Geral

Alice no País das Armadilhas

Era uma vez uma moça chamada Alice.

Um dia ela avistou um head-hunter muito simpático chamado Sr. Coniglio. Ele vestia um belo paletó e tinha um discurso convincente, então ela resolveu segui-lo no Twitter. Um dos tweets do Sr. Coniglio levou Alice a clicar em um hyperlink e cair num buraco aparentemente sem fundo.

Subitamente, ela encontrou-se em um cubículo onde mal cabiam seu corpo, um teclado e um mouse.
Alice começou a receber ordens de pessoas que nem conhecia, e as foi sempre seguindo – sem questioná-las. Isso fazia ela crescer ou diminuir no Mundo das Armadilhas.

Um belo dia, Alice percebeu que encontrava-se numa empresa gerenciada por uma tal de Regina Rossa. Ela era temida por todos, e deliciava-se com isso. Se alguém dela discordava ou exprimia um pensamento que a incomodasse, ela logo gritava: “Cortem-lhe a cabeça!”.

Regina tinha inúmeros serviçais que faziam tudo o que ela mandasse, sem questionar. Alguns por ignorância, outros por vislumbrarem oportunidades para obter um quinhão do que a Dona Rossa considerava mais importante na vida: o Controle e o Poder! Regina Rossa era insaciável; queria sempre mais!

Eis que Alice vai à palestra de um consultor americano, Mr. Hatt, que lhe apresenta a empresária mineira Uai Tequin. Uai gerencia sua empresa de forma colaborativa, ouve seus clientes e funcionários, e interessa-se pelo lado humano das pesoas.

Alice comenta que o mundo em que ela vive é muito diferente daquele, então Hatt e Tequin mostram a Alice o livro-caixa de Regina, que pode destruir seu império e enviá-la ao exílio. No entanto, Alice não se sente confortável em abrir tal livro sem consentimento da dona.

A este ponto, a ambição de Regina a leva a fazer uma hostile offer para absorver a empresa de Dona Tequin, e Alice visualiza os satisfeitos funcionários da Tequin Ltda tendo sua criatividade tolhida e sofrendo toda sorte de stress, tensão, medo e injustiças tão comuns na Rossa Inc.

Alice toma sua decisão, abre o vulnerável livro do qual saem inúmeros aliados, através de inúmeras redes, para desmascarar Regina Rossa e seus mal-intencionados braços direitos (se é que alguém pode ter mais do que um braço direito – nota infame do autor).

Os funcionários da Rossa Inc., percebendo a farsa que os fazia trabalhar sem descanso, sem motivação e sem qualidade de vida, pedem demissão e criam uma cooperativa para trabalhar em parceria com Dona Tequin.

Alice retorna, enfim, do buraco, e se depara com dois caminhos. Ela pergunta a seu coração: “E aí?”, e ele lhe responde: “Faça o que você gosta. Comece pelo porquê. Isso vai lhe levar ao verdadeiro sucesso”. Ela sorri, e vai…

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A Padaria e a Cadeia

Meu último post foi sobre Social CRM, e hoje tive uma excelente aula sobre o tema.
Não, não foi num desses cursos caros. Foi numa padaria.

Logo cedo, entrei numa padaria bastante simples, de bairro, pedi um sanduíche e um suco, e fiquei observando o movimento.

Uma coisa que me chamou a atenção é que o chapeiro quase escorregou, e logo um garoto veio conversar com ele:

– “Tem um sapato lá no escritório. É 40. Vamos lá pegar, porque esse seu sapato está escorregando.”
– “Acho que é de ‘fulano’. Deixa quieto
– “Não é esse não. É outro. Vamos lá ver.”

E daí?

Você deve ter se perguntado isso, não?
Como ultimamente estou meio “viciado em Pessoas”, o insight que tive foi: É raríssimo ver esse tipo de atitude em corporações!
O jovem estava preocupado com seu colega, e foi lá ajudá-lo. Sem esperar nada em troca.

O chapeiro me trouxe  o sanduíche, e depois serviu o rapaz ao lado. Pouco depois veio me perguntar se estava bom. Fiz sinal de “positivo”, e ele conferiu a satisfação do cara ao lado.

– “Só faltou o tomate…” – disse o meu “vizinho”.
– “Caramba, [apelido], mancada. Você gosta com tomate. Peraí que eu coloco.”
– “Relaxa, eu esqueci de falar…” – ele respondeu de forma tranquila com meio sanduíche na mão
– “Desculpa aí, [apelido], eu coloco nessa outra metade” – e levou meio sanduíche, trazendo-o agilmente de volta com uma abundante fatia de tomate.

Depois disso, ele voltou prá mim e simpaticamente “vendeu”:

– “Agora vai um cafezinho, chefe?”
– “Tem espresso?”
– “Opa, do bom. Normal ou curto?”

E pensar que em muito Fran’s Café os atendentes não entendem quando peço café “curto”…

Tomei o café, agradeci e cumprimentei o chapeiro, que com a naturalidade que convida um amigo para uma visita soltou:

– “Aparece aí no almoço que hoje tem feijoada!”

E dai 2?

Agora você deve ter pensado consigo: Coitado! O Palma pirou…

Nada disso! Vamos analisar do ponto de vista do último post, pensando também em CRM:

  1. Um funcionário estava preocupado com o outro. O fato de ter ido ajudá-lo demonstra que existe uma equipe e que o clima de trabalho é bom.
  2. O chapeiro conhecia o cliente. Conhecia seus gostos. Chamava-o pelo apelido.
  3. O chapeiro quis garantir a satisfação do cliente. Sem clichês. Duvido que ele ganhe bônus ou tenha métricas… mas ele demonstrou um interesse sincero na satisfação do cliente.
  4. O chapeiro, ao detectar uma potencial insatisfação (o rapaz estava tranquilo, ele não pediu o tomate), tomou uma atitude, visivelmente interessado em manter o cliente satisfeito. Ele tem autonomia para isso.
  5. Conversei com o chapeiro depois (já pensando nesse post), e para minha surpresa, ouvi o seguinte:
    – “Eu sempre pergunto, porque prefiro que a pessoa fale se não gostou enquanto está aqui, que ainda dá prá corrigir. O pior é se a pessoa vai embora sem falar nada, porque aí ela não volta”.
    Procure na sua corporação as pessoas que pensam assim.
    Raro não? E nem pense em contratar o chapeiro e treinar para atuar em sua corporação. Em questão de meses ele perderá essa motivação…
  6. Perguntei há quanto tempo ele trabalhava lá. 3 anos. Turnover menor do que muitas corporações
  7. Mencionei o bom clima entre os funcionários (vi 2 deles trocando dicas sobre o meu próprio suco), e perguntei sobre o jovem que lhe ofereceu o sapato que estava no escritório. “É o patrão!”, ele respondeu sorrindo. Comentei que era bom ter um patrão que se preocupa com você, e ele emendou: “Tem 40 anos que eu espero para ter um patrão assim”.
  8. O patrão estava no meio dos funcionários, participando de tudo, trabalhando onde necessário. Eu jamais saberia que ele era o patrão. Tenho certeza que se alguém levar a ele uma crítica, idéia ou sugestão, ele entenderá como aquilo está associado com o seu negócio.

Uma aula de RH e de Relacionamento com o Cliente em plena padaria!

Saí de lá imaginando porque esse clima de “negócio de bairro” não pode existir em grandes corporações, e para tirar a coisa a limpo, na hora do almoço procurei um lugar que fosse uma franquia, o equivalente “corporativo” da padaria de bairro…

A cadeia

Hora do almoço, entrei numa dessas lanchonetes que visivelmente fazem parte de uma cadeia, uma franquia. Era uma loja de rua.

Sentei e perguntei se eles faziam pratos quentes ou só lanches. A atendente pediu que eu sentasse e trouxe um cardápio com as opções da franquia. Perguntei sobre os acompanhamentos de um prato e ela respondeu: “Um minuto que eu vou verificar”. Depois perguntei se serviam sucos naturais. Ela novamente “foi verificar”. Dessa vez não perguntei o tempo de casa dela (até para evitar mal-entendidos), mas já ficou claro que o Turnover era mais alto do que o da padaria. Isso normalmente significa clima ruim ou salário muito baixo…

Almocei decentemente, mas a única pessoa que me perguntou se estava bom foi o suposto dono. Adivinhem aonde ele estava?
Bingo! No caixa! Onde mais estaria um dono de franquia? Perto daquilo que era mais importante para ele, é claro – o dinheiro. Não perto do cliente. Não perto do funcionário. Não perto do negócio. No caixa, onde se acumula a única coisa do cliente que importa para o dono: seu dinheiro. O “estava bom?” que ouvi era mais um pro-forma, um processo a cumprir. Até porque se eu falasse “não”, não teria mais o que fazer. Não dava mais para me trazer um tomate… Era pagar e não voltar, como temia o chapeiro da padaria…

Na cadeia (e o nome parece adequado, porque os sorrisos que vi na padaria, a liberdade com os clientes, o clima descontraído, nada disso estava presente), as pessoas estavam cumprindo os processos. Como Charles Chaplin em “Tempos Modernos”. Provavelmente, existem cursos regulares de “Qualidade Total” e discursos de “Satisfação do Cliente”, mas o que leva as atendentes todo o dia para aquele lugar é uma só coisa: o salário do mês. A mesma moeda que leva o dono. E não duvido que exista um processo de “incentivos” baseado em métricas e definidos por especialistas de “RH” da franquia. Só que ninguém sabe o tamanho do pé do outro. O dono não sabe se tem alguém escorregando. E a atendente não sabe se eu gosto de tomate no sanduíche, muito menos meu apelido.

Conclusão

Claro que processos são importantes. E também é óbvio que Pessoas são importantes. Mais óbvio ainda dizer que ótimos processos com Pessoa
s motivadas é o ideal.

Agora… depois desses exemplos extremamente reais, qual seria sua opção?

  • A Cadeia, com ótimos processos e pessoas desmotivadas/descomprometidas (“incentivadas” por dinheiro)?
    ou
  • a Padaria, com Pessoas motivadas/comprometidas e sem processos estruturados, improvisando a cada cliente?

Por favor, deixe seu comentário!

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Downsizing Pessoal: Grandes Profissionais precisam de Grandes Empresas?

Não sei dizer ao certo se eu é que mudei a fonte das informações que recebo ou se está acontecendo um “realinhamento cósmico”, mas venho percebendo uma convergência consistente de mensagens numa direção bem diferente do que estava acostumado.

Mudanças à frente?

O Plano de Vida da Geração X parece estar se tornando, rapidamente, obsoleto. Lendo “A whole new mind” vejo isso; ouvindo profissionais de mercado com mentes mais abertas vejo isso, e observando aqueles mais “quadrados”, percebo a ausência disso.
Ok, qual seria este Plano que parece demonstrar sinais de fadiga?
Aquele que nossos pais nos passaram: “Filho, faça uma faculdade (os últimos adicionaram o MBA ao escopo), busque emprego numa Grande Empresa, de preferência multinacional, obedeça às políticas, obedeça ao seu gerente, não questione, não crie polêmica. Faça carreira, atinja cargos e salários cada vez melhores, ponha seus filhos nas “melhores escolas”, no judô, na natação, no inglês, no mandarim, no curso de informática, no cursinho…”
Olhe para alguém com um salário próximo ou acima dos cinco dígitos e você vai ver exatamente isso. Quando muito, os pais aceitam a “cabeça aberta” de colocar um filho no yoga ou levá-lo a um psicólogo. Claro que sem deixar de fazer as outras atividades…
Felizmente, alguma coisa fez essas crianças entenderem o quanto isso os tornaria robozinhos (iguais aos pais?).
Essa “alguma coisa” pode ser algo óbvio, e uma história que meu sogro conta exemplifica muito bem: quando criança, ele comia muita “maria mole”. Calma, se em seu estado não tem isso, é um DOCE bem macio e feito com MUITO acúcar, portanto não muito bom para um garoto “fortinho”. Um belo dia, seu pai apareceu com 6 caixas e disse: “Você gosta disso não? Eu digo prá não comer tanto mas você não ouve, né? Então agora vamos fazer o contrário. Você vai comer as 6 caixas”.
Todo feliz, meu sogro comeu tudo. E nunca mais comeu maria mole (não preciso dar mais detalhes, né?). Método questionável, mas inegavelmente eficiente!
Pois bem, a fenômeno é o mesmo: overdose de uso do lado esquerdo do cérebro, e as crianças se voltaram a usar o lado direito. Ladies and Gentlemen, Welcome Generation Y.
Pois alguns pais perceberam isso, e os mais “abertos” estão se questionando se isso não se aplica a eles também.
Pare e se pergunte: o emprego que você tem é o que sua família precisa? Adianta comprar um anel de diamantes para aquela esposa que você quase não vê porque está sempre viajando? Será que você realmente precisa do carro zero anunciado como uma razão para viver? Adianta dar um iPhone para aquele filho que lhe diz, aos 5 anos: “Pai, esse chefe do seu chefe é legal?” “Por que filho?” “Porque se for, pede para ele mandar seu chefe parar de mandar você viajar”.
A lei do obedecimento, da submissão e da anulação do próprio indivíduo em favor da suposta “carreira” começa a balançar.
Profissionais mais auto-afirmados começarão a pensar como seus filhos, querer usar o lado direito do cérebro, dar-se o direito de ser criativos ao invés de seguir processos sem saber porque ou às vezes sem concordar, sentirem-se autônomos e auto-realizados.
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Ao menos nos próximos 5 a 10 anos, eles não encontrarão isso em “Grandes Empresas”. Elas são como Titanics, que ao avistarem um iceberg, percebem que são tão grandes, tão pesadas, e estão andando num ritmo tão acelerado que a colisão fica inevitável. Ainda no exemplo do Titanic, prevalece sempre o retorno de curto prazo, sem olhar para a frente. Ao contrário do Titanic, quem está em “Grandes Empresas” hoje pode, a qualquer momento, sair do barco e definir seus destinos em embarcações menores. Muitas vezes atracando para servir aos próprios Titanics, estes na tentativa (tão desenfreada quanto a de vendas) de desviar do iceberg. Quem conseguir isso pode ter grandes retornos.

Coisa de maluco?

Quem seriam os “doidos” para abandonar uma posição confortável e segura para arriscar tanto? Talvez não seja a maioria. Os pré-requisitos são, a meu ver:

  • “Cabeça aberta” e auto-estima
  • Confiança em si próprio e em sua capacidade
  • Disposição e capacidade para (re)aprender
  • Coragem e senso empreendedor
  • Ambições mais subjetivas (como autonomia e liberdade de criação e expressão) ao invés das materiais (apartamento maior com Home Theater 7.2 e carro melhor que o do vizinho)

E ainda há um ponto favorável para quem se arriscar: com a saída destas pessoas, o que restará nas “Grandes Empresas”? Pessoas burocratas, que não questionam, sem criatividade e altamente substituíveis por recursos mais baratos. Como a Geração Y possui os conceitos mais modernos mas ainda não está madura o suficiente para dirigir as mudanças, o SEU momento de mudança é agora (próximos 5 anos).
Cabe uma reflexão? Deixe um comentário com sua opinião!
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O ser humano e seu potencial. Porque ambos são tão mal explorados?

Por diversas razões, tenho me dedicado mais ao estudo do comportamento humano do que ao estudo de sistemas eletrônicos – coisa que fiz durante a maior parte de minha vida.
Não pretendo me tornar um sociólogo, muito menos psicólogo ou neuro-cientista de uma hora para a outra. Mas é assustador o quanto as pessoas vêm se comportando como máquinas – quando elas têm potencial para muito mais!

Ao ler os comentários do fantástico post “Desobedeça”, de Augusto de Franco, o tão badalado termo “Líder” me soou totalmente diferente do que eu estava acostumado.
Primeiro no comentário da Angela, que mostra o quanto seguir um líder sem questionamentos pode ser trágico.
Depois, o Bosco mostra o quanto os “líderes” atuais estão se tornando arcaicos, através de um exemplo tão impressionante que é até difícil de acreditar!

Colocar pessoas para realizar tarefas de forma mecânica, além do desperdício de potencial humano, é um péssimo negócio. Programe direito um sistema que ele fará a mesma coisa a um custo muito mais baixo. Quer um exemplo? Call Centers de serviços de telefonia. Precisa de gente para repetir o mesmo script, na mesma sequência, independente do que você argumenta?! Um sistema, além de mais barato, poderia ser reprogramado para eliminar os gerúndios! Desagradável por desagradável, eu prefiro um desagradável sem gerúndios, e você?

Só que o desperdício não para por aí. Hoje formamos profissionais para trabalhar mecanicamente. E quando digo “formamos”, não estou falando somente dos cargos mais baixos na “hierarquia”. Refiro-me à formação superior e às diversas pós-graduações que o mercado oferece e consome (com a mesma mecanicidade citada antes).
Basta olhar para a maioria dos escritórios (e quanto maior a empresa, parece que mais clara a coisa fica) – as reclamações são sempre as mesmas. Cargos obtidos politicamente. Chefes que impedem o crescimento dos funcionários por se sentirem ameaçados por aqueles que se destacam. Processos sendo seguidos sem se saber o porquê. Métricas sendo fabricadas porque o santificado “scorecard” tem que estar verde. Prêmios que não são – nem de longe – unanimidade. E muito, muito mais – tudo isso num ambiente onde a obediência aos mitos (sem jamais questioná-los) vale muito mais do que a criatividade e o desenvolvimento do potencial individual.

Aonde isso tudo nos levará? Foi daí que me vieram à mente os Lemmings. Ok, pode ser um mito, mas você pegou a idéia. Seguir instruções sem questionar pode levar a tragédias. E se os Lemmings são um mito, o exemplo da Ângela é bem real – "Comandante em Auschwitz: notas autobiográficas de Rudolf Höss" (1958). Höss nunca questionou as ordens do chefe. Foi um “profissional” de absoluto sucesso. Chegou ao topo em sua carreira. De acordo com os padrões atuais, alguém admirável, no qual pessoas nos escalões inferiores da hierarquia devem se espelhar, pois este é o padrão de sucesso no mundo que vivemos: mais no topo, mais sucesso.

Comparação radical? Será? Ou estará somente no passado? Afinal tudo que está no passado é muito mais fácil de avaliar. Então vamos tentar projetar 100 anos à frente (reparem que sou otimista e considero que estaremos à frente).
O discurso seria mais ou menos assim: “Nossa! No século XV queimavam bruxas!”. “Caramba! No século XX queimavam etnias”. “Wow! E no século passado queimavam… idéias!”.
Você consegue imaginar quantas idéias estão sendo sufocadas, quanta criatividade está sendo tolhida, pelo estilo de gerenciamento vigente? (aliás, o mesmo do século XX, não?).

Compartilho a visão que as redes ajudarão a libertar esse potencial humano. Essa criatividade. Essa capacidade de criar, inventar, questionar, discutir, descontruir e reconstruir que o século XX deixou sob mantos bordados com a palavra “sucesso”.

Boas reflexões!

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E-book no Brasil: Sonho ou Realidade?

Tecnicamente, o e-book no Brasil já é uma realidade. Além do Kindle Internacional, que funciona maravilhosamente bem, existe também uma solução totalmente nacional, o COOL-ER da Gato Sabido.
Apesar da possibilidade de substituir o papel pelo e-Ink (uma tecnologia que permite a leitura confortável, sem os inconvenientes da tela do computador), ainda existem algumas barreiras para a adoção do novo estilo de adquirir conhecimento:

Preço

Normalmente, o preço é uma das primeiras coisas que impacta no brasileiro. A solução nacional, mais “em conta”, custa R$ 750,00 + frete. Já o Kindle Internacional pode ser comodamente recebido no Brasil, porém a um ainda salgado custo de US$ 546,30 – cerca de R$ 1.000,00 (a Amazon já recolhe o valor equivalente aos impostos na venda). Apesar de um advogado ter conseguido uma liminar para isentar o Kindle dos impostos, por enquanto ela só vale para o pedido específico. Isto faz com que o e-book ainda esteja longe de ser considerado um produto popular.

Hábito de Ler

Mesmo assim você achou interessante? Ok, mas lembre-se que o produto só “se paga” para leitores vorazes.
Cálculo rápido de Retorno de Investimento: considerando-se um valor médio de R$ 40,00 por livro (papel) e R$ 20,00 por livro (e-book) somente após a leitura de 38 livros o aparelhinho empata em termos de despesas. Significa ler um livro por mês durante 3 anos! Isto é mais do que a média dos Estados Unidos, uma das maiores do mundo: 11 livros por ano. Os franceses lêem 7, e os brasileiros, 1,3 livro/ano (este valor sobe para 4,7 se incluirmos obras didáticas e pedagógicas, porém estas dificilmente serão utilizadas em e-books nos próximos anos). Os dados são da Câmara Brasileira do Livro (CBL) e do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel).

[In]disponibilidade de títulos em Português

Na loja KindleStore brasileira, constam apenas 39 títulos em Português (final de janeiro de 2010). Os títulos para o COOL-ER não são muito mais numerosos – a loja divide os livros em 18 categorias, e à exceção dos livros de Direito (86 exemplares), nas demais categorias a oferta é muito limitada, normalmente com meia dúzia de livros ou menos.

Segurança

Um dos prazeres da leitura é realizá-la em lugares agradáveis. Muita gente considera seu lar agradável, mas também é gostoso ler em um parque, no trem, no fretado, enfim, em ambientes com uma iluminação adequada e um bom clima…
Será que é prudente andar por aí desfilando um aparelho de R$ 1.000,00? Ao menos em metrópoles como São Paulo e Rio de Janeiro, isso pode ser mais uma preocupação que pode diminuir um pouco o prazer de ler (e a atenção dedicada ao texto).

Conclusão

Como muitas coisas no Brasil, o e-book ainda é uma realidade para poucos. O perfil de seu consumidor é alguém com um razoável poder aquisitivo, ávido por leitura e que domina um segundo idioma (inglês ou espanhol). Não é exatamente um retrato do brasileiro típico, mas quem sabe o gosto pela novidade faça com que mais pessoas almejem este perfil e o atinjam em breve! Eu estou na torcida, e você?!
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O fim de uma era. O Início de outra…

24 de setembro de 2001. A data da realização de um sonho e do início de uma era. Neste dia fui contratado como Consultor da Microsoft.

Hoje, 18 de janeiro de 2010, foi colocado um fim nesta era. É portanto hora de iniciar um novo ciclo.

Foram 8 anos de muita paixão e muita dedicação. Muito trabalho duro, muitas idéias, e nos últimos 2 anos, muita renovação com o trabalho com a Comunidade Técnica.
Quem me conhece sabe o quanto foi importante para mim (e continua sendo) fazer o máximo por esta Comunidade, que é um gerador infinito de energia. Continuo acreditando nela, e espero não ser por ela esquecido, pois gostaria de continuar oferecendo o melhor de mim para o crescimento e para o sucesso da Comunidade.

Aprendi muito nesta fase de minha vida, e gostaria de agradecer a todos vocês que fizeram parte dela.

Aprendi também algumas lições que dividirei com vocês em algum post no futuro, pois não gostaria de ser interpretado de forma distorcida por força do momento.

Pretendo ter mais tempo para dedicar às idéias que realmente acredito e gostaria de continuar compartilhando meus estudos, pesquisas, descobertas, erros e acertos com vocês.

Continuarei a me especializar em Redes e Mídias Sociais, mas dificilmente conseguirei ficar muito longe da tecnologia 😉

Ano Novo, Vida Nova, Era Nova!

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“Controlar” da Prefeitura de SP – Ar limpo ou Jogo sujo?

Hoje fui realizar a inspeção de meu carro no “Controlar”. O carro estava perfeito, a menos de uma pequena mangueira do cânister desencaixada (vide figura).

Mangueira do cânister

O inspetor “RVicente”, conhecedor do sistema, ao invés de me comunicar do fato ou re-encaixá-la (coisa que fiz em poucos segundos quando comunicado do “problema”), optou por simplesmente reprovar o meu carro na inspeção.

Pedi para falar com o supervisor (Sr. Luiz Eduardo), e mostrei-lhe a tal mangueira, já encaixada.
Ele constatou que o veículo já estava OK, mas manteve a decisão de reprová-lo, mesmo concordando que a quantidade de poluentes emitida pelo escapamento do meu veículo para retornar para uma nova inspeção seria infinitamente superior às eventuais emissões pelo cânister.

Entrei em contato com o SAC da “Controlar”, e para minha surpresa, o atendente Sérgio me afirmou que este é o procedimento adotado pela “Controlar”.

Ficam então algumas perguntas:

  1. Qual o objetivo da inspeção realizada pela “Controlar”?
    Uma medida eficaz e definitiva para melhorar a qualidade de vida das pessoas”, conforme se lê no website da empresa, ou uma maneira da “Controlar” obter os maiores lucros possíveis?
  2. Como a “Controlar” é remunerada?
    Se a taxa de R$ 56,44 paga pelo contribuinte é reembolsada, quem paga pelas inspeções?
    A Prefeitura de SP? A empresa é remunerada por inspeção realizada?
    (Isso explicaria um procedimento com maior foco em reprovar veículos, gerando uma nova inspeção).
  3. Por que inspecionar, em 2009, somente veículos fabricados a partir de 2003?
    Não é preciso ser gênio para perceber que os carros antigos poluem mais.
    Porém eles ficaram de fora da inspeção em 2009. A Prefeitura alega que não há estrutura para inspecionar toda a frota. Ok, mas então por que não inspecionar primeiro os mais velhos, se é sabido que eles poluem mais? De novo, parece que o foco não está em implantar “uma medida eficaz e definitiva para melhorar a qualidade de vida das pessoas”…
    Será porque proprietários de veículos mais novos serão menos resistentes a uma taxa de R$ 56,44, gerando menor desgaste político e maior garantia de retorno de investimento à “Controlar”?

Tudo indica que logo logo ficará comprovado que essa inspeção é mais uma iniciativa que não entrega o que promete, a exemplo do Rodízio, que prometeu redução da emissão de poluentes (o que não se verificou).

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O Livro do Ano 2009

2009 foi um ano cheio de obstáculos, mas também foi o ano em que retomei um hábito que vinha neglicenciando há muito tempo: a leitura, principalmente de livros não técnicos.
Tomara que em 2010 aconteça um “click” parecido e eu volte a fazer exercícios físicos… mas isso já é outra história….

Um recurso que descobri tardiamente (“shame on me”) foram os audiobooks. Como pude viver tanto tempo em São Paulo sem utilizá-los? De setembro para cá já foram 6 livros, e isso não tirou sequer um minuto do meu tempo: todos foram ouvidos durante o deslocamento de casa para o trabalho (e vice-versa). Acreditem, encarar congestionamento ouvindo um livro é muito mais fácil!
Se mais pessoas aderirem à moda, não duvido que o trânsito de São Paulo ficará menos agressivo!

O eleito (ao menos por mim)

Desculpem se o título do post ficou um tanto presunçoso, mas gostaria de compartilhar com vocês aquele que eu achei o melhor livro de 2009. Foi um livro que me chamou a atenção como pai, pois ao ler a sinopse me caiu a ficha que – contrariando o Legião Urbana –se meu filho já nasceu, eu já não sou mais o filho”.
Como posso educar meus filhos usando como critério o que eu vivi na infância?
Sem querer entregar que tenho 41, eu andei de rolimã (para os mais jovens, é um carrinho feito com tábuas de madeira e rolamentos, utilizado em ladeiras e normalmente sem freio), joguei “taco”, queimada e futebol na rua (o último, não muito bem), estourei “bombinhas” em datas comemorativas, lavei carro na rua…

Hoje, meus filhos não podem fazer nada disso; ou porque é proibido, ou porque é inseguro, ou porque é politicamente incorreto. Obviamente eles estão se desenvolvendo de forma muito diferente, fazendo coisas muito diferentes. Por exemplo: minha experiência com videogames (privilégio de quem tinha algum amigo cujo pai viajava para os EUA) foi jogar “Asteroids” e “Pac-Man” num Atari 2600 com frente de madeira e em preto e branco, porque a “transcodificação” para o semi-sistema PAL-M-N’ era cara… Hoje o realismo dos jogos é tão grande que se um pai desavisado entra na sala enquanto o filho joga videogame ele senta e começa a torcer achando que é jogo ao vivo! Só depois ele percebe que o filho está sozinho… -“Ô moleque, porque não vai brincar com os amigos? Vive enfurnado em casa!” –“Pô pai, tô jogando com a galera. Tá rolando um campeonato da classe, tá todo mundo online!” –“Ah, tá… Internet, né?” 😕

Como ficar a par de tudo o que acontece se você ainda tem que trabalhar de 8 a 12 horas por dia?!

Livro do Ano (por LPalma) - Grown Up DigitalO livro “Grown Up Digital”, de Don Tapscott, pode ajudar nessa missão.

E o mais interessante é que o livro vai bem além disso! Não bastasse o autor retratar a “Net Generation” de uma forma tão precisa a ponto de eu ver o que ele escreveu acontecer logo à minha frente, com o meu filho de 10 anos, ele ainda mostra os pontos positivos, os pontos de atenção… e abre uma enorme janela de oportunidade do ponto de vista profissional.

Hoje existem muitos mitos em relação aos jovens. “Eles são desinteressados, seu conhecimento é supérfluo, eles não sabem mais se comunicar e são viciados em videogame e Internet…”
É muito comum ver leigos afirmando isso, mas Don Tapscott fala com fundamentos. Sua empresa, a nGenera, investiu 4,5 milhões de dólares em uma pesquisa com 11.000 jovens da “Net Generation” para entender como esta geração está mudando o mundo. E o livro faz jus a essa grana toda.

Se você tem filhos, a recomendação já está feita. Se você não tem, só deixe de ler se você vai se aposentar nos próximos 3 ou 4 anos (e tem emprego estável). Porque logo, logo, a “galera” que o Don estudou estará no escritório, junto com você, fazendo e acontecendo. Quem souber falar a língua deles terá excelentes oportunidades para criar parcerias fantásticas, oferencendo sua experiência e maturidade e recebendo em troca a agilidade e o dinamismo dessa geração. Além de muito produtivo, vai ser muito divertido, pode ter certeza!

E vocês, NetGenners… SEJAM BEM-VINDOS! 🙂 🙂 🙂

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Bem-vindo ao Blog do Palma!

Este é o Blog pessoal do Luciano Palma. Um espaço para discutir assuntos variados, desde que interessantes 😉
Quem me conhece sabe que estou fascinado pelo estudo de Redes Sociais e Mídias Sociais, mas também sabe que sempre fui apaixonado por Tecnologia, Carros,  Crianças e Fotografia.
Porque não falar também sobre música e sua relação com matemática e física? Falar sobre comportamento humano, o impacto da Internet nisso… 
E porque não abrir ainda mais a mente e discutir novos assuntos que despertem o meu e o seu interesse? Sua sugestão será sempre bem-vinda neste Blog!

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