir que o século XX deixou sob mantos bordados com a palavra “sucesso”.

Boas reflexões!

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Notas da palestra no evento Social Media Week SP, na DM9

Ontem realizei a palestra “Mercado e Negócios” no Social Media Week SP, entre as excelentes palestras do Eric Messa (Mídias Sociais no Brasil) e Patrick/Lucas (Tendências e Percepções).
O evento foi na DM9, num ambiente descontraído e muito organizado (além de bonito – gostei de conhecer o “Centro de Não Convenções” da DM9).
Aproveito para agradecer novamente os organizadores do Social Media Week pelo convite e pela atenção dedicada: Diego Remus, Gabriel Pires, Alexandre Formagio, Gilberto Jr e Michael Nicklas, além de parabenizá-los pelo evento.
Este evento foi especial para mim, pois foi o meu primeiro evento sem o logo Microsoft. Além disso, trazia um desafio especial para um engenheiro: o público era composto, em sua maioria, por publicitários.
Achei uma experiência MUITO positiva. A sessão de perguntas após as palestras (uma mesa redonda com todos os palestrantes) foi super dinâmica e só terminou por limitações de horário.
Obrigado também a todos vocês que compareceram e participaram!

A apresentação está disponível no Slideshare (acima) e conforme prometido, segue uma lista de referências sobre os assuntos abordados:
Groundswell (Charlene Li e Josh Bernoff)
Um excelente retrato das mudanças introduzidas pelas tecnologias da Internet.
Socialnomics (Eric Qualman)
Do mesmo autor de Wikinomics, este livro ajuda a entender porque empresas precisam acompanhar essas mudanças
Grown Up Digital (Don Tapscott)
Leitura “mais obrigatória ainda” para quem tem filhos. Fiz uma análise mais detalhada deste livro aqui.
The Cluetrain Manifesto (Rick Levine, Doc Searls, Christopher Locke)
Difícil de acreditar que foi escrito 10 anos atrás, de tão atual que permanece. Um pouco “revolucionário”, mas com reflexões bastante reais.
The Starfish and the Spider (Ori Brafman)
Mais um livro na linha “revolucionária”, propondo uma quebra dos paradigmas de gerenciamento de empresas. Não fica com cara de utopia por conta dos exemplos mencionados.
A Bíblia do Marketing Digital (Cláudio Torres)
Um bom livro em português sobre o assunto, bastante abrangente e atual.
Trust Agents (Chris Brogan, Julien Smith)
Importante leitura para entender o papel dos Influenciadores.
The Numerati (Stephen Baker)
Uma leitura para aqueles que querem usar os números para entender os processos.
É também possível acompanhar os livros que estou lendo através do site GoodReads. Aliás, gostaria muito de saber também o que vocês estão lendo (e gostando) – pelo GoodReads ou por aqui 😉
Grande abraço e muito obrigado a todos!
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Minhas impressões sobre o Campus Party 2010 – #cpartybr

Não dá para ter um blog e não fazer ao menos um post sobre o Campus Party!
Eu confesso que foi a primeira edição da qual participei, e gostei muito do que vi.
Não vou ficar fazendo um resumo do que foi o Campus Party, porque isso muita gente já fez – gente que ficou lá bem mais tempo do que eu, como os campuseiros acampados (aliás, estou pensando seriamente em fazer isso em 2011!).
Vou falar dos sentimentos que tive ao respirar o clima do evento.
Após algumas horas de Campus Party, não dá para negar que o ambiente influencia o ser humano. Fiquei impressionado com o clima de colaboração e de relacionamento pacífico, mesmo entre tribos com visões ideológicas diametralmente opostas. Parece que ao entrar no local, o cérebro ativa o modo “read-write” – o participante se abre para adquirir informação, experiências, conhecimento. É automático, talvez até involuntário.
StateOfTheArt
Um dos pontos que me impressionou foi o respeito pelo próximo. Os participantes levaram equipamentos caros e delicados (vide acima), e o que se viu foi um grande cuidado com as coisas dos outros. O conceito se aplicou também às idéias. Mesmo quando surgiam discussões “Linux-Windows”, por exemplo, existia uma argumentação forte mas respeitosa. Não eram agressões, mas colocações de uma discussão provocativa e produtiva. Esse grau de maturidade nas conexões entre as tribos me deixa muito otimista em relação ao surgimento de soluções de interoperabilidade, permitindo o uso da tecnologia que melhor se aplica em cada situação (e em algumas soluções mais complexas, é evidente que o uso de mais do que uma tecnologia poderá ser necessário).
Outro ponto foi o nível das discussões. Engana-se (e muito) quem acha que Campus Party é “um bando de jovens se divertindo e jogando videogame”. Claro que tem jovens, claro que tem diversão e claro que tem videogame. Mas tem muito mais do que isso. MUITO mais!
Debate
Além das apr esentações técnicas (incluindo palestras de 5 MVPs), aconteceram conversações e debates em formatos modernos e dinâmicos.
Participei de um em particular: “Redes digitais ou redes sociais. Afinal, quem está conectado está em rede?”, com @marthagabriel @augustodefranco @BobWollheim @Walter_Lima e @rpallares e mediado pelo @lalgarra. Foi absurdamente produtivo, porque o debate pegou fogo, mas tenho certeza que a turma que estava presente criou uma infinidade de novas sinapses ao ouvir essa turma discutindo, mesmo quando eles discordavam veementemente. E mais – a qualquer momento, você podia entrar no debate e dar seu pitaco ou jogar sua lenha na fogueira.
O nível foi altíssimo, e garanto que a discussão e a troca de experiências foi do mesmo padrão de muitos eventos pagos (e bem pagos). De novo, parabéns ao Luiz Algarra e aos “debatentes” 😉
E não parou por aí… estava quase indo embora encontrei o MVP @ramonduraes, a @devnetgomez e o MSP @_eduardocruz que após um excelente papo, me levou até a “concentração” dos MSP’s. Foi incrível ver essa galera agitando madrugada adentro. Que pique, quanta energia! @alinefbrito, @t_cardoso, @gleissonricardo, @robertomb, @guvendramini, @zinkyy, e muitos outros que cometerei a injustiça de não citar só por não ter o Twitter de vocês 🙁 – mas fiquem à vontade para complementar o post através de comentários, ok?. E orquestrando a patota, a incansável e sempre bem-humorada Heloísa Lobo (Helô), a quem parabenizo pela iniciativa e garra. Afinal, tem que ter muito pique para me dar uma aula de Farmville (não, eu não jogo!) às 4 horas da manhã!
Trafego
Por fim, uma constatação interessante que o MVP @evilazaro levantou e depois ouvi o próprio Marcelo Branco, organizador do CP, falar no rádio: o volume de upload durante o evento é muito parecido com o volume de download (vide gráfico). Isso significa que o pessoal estava gerando muito conteúdo, e não somente baixando software, músicas e vídeos, como alguns poderiam imaginar. Isso é um dado muito saudável!
Além disso, dá para sentir que o “bioritmo” da turma é bem diferente do tradicional “horário comercial”.
Eu que já acredito que a Geração Y será transformadora (ao contrário da nossa, bem mais passiva), fiquei ainda mais convencido disso após a Campus Party.
Parabéns a todos que organizaram o evento. Parabéns a todos que participaram. Parabéns a todos que acamparam. Foi um show.
E a melhor denominação que vi até agora para o Campus Party é: Nerdstock! 😉
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E-book no Brasil: Sonho ou Realidade?

Tecnicamente, o e-book no Brasil já é uma realidade. Além do Kindle Internacional, que funciona maravilhosamente bem, existe também uma solução totalmente nacional, o COOL-ER da Gato Sabido.
Apesar da possibilidade de substituir o papel pelo e-Ink (uma tecnologia que permite a leitura confortável, sem os inconvenientes da tela do computador), ainda existem algumas barreiras para a adoção do novo estilo de adquirir conhecimento:

Preço

Normalmente, o preço é uma das primeiras coisas que impacta no brasileiro. A solução nacional, mais “em conta”, custa R$ 750,00 + frete. Já o Kindle Internacional pode ser comodamente recebido no Brasil, porém a um ainda salgado custo de US$ 546,30 – cerca de R$ 1.000,00 (a Amazon já recolhe o valor equivalente aos impostos na venda). Apesar de um advogado ter conseguido uma liminar para isentar o Kindle dos impostos, por enquanto ela só vale para o pedido específico. Isto faz com que o e-book ainda esteja longe de ser considerado um produto popular.

Hábito de Ler

Mesmo assim você achou interessante? Ok, mas lembre-se que o produto só “se paga” para leitores vorazes.
Cálculo rápido de Retorno de Investimento: considerando-se um valor médio de R$ 40,00 por livro (papel) e R$ 20,00 por livro (e-book) somente após a leitura de 38 livros o aparelhinho empata em termos de despesas. Significa ler um livro por mês durante 3 anos! Isto é mais do que a média dos Estados Unidos, uma das maiores do mundo: 11 livros por ano. Os franceses lêem 7, e os brasileiros, 1,3 livro/ano (este valor sobe para 4,7 se incluirmos obras didáticas e pedagógicas, porém estas dificilmente serão utilizadas em e-books nos próximos anos). Os dados são da Câmara Brasileira do Livro (CBL) e do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel).

[In]disponibilidade de títulos em Português

Na loja KindleStore brasileira, constam apenas 39 títulos em Português (final de janeiro de 2010). Os títulos para o COOL-ER não são muito mais numerosos – a loja divide os livros em 18 categorias, e à exceção dos livros de Direito (86 exemplares), nas demais categorias a oferta é muito limitada, normalmente com meia dúzia de livros ou menos.

Segurança

Um dos prazeres da leitura é realizá-la em lugares agradáveis. Muita gente considera seu lar agradável, mas também é gostoso ler em um parque, no trem, no fretado, enfim, em ambientes com uma iluminação adequada e um bom clima…
Será que é prudente andar por aí desfilando um aparelho de R$ 1.000,00? Ao menos em metrópoles como São Paulo e Rio de Janeiro, isso pode ser mais uma preocupação que pode diminuir um pouco o prazer de ler (e a atenção dedicada ao texto).

Conclusão

Como muitas coisas no Brasil, o e-book ainda é uma realidade para poucos. O perfil de seu consumidor é alguém com um razoável poder aquisitivo, ávido por leitura e que domina um segundo idioma (inglês ou espanhol). Não é exatamente um retrato do brasileiro típico, mas quem sabe o gosto pela novidade faça com que mais pessoas almejem este perfil e o atinjam em breve! Eu estou na torcida, e você?!
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O fim de uma era. O Início de outra…

24 de setembro de 2001. A data da realização de um sonho e do início de uma era. Neste dia fui contratado como Consultor da Microsoft.

Hoje, 18 de janeiro de 2010, foi colocado um fim nesta era. É portanto hora de iniciar um novo ciclo.

Foram 8 anos de muita paixão e muita dedicação. Muito trabalho duro, muitas idéias, e nos últimos 2 anos, muita renovação com o trabalho com a Comunidade Técnica.
Quem me conhece sabe o quanto foi importante para mim (e continua sendo) fazer o máximo por esta Comunidade, que é um gerador infinito de energia. Continuo acreditando nela, e espero não ser por ela esquecido, pois gostaria de continuar oferecendo o melhor de mim para o crescimento e para o sucesso da Comunidade.

Aprendi muito nesta fase de minha vida, e gostaria de agradecer a todos vocês que fizeram parte dela.

Aprendi também algumas lições que dividirei com vocês em algum post no futuro, pois não gostaria de ser interpretado de forma distorcida por força do momento.

Pretendo ter mais tempo para dedicar às idéias que realmente acredito e gostaria de continuar compartilhando meus estudos, pesquisas, descobertas, erros e acertos com vocês.

Continuarei a me especializar em Redes e Mídias Sociais, mas dificilmente conseguirei ficar muito longe da tecnologia 😉

Ano Novo, Vida Nova, Era Nova!

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“Controlar” da Prefeitura de SP – Ar limpo ou Jogo sujo?

Hoje fui realizar a inspeção de meu carro no “Controlar”. O carro estava perfeito, a menos de uma pequena mangueira do cânister desencaixada (vide figura).

Mangueira do cânister

O inspetor “RVicente”, conhecedor do sistema, ao invés de me comunicar do fato ou re-encaixá-la (coisa que fiz em poucos segundos quando comunicado do “problema”), optou por simplesmente reprovar o meu carro na inspeção.

Pedi para falar com o supervisor (Sr. Luiz Eduardo), e mostrei-lhe a tal mangueira, já encaixada.
Ele constatou que o veículo já estava OK, mas manteve a decisão de reprová-lo, mesmo concordando que a quantidade de poluentes emitida pelo escapamento do meu veículo para retornar para uma nova inspeção seria infinitamente superior às eventuais emissões pelo cânister.

Entrei em contato com o SAC da “Controlar”, e para minha surpresa, o atendente Sérgio me afirmou que este é o procedimento adotado pela “Controlar”.

Ficam então algumas perguntas:

  1. Qual o objetivo da inspeção realizada pela “Controlar”?
    Uma medida eficaz e definitiva para melhorar a qualidade de vida das pessoas”, conforme se lê no website da empresa, ou uma maneira da “Controlar” obter os maiores lucros possíveis?
  2. Como a “Controlar” é remunerada?
    Se a taxa de R$ 56,44 paga pelo contribuinte é reembolsada, quem paga pelas inspeções?
    A Prefeitura de SP? A empresa é remunerada por inspeção realizada?
    (Isso explicaria um procedimento com maior foco em reprovar veículos, gerando uma nova inspeção).
  3. Por que inspecionar, em 2009, somente veículos fabricados a partir de 2003?
    Não é preciso ser gênio para perceber que os carros antigos poluem mais.
    Porém eles ficaram de fora da inspeção em 2009. A Prefeitura alega que não há estrutura para inspecionar toda a frota. Ok, mas então por que não inspecionar primeiro os mais velhos, se é sabido que eles poluem mais? De novo, parece que o foco não está em implantar “uma medida eficaz e definitiva para melhorar a qualidade de vida das pessoas”…
    Será porque proprietários de veículos mais novos serão menos resistentes a uma taxa de R$ 56,44, gerando menor desgaste político e maior garantia de retorno de investimento à “Controlar”?

Tudo indica que logo logo ficará comprovado que essa inspeção é mais uma iniciativa que não entrega o que promete, a exemplo do Rodízio, que prometeu redução da emissão de poluentes (o que não se verificou).

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